Olá Amigos,
Nossa equipe recebeu as respostas da empresa Vale sobre o relatório de sustentabilidade. Gostamos muito do atendimento prestado pela empresa para com a nossa equipe (muito obrigado Cristiane de Cassia - assessora da Vale).
Ao ler as respostas notamos que a empresa está comprometida em reportar suas ações de sustentabilidade para a sociedade e tirar as dúvidas de todos nós.
Gostamos muito da qualidade das respostas, só achamos que ficou a desejar os questionamentos relativos as relações com as comunidades impactadas pelas atividades das minas e a integração da empresa com as políticas públicas, notamos que o relacionamento está muito distante ainda, mas isto pode ser um processo de crescimento da empresa.
Segue abaixo a resposta da empresa para avaliações de vocês.
Boa Leitura.
Agradecemos sua avaliação sobre o relatório de sustentabilidade 2009 da Vale.
Todas as contribuições são sempre bem vindas e analisadas para que continuemos aprimorando nossas práticas sustentáveis.
Como foram detalhados alguns pontos do documento, preferimos responder a cada um deles separadamente, após uma consulta às áreas que participam da elaboração do relatório.
Seguem nossas considerações:
HR1. Percentual e número total de contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos.
Noto que a maioria das ações estão no futuro e não no presente, gostaria de uma posição mais clara sobre o que está realmente sendo feito hoje nas comunidades impactadas pelas atividades da Vale. A pergunta HR1 pede dados numéricos, informação que não encontrei na referida página 115.
Todos os fornecedores da Vale, e não apenas os contratos de investimentos significativos, são auditados e respondem a questionários de avaliação social, programas de treinamento e capacitação profissional. No Brasil, todos os fornecedores das nossas unidades próprias são monitorados com base na lista publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que identifica casos de empresas denunciadas por possíveis ocorrências de trabalho forçado. Com base nessa listagem, cruzamos o nosso cadastro de fornecedores. Essa verificação é feita não só pelo CNPJ das empresas, como também por meio do CPF dos proprietários, garantindo que nenhum fornecedor da Vale, seja empresa ou seu proprietário, esteja envolvido com essas questões.
Com relação à inserção de cláusulas contratuais referentes a direitos humanos, em 2009 foi realizado um piloto que vem sendo replicado para todos os demais contratos. O piloto consistia em incluir em contratos estratégicos da Vale a chamada cláusula de sustentabilidade, que implica na observância por parte dos fornecedores da Política de Sustentabilidade da Vale, da Política de Direitos Humanos da Vale e do Código de Conduta Ética dos Fornecedores.
Em outubro de 2010, já tínhamos 34 contratos com a cláusula de sustentabilidade e, a partir de 14/10/2010, todos os contratos-padrão nacionais da Vale para suprimentos passaram a vir com a cláusula default (minutas padrão enviadas pelo departamento jurídico da Vale). Sendo assim, todas as áreas de suprimentos da Vale que usam tais minutas contratuais automaticamente já estão aplicando a cláusula de sustentabilidade a seus fornecedores. Estamos agora trabalhando para inclusão de uma cláusula similar nos contratos internacionais. Este projeto é para 2011 / 2012.
Quando ficará pronto o Guia de Direitos Humanos da empresa ?
O Guia Já está disponível, como pode ver neste link: http://www.vale.com/pt-br/sustentabilidade/destaques/paginas/vale-lanca-guia-de-direitos-humanos.aspx
Também pode consultar o anexo:
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HR8. Treinamento da segurança em direitos humanos.
Muito interessante o modelo de treinamento de direitos humanos de vocês. A empresa espera concluir todas as suas unidades em 2010?
Sim, espera. Em todos os locais em que a Vale atua, a premissa é ter o pessoal treinado e reciclar o treinamento a cada dois anos.
SO1. Gestão de impactos das operações nas comunidades.
Noto que vocês realmente fazem um ótimo estudo sobre os impactos que a atividade de mineração acarreta, no entanto, senti falta no relatório de dados sobre o que está efetivamente sendo realizado para minimizar esses impactos, a apresentação ficou somente num texto explicando superficialmente. Vocês podem apresentar dados quantitativos dos programas realizados, quanto foi investido por região ou por diretoria?
