quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ernst &Young... Só queremos as respostas, Ernst & Young


Olá Amigos,

Nesta semana nossa equipe leu o primeiro relatório de sustentabilidade de uma empresa de consultoria. A renomada e conhecida Ernst & Young (EY).

Para quem não conhece, esta empresa presta consultoria financeira e auditoria para as maiores empresas do mundo, sendo hoje responsável até pela gestão financeira da olimpíada no Brasil.

Assim, com base neste relato, o trabalho desta empresa em orientar outras empresas em como gerir seus negócios a credencia a ter seu limite testado.

O primeiro ponto irônico deste relatório é que apesar de ser uma empresa de auditoria, o relatório da EY não passou por uma auditoria externa. Assim pergunto: Se uma empresa de auditoria não acredita em auditoria, por que eu devo acreditar ?

Outro ponto que assusta é o turn over de funcionário mais velhos, parece que a empresa possui uma política de demitir pessoas mais experientes para contratar pessoas mais novas.... Não pode ser verdade, mas os dados apresentam esses indícios.

Também um fato relevante é a falta de visão sistêmica dos processos sustentáveis, ao ponto da empresa citar que sua atividade não impacta comunidades. Como que não ? Sendo uma empresa de consultoria, suas sugestões de gestão podem e muito impactar as comunidades das empresas assessoradas e isto deve ser levado em consideração.

No âmbito interno o relatório da empresa prima muito pelos empregados, mas em nenhum momento a EY revela seus dados de pesquisa de clima organizacional. Estranho não ?

Assim..... parodiando Alphaville cantamos.... Ernst & Young..... Só queremos as respostas, Ernst & Young.



Assim, segue abaixo nossos questionamentos.


Boa Leitura.



Prezados profissionais da Ernst Young,

Sou Roberto Leite, editor do blog "testando os limites da sustentabilidade", canal que busca discutir as questões de sustentabilidade das empresas.

Nesta semana nossa equipe leu o relatório de sua empresa e a mesma apresentou uma série de dúvidas. 

Assim, encaminhamos nossos questionamentos e gostaríamos de receber um prazo para as respostas, caso não seja possível, que seja encaminhada oficialmente uma negativa.

Grato pela atenção.

Segue abaixo nossos questionamentos.


1- Vocês poderiam detalhar como funciona o voluntariado, como e gerido e quanto é investido neste projeto por parte da empresa ? Não ficou clara estas informações no relatório.



2- Quanto que a EY investe no projeto "ABCD nossa casa" e no curso de inglês para os jovens ? Isto foi com recurso próprio ou por dedução fiscal ?



3- Como a consultoria de gestão de risco desenvolvida por vocês integra os preceitos da sustentabilidade ?



4- Qual a razão de Porto Alegre apresentar o menor índice de contratação local de gestores visto que isto é uma prioridade relatada pela a empresa ?



5- Na questão de patrocínios, vocês apoiam somente congressos científicos ou promovem também ações de educação financeira ou projetos sociais de educação ligados a fincanças e matemática com comunidades carentes ?



6- Qual o grau de liberdade que o empregado possui para fazer perguntas ao presidente da empresa no evento coffee e talk ?



7- Qual a razao de no ano de 2011 a rotatividade das pessoas entre 30 e 45 anos e acima de 45 anos ser tão alta ? O ambiente de trabalho da empresa não apresenta perspectiva de carreira ou há um processo de demissão considerável dos mais velhos para contratação de mão de obra mais barata ?



8- Qual a razão de um membro da equipe administrativa da cidade de Blumenau receber menos que um salario mínimo ? Isto não contradiz a afirmação da empresa que afirma que sua remuneração é compatível com o mercado ?



9- Qual a razão de todos os indicadores de saúde ocupacional subirem do ano de 2010 para 2011, sendo que as doenças ocupacionais praticamente dobrarem ?



10- Vocês poderiam apresentar os dados de consumo de energia direta e emissões não só do ano de 2011 como também de 2010 para efeito de comparação ?



11- Vocês poderiam apresentar os dados da pesquisa de clima organizacional dos últimos 3 anos para comparação ?



12- Vocês afirmam que são especialistas em impostos e confirmam a complexidade tributária do Brasil. Com base neste conhecimento, gostaríamos de saber se vocês desenvolvem algum trabalho que possam impactar as políticas públicas de modo a convencer o governo brasileiro a reduzir a carga tributaria nacional ?



13- Estes 44 % de distribuição de riqueza repassado para os funcionários esta incluso o salário que eles recebem pelo serviço prestado ou é realmente algo a mais como a participação no lucro ?



14- Vocês citam no item S09 do GRI que não impactam diretamente as comunidades, no entanto, vocês como uma consultoria financeira podem impactar muito as comunidades de outras empresas sugerindo mudanças de processo de gestão por exemplo. Como vocês trabalham esta responsabilidade social da empresa em seus diagnósticos ?



15- Vocês poderiam explicar melhor como podem auxiliar no desenvolvimento econômico financeiro mais sustentável ?



16- Não é muito estranho que uma empresa de auditoria não apresente um relatório com uma validação externa de outra auditoria ? Isto não depõe para com a credibilidade deste relatório e do trabalho de auditoria como um todo ? 


Grato pela atenção.


Roberto Leite



Editor do blog Testando os Limites da Sustentabilidade


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Hello Friends,


This week our team has read the first sustainability report from a 
consulting company. The renowned and well known Ernst & Young (EY).




For who doesn’t know, this company provides financial consultancy and 
auditing services to the world's largest companies,  and is now 
responsible even for the financial management of the Olympiad in 
Brazil.




So, on this basis, this company’s work on guiding on how other 
companies manage their business, entitles the company to have its 
limits tested.


The first ironic point on this report is that despite being an audit 
firm, the EY report has not gone under external audit. So I ask: If an 
audit company doesn’t believe in auditing, why should I?




Another aspect that scares me off is the turn over of older employees.

It seems like the company has a policy of dismissing older employees 
to hire younger people. It can’t be true, but the data shows this 
indications.




Also, a relevant matter is the lack of systemic view of the 
sustainable processes, getting to the point where the company quotes 
that their activity does not impact communities. Why not? Being a 
consultancy firm, its management suggestions can, and very much, 
impact the communities of the companies advised and this should be 
taken under consideration.




Internally, the company report highlights very much the employees, but
at no time EY reveals its data from the organizational climate survey. 




Weird, isn’t is?

Therefore, parodying Alphaville we sing….. Ernst & Young … We only
want the answers, Ernst & Young.

                                        


Well, here are our questions:

Enjoy your reading

Dear Ernst & Young professionals 
I am Roberto Leite, editor of the blog “Testing the sustainability 
limits”, channel that aims to discuss the companies’ questions about

sustainability.

This week our team read your sustainability report and we have now a 
lot of doubts.





So, I submit our questions and I would like to get a deadline for the 
answers, and if its not possible, an official letter of refusal.




Thank you for your attention

Here follows our questions:

1 – Could you detail how does the voluntary work, how is it 
administered and how much the company invests on this project? This 
information is not clear on the report.


2 – How much does EY invest on the project “ABCD our house” and on the 
English course for young people? Was this an own resource or tax 
deduction?


3 – How does the risk management consulting developed by you integrate 
the principles of sustainability?


4 – What is the reason for Porto Alegre be the place which has the 
lowest index of local hiring managers, once as reported by the 
company, this city is treated as a priority?


5 – About sponsorship: Do you only support scientific congresses or do 
you also promote actions of financial education or social projects 
about finance and mathematics to the underserved communities?


6 – Which is the level of freedom that the employee have to ask 
questions to the Company’s president on the coffee talk event?


7 – What is the reason for the massive turnover among the employees 
with ages between 30 and 45 or above?


8 – What is the reason for a member of the Blumenal’s administration 
team receive less than a minimum wage as a salary? Doesn’t that go 
against the Company’s affirmation that says its remuneration is 
compatible with the market?




9 – What is the reason for all of your occupational health indicators 
have improved between the years 2010 and 2011 if occupational diseases 
nearly doubled?


10 – Could you submit the data from your direct energy consumption and 
emission not only from 2011 but also from 2010 for comparison matter?


11 – Could you submit the data from your organizational climate survey 
from the last 3 years for comparison?


12 – You claim to be a specialist in taxes and confirm the complexity 
of Brazil’s tributary. Based on this knowledge, we would like to know 
if you develop any kind of work that could impact the public policies 
in order to convince the Brazilian government to reduce the national 
tax burden?


13 – Is this 44% of wealth distribution passed on to employees 
included on their wages for the work that have been done or is it 
really something more, like profit sharing?


14 – You mention on the item s09 of GRI that you don’t directly impact 
the communities, but you, as a consultant company may create a large 
impact on the other company’s communities as you suggest changes on 
their management process, for instance. How have you worked this 
Company’s social responsibly on your diagnostics?


15 – Could you give a better explanation on how could you assist on 
the more sustainable economic development?


16 – Isn’t it weird that an audit firm doesn’t show a report that have 
been validated for an external audit? Doesn’t it work as a proof of 
the lack of credibility of this report and of the audit work in 
general?


Thank you for your attention
Roberto Leite – Editor of the blog “Testing the sustainability limits”


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Caixa. Além de preta é hermeticamente fechada.




Olá amigos.

Nesta semana apenas registramos que uma instituição centenária do nosso país teve seu limite testado e não nos respondeu.


Depois de dois meses de tentativa, passando a área de assessoria de imprensa até o presidente da instituição, não obtivemos nenhuma resposta, nem mesmo um alô.