Vocês podem explicar melhor como as comunidades são informadas sobre o fechamento de minas e como ficam as cidades e as pessoas depois da saída da empresa?
A Vale, através da Fundação Vale, atua em parceria com o poder público e a sociedade civil nos locais onde está presente, contribuindo para a redução do déficit de infraestrutura, para a aplicação mais eficientes dos recursos públicos gerados pelas atividades da mineração e para o desenvolvimento humano e econômico da região. Todas as ações têm o objetivo de deixar um legado de sustentabilidade para as comunidades em que estamos e são baseadas em Planos de Gestão dos Investimentos Sociais, fundamentados pelos Diagnósticos Integrados em Socioeconomia realizados pela Fundação Vale. Exemplos de diagnósticos estão no link “Sustentabilidade< Fundação Vale< Focos de Atuação”.
Há também comunidades tradicionais influenciadas pelas atividades da Vale, como quilombolas e indígenas e mais informações sobre esse relacionamento são encontradas no link “Sustentabilidade< Relacionamento com comunidades”.
Para gerenciar os impactos socioambientais decorrentes das atividades da Vale, são utilizados diversos programas e ferramentas. É utilizada, por exemplo, a metodologia Front-End-Loading (FEL), que abrange aspectos sociais, de saúde, segurança e meio ambiente, além de riscos econômicos e operacionais. Esta metodologia é utilizada em conjunto com os Diagnósticos Integrados de Socioeconomia já mencionados. Estas informações também estão disponíveis em “Sustentabilidade < Gestão Territorial”.
Nossas orientações sobre desativação de minas descrevem um conjunto completo de diretrizes, incluindo práticas e procedimentos técnicos a serem seguidos durante o fechamento das mesmas, abrangendo questões ambientais e socioeconômicas. O manual de orientações destaca, dentre outros quesitos, os procedimentos para a recuperação e o monitoramento de áreas degradadas, os principais passos e a sequência a ser obedecida durante o fechamento e outros passivos que possam resultar do encerramento da mina. Os Planos de Fechamento de Mina incluem ações que devem ser executadas ao longo do período de operação da mina, visando minimizar os impactos ao fim das atividades. Entre essas ações, estão o cálculo e a publicação anual em nosso balanço do valor de provisionamento para descomissionamento de ativos.
Com relação a dados de investimentos, eles estão apresentados na página 79 do Relatório, de acordo com a classificação do Protocolo GRI (ver gráfico de investimento social (US$) por tipo).
SO5. Participação na elaboração de políticas públicas.
Li a página 24 inteira e não entendi realmente como vocês participam da elaboração de políticas públicas. Vocês poderiam ser mais claros ?
A Vale mantém um diálogo contínuo com as autoridades nos diversos níveis de governo nos países em que está presente. Considerando que a mineração é um setor fortemente regulado, nossa atuação é voltada a assegurar que nossos pontos de vista sejam compreendidos e considerados nos processos de formulação de políticas públicas. Fazemos isso através da nossa participação em entidades e associações nacionais e internacionais. Entendemos que, dessa forma, estamos contribuindo para o desenvolvimento de normas e padrões nos segmentos em que atuamos e, ainda, disseminando as melhores práticas industriais.
Veja abaixo a relação de entidades em que participamos:
• Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf)
• Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe)
• Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP)
• Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF)
• Business for Social Responsibility (BSR)
• Centre National de Recherche Technologique Nickel et Son Environnement (CNRT Nickel)
• Chambre de Commerce et d’Industrie (CCI)
• Cobalt Development Institute (CDI)
• Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
• Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM)
• European Ferro-Alloys Association (Euroalliages)
• European Association of Metals (Eurometaux)
• Fórum Econômico Mundial (WEF)
• Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS)
• Global Business Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria (GBC)
• Global Corporate Volunteer Council (Iave)
• Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)
• Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
• International Aluminium Institute (IAI)
• International Emission Trading Association (Ieta)
• New South Wales Minerals Council
• Ontario Mining Association (OMA)
• Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU)
• Queensland Resources Council
• Reputation Institute
• The Mining Association of Canada (MAC)
• The Manganese Institute
• The Nickel Institute
LA12. Análise de desempenho e desenvolvimento de carreira.