Com este posicionamento, descobrimos não só que a Caixa é preta como também é hermeticamente fechada. Nada entra, nada sai.


Foi a primeira vez em dois anos do nosso blog que uma instituição financeira se nega a responder as dúvidas e questionamentos que ela mesma criou em seu relatório.


Chega ser irônico que uma instituição criada por D. Pedro II para atender a população pobre e para que escravos pudessem guardar suas economias para comprar sua liberdade hoje financia, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, construtoras suspeitas de utilizar mão de obra escrava em suas obras. É uma instituição se faz de cega, jogando no lixo 150 anos de história.

Sabemos da importância ímpar da Caixa para o desenvolvimento do nosso país, são suas politicas de financiamento que movimentam e muito a economia do Brasil, no entanto, isto deveria ter sido feito com mais responsabilidade.


Fica aqui registrado nosso lamento, mas ainda não desistimos, vamos continuar em busca das respostas.


Eles podem ter chegado em seu limite, mas nós não.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Hopital Albert Einstein. Um ótimo hospital, mas com um processo sustentável a ser melhorado



Olá amigos,

Em menos de uma semana o Hospital Albert Einstem nos encaminhou as respostas.

Agradecemos o interesse e a atenção em nos responder.

Ao ler as respostas aos questionamentos, vemos o interesse desta instituição em trabalhar de maneira sustentável, no entanto, fica clara a dificuldade da mesma em trabalhar nesta vereda.

Vemos o quanto o trabalho da empresa é estruturado para dentro mas para fora, muito deve ser melhorado. Como cliente do hospital posso estar muito satisfeito, mas como cidadão ao ver uma instituição deste porte e sem fins lucrativos devolver tão pouco a sociedade, isto nos deixa um tanto quanto chateados.

No âmbito social, vemos que o Hospital Albert Einsten apenas administra recursos oriundo do SUS e nada mais, ele é apenas um intermediário no processo frente a um sistema de gestão pública de saúde deficitário em nosso país. Pelo porte do hospital e pelo que foi relatado, eles poderiam fazer muito mais.

Nota-se que os milhões investidos em pesquisas por esta associação, dificilmente chegarão ao cidadão comum. Esta cobrança se faz necessária, pois o instituto é sem fins lucrativos, não paga imposto e parte do superavit relatado pela instituição deveria ser investido mais diretamente no resultados dessas pesquisas para a população carente.

Também parece um tanto quanto confuso a posiçáo do hospital em citar bolsas de estudo oferecido aos empregados como investimento social, isto na verdade é investimento na capacitação de recursos humanos da instituição e deveria ficar mais claro no relatório esta informação.

Sobre o trabalho do hospital com a casa de repouso de idosos, fica clara que a Sociedade Israelita busca zelar pela comunidade judaica, mas isto deveria ficar mais claro, pois sabemos muito do sofrimento desses idosos e do respeito que devemos ter com eles, no entanto, ao afirmar que "atuação do hospital é cuidar da saúde de milhares de brasileiros sem distinção de origem ou classe social", o trabalho desenvolvido com esses idosos soa contraditorio com os preceitos impostos pela própria instituição.

Outro ponto em destaque é o modelo de atendimento, em todo o relatório o hospital apresenta pesquisas de todas as formas de satisfação do cliente, mas quando administra um hospital público o hospital Albert Einsten não apresenta estudo semelhante. Parece que quando a associação israelita é desafiada a administrar um hospital público a mesma não busca trabalhar com os mesmos critérios de avaliação aplicados em outros pontos da rede. Parece que se avaliar, o resultado não vai ser satisfatório.

Assim, acreditamos que o hospital é com certeza referência e modelo para o Brasil, mas por ser uma instituição sem fins lucrativos, esta deveria ser mais aberta a sociedade brasileira como um todo e não apenas as classes mais abastadas, a comunidade judaica e alguns pequenos grupos de pessoas carentes.

Já sobre as questoes especificas do GRI, colocamos nosso complemento abaixo dos questionamentos em Vermelho.

Segue abaixo as respostas encaminhadas


Prezado Sr. Roberto Leite,

Agradeço o interesse manifestado sobre o relatório de sustentabilidade da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (Einstein) de 2011 e, como solicitado, respondo abaixo às questões levantadas:

1- Os trabalhos desenvolvidos nas UBS na cidade de sp são com recursos advindos do hospital ou de verbas públicas ?

Os custos diretos dos trabalhos desenvolvidos pelo Einstein no sistema de atenção primária na cidade de São Paulo são financiados com recursos do Sistema Único de Saúde. Entretanto, o Einstein arca com vários custos administrativos indiretos, p. ex. finanças e controles internos, gestão de recursos humanos, suprimentos, tecnologia de informação, ensino e práticas, bem como o custo financeiro por variações entre as datas dos desembolsos e o seu efetivo recebimento.

2- Em que momento as pesquisas desenvolvidas pelo hospital são revertidas em benefício para a sociedade como um todo e não só para os pacientes do hospital visto que metade do recurso advém de verbas públicas ?

O que o relatório diz é que dos recursos destinados ao financiamento (direto) da pesquisa, que não inclui o dos custos de manutenção da infra-estrutura e apoio, 52% foram provenientes de doações nacionais e do exterior, de agências de fomento, de parcerias com o poder público e do aporte de empresas privadas, ou seja, de fontes externas. A maior parte deste investimento é de fontes privadas. O principal benefício da pesquisa é a geração de conhecimento, que é compartilhada com a sociedade, através de publicações científicas (ver pags. 94 e 95).

3- O que esta incluso nos 151 milhões de reais investidos em ações sociais por parte do hospital ? Esta incluso as verbas recebidas do governo por meio das parcerias público - privadas ou não ?

Os R$ 151 milhões correspondem aos gastos realizados em 2011 nos 32 projetos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS, exclusivamente com recursos do Einstein. Os principais projetos são os de transplantes, assistência pediátrica em Paraisópolis, operação da rede pública de bancos de sangue de cordão (Redecord), prestação de serviços de ultrassonografia para a Prefeitura Municipal de São Paulo, apoio aos Hospitais Federais do Rio de Janeiro e programas de capacitação para o Ministério da Saúde. Mas há outros.

4- O que o hospital faz com os 90 milhões de superavit visto que e uma instituição é sem fins lucrativos ?

A pergunta reflete desconhecimento com relação a instituições sem fins lucrativos. Como outras instituições no Brasil e no Exterior, o Einstein não recebe recursos públicos e, por isso e para assegurar a sua sustentabilidade, tem que gerar superávits para manter e atualizar seus ativos e financiar o crescimento de suas atividades. Por força de lei estes superávits têm que ser inteiramente reinvestidos nas suas atividades.


5- Dos 7 transplantes cardíacos realizados pelo hospital com destaque no relatório, quantos foram particulares e quantos foram públicos pelo SUS ?

Todos os transplantes cardíacos realizados nos últimos dois anos foram pelo SUS.

6- Os transplantes feitos pelo SUS são realizados em qual hospital ?

Todos os transplantes feitos pelo Einstein para o SUS são realizados no Hospital Israelita Albert Einstein, no Morumbi, São Paulo.

7- Qual o critério de seleção para os transplantes ? É o cadastro nacional ?

Todos os transplantes são feitos com base no cadastro nacional.

8- Os bolsistas do programa de pós graduação desenvolvidos pelo hospital são oferecidos somente para funcionários ou também atende a comunidade? Qual o critério de seleção dos bolsistas ?

As bolsas de pós-graduação são destinadas apenas a empregados, de acordo com critérios de elegibilidade estabelecidos no programa de apoio financeiro para a educação.

9- Qual o critério para o hospital receber pacientes do SUS no setor de oncologia e hematologia do hospital ?

O Einstein não possui novos pacientes do SUS em seu programa de oncologia, mas sim em hematologia. Neste caso os pacientes fazem parte de programas de pesquisa. Um dos objetivos atuais do Einstein é desenvolver a oferta deste serviço, o que vem negociando com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

10.  Os cursos técnicos oferecidos pelo hospital possui também sistema de bolsa ? Se sim, qual o critério de seleção ?

São oferecidas bolsas aos 40 melhores dos 560 candidatos selecionados para os cursos técnicos a cada ano.

11.  Qual o critério para selecionar os moradores de Paraisópolis a participar dos cursos de camareiro, cuidador, copeiro etc... ?

Os moradores de Paraisópolis inscrevem-se na Unidade do Einstein neste bairro ou pelo site e, na seqüência, participam de um processo seletivo. Uma vez aprovados, participam dos cursos.

12.  Por que a frequência de acidentes foi tão alto no Instituto Israelita de Responsabilidade Social em 2010, chegando a uma taxa de frequência de 19,4, quase o dobro da taxa do hospital em si ?

A maioria da exposição ao risco dos empregados do Instituto Israelita de Responsabilidade Social está relacionada com as atividades externas das equipes da atenção à saúde, que envolve deslocamentos em regiões de urbanização muito precária, sem ruas, calçadas, corrimãos etc., que resultam em quedas.

13- Qual a razão do índice de motivação dos empregados cair 3% de 2009 para 2010 apesar do índice alto de contratação ?

A redução no indicador de motivação ocorreu principalmente no Hospital, em áreas específicas. Os principais determinantes foram “desafios encontrados no desempenho do meu trabalho”, “compreensão e preocupação do meu superior imediato com o funcionário como pessoa e não apenas como profissional” e “oportunidade para promoção e crescimento na carreira”. Dentro do processo de gestão do clima organizacional, as causas das avaliações baixas são identificadas e adotadas ações institucionais ou planos específicos, discutidos com as unidades, para sua melhoria.