Por que na Albras e na Alunorte a análise do desempenho da carreira é feito somente na área gerencial ?
Antes de 2009, as empresas mencionadas possuíam processos próprios referentes à gestão de desempenho e carreira e sucessão. Em 2009, como passo para a ampliação das práticas globais da Vale, foi iniciada a implantação dos processos Vale em algumas empresas do grupo em que os referidos processos ainda não estavam alinhados, inclusive Albrás e Alunorte. Como passo inicial da implantação, o grupo gerencial foi escolhido e, em 2010, seria feita a ampliação desse escopo. Entretanto, neste mesmo ano, foram iniciadas negociações para encerramento da participação da Vale nas referidas empresas, transação que está sendo concluída no presente momento. Desta forma, os processos mencionados não foram estendidos a todos para que a decisão sobre os mesmos seja tomada pela nova empresa controladora.
Qual limitação de sistema ocorreu na Vale Australiana para somente 26% dos empregados serem avaliados ?
Na Austrália, a participação dos empregados operacionais nesse processo requer negociação com os sindicatos locais. A Vale já apresentou proposta, adequada aos princípios legais, prevendo pagamento de remuneração variável ligada a resultados, associada a uma avaliação.
Por que profissionais filiados em sindicatos no Canadá não recebem avaliação de desempenho? Foi alguma punição as pessoas sindicalizadas?
No Canadá, os processos de avaliação e remuneração variável são definidos por Acordo Coletivo. Em 2009, foi apresentada proposta para que os empregados representados pelo sindicato fossem incluídos nos processos de avaliação e remuneração variável, mas o sindicato não aceitou a mesma. Hoje há 75% de bonificação atrelada à variação do preço do níquel e 25% ligados aos resultados da empresa. A Vale prossegue oferecendo propostas adequadas à legislação, ao mercado, aos padrões globais da empresa, mas até o momento não houve resposta positiva do sindicato.
Em todos os casos do referido indicador é importante observar que a Vale tem como parte de sua visão: "superar os padrões consagrados de excelência em pesquisa, desenvolvimento, implantação de projetos e operação de negócios" e acreditamos que um processo amplo e eficiente de gestão de desempenho nos possibilitará monitorar este progresso e alcançar a visão. Desta forma, sempre buscaremos avaliar a maior número possível de empregados".
LA3. Benefícios a empregados.
Existe algum estudo que comprova a aprovação dos empregados frente aos benefícios oferecidos pela empresa ? A pesquisa de clima citada no relatório apresenta algum resultado sobre isto ?
Conforme mencionado no relatório de sustentabilidade, foram realizadas ações para avaliar os benefícios. Tais ações incluem acompanhamento à legislação, com o objetivo de manter os benefícios atualizados e em conformidade com a lei, e realização de pesquisa de mercado, alinhando a Vale às melhores práticas.
Em 2009, uma ação de avaliação do clima organizacional, através de entrevistas com Grupos Focais. Nesta ação, foi incluída a pergunta sobre a satisfação geral com a Remuneração e os Benefícios e a resposta foi positiva.
No Brasil, o plano de saúde (um importante benefício) é administrado pelo PASA, que é uma sociedade administrada em conjunto pela Vale, pelos Sindicatos e pela Associação de Aposentados. Os Sindicatos e Associações de Aposentados têm a maioria dos membros do Conselho Diretor do PASA. Em 2010, o PASA realizou uma pesquisa de satisfação dos serviços prestados, onde mais de 85% dos empregados se dizem satisfeitos ou muito satisfeitos com o Plano de Assistência Médica oferecido. O baixo grau de insatisfação existente é retrato da carência de infraestrutura médico-hospitalar em algumas localidades no interior do país.
Além disso, são realizadas rodas de conversa com os empregados para que ações específicas sejam estruturadas para as localidades onde atuamos.
EN16. Emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa.
O que a Vale faz para influenciar no controle dos Gases de efeito estufa das empresas onde ela detém participação, mas não o controle operacional ? Como a empresa lida com este impacto, visto que a organização também lucra com essas empresas ?