14- Vocês afirmam que a "atuação do hospital é cuidar da saúde de milhares de brasileiros sem distinção de origem ou classe social", no entanto, seus projetos com idosos são voltados somente à comunidade judaica. Isto não soa contraditório ?

O Einstein é uma organização criada pela Comunidade Judaica de São Paulo, que atende hoje a cerca de um milhão de pessoas em seus projetos na área pública. A Comunidade Judaica tem sido generosa no apoio ao Einstein, não apenas através do trabalho voluntário dos seus membros, mas também pelas doações que viabilizaram a sua construção. Acolher algumas centenas de membros da Comunidade, idosos e carentes, muitos com uma história pessoal de perseguição e sofrimento, não é apenas justo, mas parte da missão do Einstein. Equidade é também tratar cada um de acordo com as suas necessidades.

15- Vocês apresentaram indicadores de satisfação de vários serviços prestados pela associação, mas não apresentaram uma pesquisa de satisfação do hospital municipal Moyses Deutsch que vocês administram com recurso público. Vocês possuem esses dados ? Se não, por quê ?

O Einstein é um sistema de saúde complexo, que atende a públicos diversos, cada um com recursos e modelos de financiamento específicos. O elemento comum do sistema são seus princípios, valores e o compromisso com uma estrutura de padrões de qualidade que devem ser observados em todas as atividades. Isto significa que cada atividade deve adaptar-se aos recursos disponíveis, ao modelo de financiamento e às regras do sistema em que estão inseridos, não se utilizando necessariamente os mesmos instrumentos em todas elas.

16- Por que o turn over do hospital é tão alto, principalmente entre os mais jovens, apesar de vocês afirmarem que possuem um ótimo ambiente de trabalho. Qual a razão disto ?

Para o comentário fazer sentido, seria importante comparar com a rotatividade do setor, informação que não está disponível, e entender a sua distribuição. Em nossa opinião e através da observação de amostras limitadas de dados, a rotatividade do Einstein é mais baixa que do setor e está fortemente concentrada nos primeiros anos após a contratação, que reflete a adaptação dos profissionais à cultura do Einstein. Comentários sobre a cultura podem ser encontrados no relatório.

17- Por que houve um aumento de mais de 20% na geração de resíduo não reciclável por parte do hospital ?

O crescimento da geração de resíduos decorre da forte expansão das atividades do Einstein, como informado na pag. 53, e de uma redução temporária da reciclagem de plástico em 2011, para revisão do processo.

18- Como será realizada esta auditoria anual nos fornecedores para avaliar os aspectos sustentáveis ? Qual a metodologia e critério para isto ?

O Einstein reconhece a importância de avaliar os aspectos de sustentabilidade de seus fornecedores e entende que o processo se desdobrará tem três fases: criação da base contratual para a exigência, o screening dos fornecedores a serem avaliados com base em critérios de materialidade e probabilidade de risco e finalmente a avaliação no local. O Einstein está na primeira fase deste processo.

Especificamente do GRI temos os seguintes questionamentos:

19 - O relatório é bastante interessante, trazendo informações de qualidade para o leitor. A linguagem é objetiva e acessível para todos os públicos. Todavia não podemos considerá-lo um relatório que atende ao nível B da GRI, uma vez que a premissa principal não foi atendida. Não foi apresentado qualquer trabalho de identificação de temas materiais por parte de stakeholders. Pelo que lemos, o Relatório foi construído a partir de uma visão unilateral (o próprio Albert Einstein), o que fere a linha mestra de relatórios de sustentabilidade GRI: Trazer uma temática em parte escolhida pelos stakeholders que gravitam em torno da organização.
Desta forma entendemos que não há atendimento aos Princípios de Materialidade e Inclusão de stakeholders. Esta percepção está correta ?

O trabalho de identificação dos temas materiais está descrito na pag. 6 e envolveu 190 representantes de 15 públicos estratégicos do Einstein.

20- O Relatório faz menção, em vários momentos, a públicos de relacionamentos, mas não identifica claramente quem são estes. Quais são ?

Ver resposta acima.

21- De positivo encontramos vários indicadores de qualidade e segurança apresentados sobre um período de 5 anos.

21.1- Pesquisa de clima:
Na pesquisa de clima o que devemos entender a respeito dos graus de satisfação e motivação apresentados? O resultado apresentado mistura MUITO satisfeito com satisfeito e MUITO motivado com motivado. Como devemos interpretar estes resultados? Trata-se da soma dos dados obtidos destas duas opções?
Link
http://www.einstein.com/sobre-a-sociedade/sustentabilidade Programa Einstein de Sustentabilidade demonstra erro de servidor (404 – file or directory not found)

A pesquisa de clima organizacional divide as respostas em muito satisfeito, satisfeito, nem satisfeito/nem insatisfeito, insatisfeito e muito insatisfeito. O resultado é a soma do percentual dos muito satisfeitos e satisfeitos.
Deve haver alguma confusão quanto ao link, pois até onde foi possível apurar não é um link ativo do Einstein.

21.2 INDICADORES
Encontramos varias informações importantes a respeito dos indicadores da GRI, porém, pela qualidade das informações apresentadas através do índice remissivo da pág. 116, fica evidente que não houve uma análise técnica sobre os protocolos dos indicadores. A impressão que temos após leitura do índice remissivo é que o Hospital Albert Einstein aplica os protocolos sobre os indicadores da GRI de forma opcional e livre. Infelizmente desta forma nunca será possível aplicar o Princípio da Comparabilidade ao longo do tempo e entre organizações do mesmo ramo. É triste entender que os painéis multistakeholders da GRI gastaram tanta energia para definir indicadores objetivos e vê-los sendo aplicados à revelia por uma organização tão renomada. Nossas percepções abaixo estão corretas ?
Esta característica foi evidenciada em boa parte dos indicadores apresentados. Abaixo citamos alguns exemplos:

EC6: O Relatório se limita a informar que compra 95% de produtos no mercado interno e 5% no externo. O que se espera aqui é uma resposta clara sobre a existência de política voltada para preferência a FORNECEDORES LOCAIS. E caso positivo, declara o % do orçamento gasto com estes fornecedores locais. Nem sequer encontramos uma definição clara do que o Einstein entende por LOCAL (definição geográfica).

A informação da pag. 134 esclarece que 68% das compras são locais, 31% nacionais e 1% globais, sendo que por local deve entender-se do Estado de São Paulo. Quando o Einstein tem determinada política esta foi informada. Neste caso não tem.


LA7: Não foi relatado se houve óbitos no período reportado

Não houve óbitos relacionados ao trabalho.

HR1: Não há informações sobre número e % de contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos. Interessante observar que houve expansão com a nova unidade avançada de Perdizes-Higienópolis. Fica a pergunta se os grandes empreiteiros que conduziram as obras, assim como fornecedores de equipamentos tiveram que atender a critérios de direitos humanos, e se foram avaliados quanto a isto.

Os investimentos do Einstein são basicamente dentro de unidades existentes e mais raramente em novas, como foi o caso de Perdizes-Higienópolis. A cláusula contratual que trata dos direitos humanos, trabalho escravo e infantil é a seguinte:

Cláusula X - As PARTES obrigam-se a cumprir, bem como obrigar que todos os envolvidos, direta ou indiretamente, na execução dos SERVIÇOS objeto da presente contratação cumpram as seguintes regras de responsabilidade social:

15.1. Não utilizar, sob qualquer forma, mão de obra infantil. O termo INFANTIL refere-se a pessoas mais jovens do que a legislação determinar como idade mínima permitida para exercer trabalho, ou com idade inferior à necessária para que se complete o ensino fundamental. Em qualquer caso, as PARTES não empregarão criança menor de 14 anos, em especial nas suas linhas de produção ou distribuição de produtos e/ou serviços. Caso seja permitida por lei a contratação de mão de obra de pessoas com menos de 14 anos de idade, obrigatoriamente deverão ser cumpridas todas as restrições previstas em Lei.

15.2. Não utilizar, sob qualquer forma, mão de obra de pessoas cujo trabalho seja executado de maneira forçada ou cujo trabalho seja executado sem a livre e espontânea vontade do trabalhador.

15.3. Tratar todos os seus trabalhadores com dignidade e respeito e de forma alguma utilizar qualquer tipo de punição corporal, tratamento violento, abuso físico, sexual, psicológico ou verbal.

15.4. Não fazer uso de qualquer tipo de prática discriminatória na seleção, na contratação e no trabalho, inclusive com relação a salários benefícios, disciplina, rescisão, aposentadoria, seja com base em raça, religião, idade, nacionalidade, origem social e/ou étnica, sexo, opção sexual, política ou restrição física.

15.5. Oferecer aos seus trabalhadores um local de trabalho seguro e sadio, cumprindo todas as leis aplicáveis, garantindo-lhes, no mínimo, água potável, infra-estrutura sanitária, equipamentos contra incêndio, iluminação e ventilação adequados.

15.6. Reconhecer que os salários são essenciais para satisfazer as necessidades básicas dos trabalhadores e, conseqüentemente, concordar em cumprir, no mínimo, com todas as leis salariais aplicáveis, em especial no que se refere a salário mínimo, horas extraordinariamente trabalhadas, horas máximas de trabalho, descanso semanal remunerado e descanso entre jornadas.

15.7. Respeitar os direitos dos trabalhadores de associação, organização e negociação coletiva, de acordo com a lei e de maneira pacífica, sem imposição de quaisquer penalidades.