A Vale já consolida os escopos 1 e 2 de seu inventário de emissões de gases de efeito estufa desde 2005. Em 2010, iniciou uma abordagem progressiva para quantificar seu escopo 3, ou seja, emissões na cadeia de valor. Paralelamente a esse esforço, desenvolvemos em 2010 um questionário online a ser respondido pelas empresas coligadas ou joint ventures sobre as quais não temos controle operacional para conhecermos com maior profundidade qual o nível de reporte e gestão de cada empresa e como podemos promover maior transparência e gestão das emissões desses agentes. Entendemos que, com essa iniciativa e o plano de ações subsequente, estaremos indo além das demandas atuais quanto à gestão e ao reporte de emissões (por exemplo do Carbon Disclosure Project, o qual respondemos desde 2003), uma vez que a prática comum está baseada em gestão de emissões de empresas sobre as quais temos controle operacional.
Engajamento dos stakeholders.
Não ficou claro nas páginas 24 e 25 as formas de trabalho e engajamento com os stakeholders, ao não ser uma simples tabela com as ferramentas de comunicação utilizadas. Vocês poderiam ser mais claros e citar de maneira breve o que é feito com cada grupo de stakeholders para engajá-los e em que?
Abaixo descrevemos algumas formas de engajamento da Vale com diferentes stakeholders:
. Acionistas: para nossos acionistas, buscamos proporcionar o maior retorno de investimento possível a estes. Tornamos público, com equidade e simultaneidade, fatos ou atos de caráter estratégico, administrativo, técnico, de negócios ou econômico. Saiba mais informações através do link “Investidores < Governança Corporativa”
. Empregados: a Vale mantém relações e condições justas de trabalho, investindo no desenvolvimento contínuo de seus empregados.
. Fornecedores: com nossos fornecedores, procuramos buscar parcerias de longo prazo e investimos no seu desenvolvimento através do Programa Inove (saiba mais através do link “Fornecedores< Programa Inove”)
. Comunidades: buscamos contribuir com o desenvolvimento sustentável das comunidades, regiões e países onde operamos, conforme já mencionado na resposta da questão SO1.
. Esfera pública, organizações e entidades que representam a sociedade civil: procuramos desenvolver um diálogo que permita alcançar consenso nas formulações de políticas de desenvolvimento sustentável.
Conforme já mencionado, realizamos diagnósticos socioeconômicos nas localidades onde atuamos e participamos da implementação de melhorias através dos Planos de Gestão de Investimento Social. Nossa forma de atuação se dá através das seguintes frentes:
. Apoio ao fortalecimento da gestão pública: trabalhamos de forma integrada com as autoridades públicas dos municípios onde estamos presentes, apoiando os processos de gestão para melhorar os serviços públicos (educação, saúde, segurança, limpeza etc.) e a organização urbana.
. Apoio à infraestrutura: com objetivo de reduzir os déficits, principalmente nas áreas de saneamento e habitação, atuamos em parceria com as prefeituras desenvolvendo projetos executivos e apoiando a captação de recursos disponíveis nas esferas estadual e federal. Para implantação das obras, além do acompanhamento da implantação, apoiamos os municípios na gestão do processo – licitação, implantação das obras, prestação de contas e gestão do sistema.
. Desenvolvimento humano e econômico: colaboramos para o desenvolvimento da economia local, para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, estimulamos o empreendedorismo e a geração de trabalho e renda das comunidades. A principal iniciativa é a criação das Estações Conhecimento, núcleos de desenvolvimento humano e econômico, implantadas em áreas urbanas e rurais, que trabalham para o desenvolvimento integrado da comunidade, por meio de: esporte, cultura, qualificação profissional, qualificação da administração pública, geração de emprego e renda.
Acreditamos no diálogo intersetorial e valorizamos a construção coletiva por meio da integração dos interesses comuns entre governo, iniciativa privada e sociedade civil organizada. Dessa maneira, buscamos deixar um legado de sustentabilidade nas regiões onde a Vale atua, agindo de forma a melhorar as condições de vida das populações, fortalecendo o relacionamento com as comunidades e realizando ações estruturantes.
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