15.8. Respeitar todas as leis aplicáveis à proteção ao meio ambiente.

15.9. Respeitar todas as leis aplicáveis à proteção do consumidor, fabricação, preços, venda e distribuição de produtos e/ou serviços a que se refere o presente contrato.

A maioria dos contratos é executada dentro das instalações do Einstein, sob sua estrita supervisão, ou quando realizada externamente possui um gerente de projeto que é responsável pelo seu acompanhamento em todas as dimensões.

HR2: Foi dito que já existem cláusulas referentes a trabalho infantil e escravo. O protocolo é claro ao solicitar que se apresente o % de contratos com fornecedores críticos onde estas cláusulas foram aplicadas. Não encontramos esta informação.

A base de fornecedores de bens e serviços do Einstein é muito pulverizada, mas pouco terceirizada ou global, e os contratos estabelecidos contêm a cláusula acima. Pela natureza das atividades destes fornecedores e do fato da maioria dos serviços serem prestados dentro do Einstein, há um acompanhamento próximo das práticas.

Há um risco considerável em não monitorar o atendimento das cláusulas contratuais estabelecidas. Como diz o velho ditado: O PAPEL ACEITA TUDO.

HR4: Nada foi apresentado sobre as providências tomadas em relação aos casos de discriminação registrados.

Os casos descritos envolvem fatos ocorridos entre membros de equipes assistenciais, de diferentes profissões, em que basicamente houve falta de cortesia e respeito. As medidas adotadas de rápido feedback têm surtido o necessário efeito.

O indicador solicita maiores esclarecimentos sobre as medidas tomadas. Ocorre um simples bate-papo (rápido feedback) e tudo fica como está?

HR6 e HR7: É muito simples afirmar que não foram identificadas situações de trabalho infantil ou escravo (incl análogo). Ora, quem não procura não acha! Será que o Einstein buscou saber como anda o cumprimento da legislação sobre o máximo de horas extras a serem exercidas pelos seus funcionários e de seus prestadores de serviço? Será que foi feita uma análise de riscos na cadeia produtiva para identificar onde existe a possibilidade de ocorrência de trabalho infantil ou escravo (incl análogo)? É isto que o protocolo da GRI solicita.

Como dito acima, a prestação de serviços na sua quase totalidade é exercida dentro de instalações do Einstein ou sob o seu acompanhamento próximo. As dimensões de controle são holísticas e não dizem respeito só ao trabalho escravo ou infantil, mas a todos os aspectos de contrato, projeto, segurança, meio ambiente, relação com a comunidade etc..

O risco está justamente naquelas poucas atividades que ocorrem fora das instalações, como colocado na resposta (“quase totalidade”)
Outra questão adicional é que não há monitoramento das cláusulas contratuais. Como é que se vai descobrir se os trabalhadores das empresas prestadoras de serviço excedem a jornada de trabalho semanal, mesmo atuando dentro das instalações??

SO3: Simplesmente reportar que não há um treinamento relativo a normativos anti-corrupção não lhes dá o direito de considerar o indicador atendido, uma vez que se trata de um tema extremamente MATERIAL para uma empresa hospitalar. Não seria bem mais ético considerar o indicador não atendido, elaborar um plano de ação para isto, trabalhar neste plano e no ano seguinte respondê-lo com propriedade, e daí sim, analisar se foi atendido??

Crítica procedente.

EN1 (materiais): Não foram apresentados os principais insumos consumidos (ex. produtos de limpeza e desinfecção)

Crítica procedente.

EN3/EN4: Não foi apresentado o consumo de energia comprada da concessionária de energia.

A informação está a pág. 110.

SO1: Não há qualquer informação sobre realização de avaliação de impactos sociais das atividades, como, por exemplo, a construção da nova unidade Perdizes-Higienópolis.

Os projetos recentes do Einstein não têm impacto negativo relevante nas comunidades, pois atendem à necessidade de serviços de saúde identificadas nas comunidades. A Unidade de Perdizes-Higienópolis é a quarta do mesmo tipo e as expectativas e necessidades da comunidade, bem como seus impactos, são conhecidas.

Toda construção civil traz impactos sociais importantes para o seu meio, como por exemplo ruído, poeira e riscos de acidentes no entorno da obra. Quem mora ao lado de um hospital e ouve continuamente as sirenes das ambulâncias transitando de e para o hospital não deve pensar como os senhores a respeito da ausência de impactos sociais negativos. A questão chave deste indicador é responder sobre a existência de método para identificação de impactos sociais e dados sobre sua implementação. Está claro para o leitor que nada disto existe.

SO5: Não há informações consistentes sobre posições assumidas pelo Albert Einstein em questões significativas que foram o foco da participação do hospital no desenvolvimento de políticas públicas.

Infelizmente, por várias razões, o Einstein não participa do desenvolvimento das políticas públicas de saúde.

Por favor corrigir para a próxima publicação, pois houve uma confusão conceitual entre participação/posição quanto a políticas públicas e parcerias público-privadas (são importantes, mas não tem relação com o indicador SO5)

SO8: Do ponto de vista de clareza e transparência para a sociedade seria de grande valia explicar por que existem multas que totalizam um valor de quase 14 milhões de reais.

O texto foi além do necessário, pois não havia multas a informar. As multas relativas aos autos de infração estão com a exigibilidade suspensa e o valor que ali consta não é das multas e sim dos tributos em discussão.

Realmente um erro grave na publicação!


Espero que estas informações respondam às questões levantadas e estou à disposição para esclarecimentos adicionais.

Atenciosamente,

Henrique Neves
Diretor Geral

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Einsten teve seu limite testado. Bem.... Isto é relativo.


Olá Amigos,

Nesta semana nossa equipe resolveu testar os limites do hospital Albert Einsten, uma associação sem fins lucrativos de renome nacional na área da saúde.

Ao ler o relatório, a primeira vista, parece algo completo e bem estruturado, no entanto, nas entrelinhas, vimos o quanto este documento está vazio não em conteúdo mas em metodologia e na falta de reportar o que realmente interessa no âmbito da sustentabilidade seguindo o modelo GRI.

Apesar de ser um relatório proposto pela comunidade judaica, eles não economizaram nas palavras, mas ficou muito sem conteúdo. Nota-se que eles fazem trabalhos interessantes, mas não fica claro como são desenvolvido os projetos, bem como quais os resultados apresentados, principalmente com os projetos subsidiados pelo governo por meio de convênios.

Assim, encaminhamos abaixo os nossos questionamentos e esperamos que tenhamos as respostas.

Shalom a todos os nossos leitores.

Boa Leitura.



Prezados Profissionais do hospital Albert Einsten,

Sou Roberto Leite, editor do blog “testando os limites da sustentabilidade”, canal que busca discutir os relatórios de sustentabilidade das organizações.
Esta semana nossa equipe leu o relatório do hospital e ficamos com algumas dúvidas que gostaríamos e muito que fossem sanadas.
Assim, segue abaixo os nossos questionamentos e se não for possível a resposta, gostaríamos de receber uma posição negativa de maneira oficial.

1- Os trabalhos desenvolvidos nas UBS na cidade de sp são com recursos advindos do hospital ou de verbas públicas ?

2- Em que momento as pesquisas desenvolvidas pelo hospital são revertidas em benefício para a sociedade como um todo e não só para os pacientes do hospital visto que metade do recurso advém de verbas públicas ?

3- O que esta incluso nos 151 milhões de reais investidos em ações sociais por parte do hospital ? Esta incluso as verbas recebidas do governo por meio das parcerias público - privadas ou não ?

4- O que o hospital faz com os 90 milhões de superavit visto que e uma instituição é sem fins lucrativos ?

5- Dos 7 transplantes cardíacos realizados pelo hospital com destaque no relatório, quantos foram particulares e quantos foram públicos pelo SUS ?

6- Os transplantes feitos pelo SUS são realizados em qual hospital ? 

7- Qual o critério de seleção para os transplantes ? É o cadastro nacional ?

8- Os bolsistas do programa de pós graduação desenvolvidos pelo hospital são oferecidos somente para funcionários ou também atende a comunidade? Qual o critério de seleção dos bolsistas ?

9- Qual o critério para o hospital receber pacientes do SUS no setor de oncologia e hematologia do hospital ?

10- Os cursos técnicos oferecidos pelo hospital possui também sistema de bolsa ? Se sim, qual o critério de seleção ?

11- Qual o critério para selecionar os moradores de Paraisópolis a participar dos cursos de camareiro, cuidador, copeiro etc... ?

12- Por que a frequência de acidentes foi tão alto no Instituto Israelita de Responsabilidade Social em 2010, chegando a uma taxa de frequência de 19,4, quase o dobro da taxa do hospital em si ?

13- Qual a razão do índice de motivação dos empregados cair 3% de 2009 para 2010 apesar do índice alto de contratação ?

14- Vocês afirmam que a "atuação do hospital é cuidar da saúde de milhares de brasileiros sem distinção de origem ou classe social", no entanto, seus projetos com idosos são voltados somente à comunidade judaica. Isto não soa contraditório ?

15- Vocês apresentaram indicadores de satisfação de vários serviços prestados pela associação, mas não apresentaram uma pesquisa de satisfação do hospital municipal Moyses Deutsch que vocês administram com recurso público. Vocês possuem esses dados ? Se não, por quê ?

16- Por que o turn over do hospital é tão alto, principalmente entre os mais jovens, apesar de vocês afirmarem que possuem um ótimo ambiente de trabalho. Qual a razão disto ?

17- Por que houve um aumento de mais de 20% na geração de resíduo não reciclável por parte do hospital ?

18- Como será realizada esta auditoria anual nos fornecedores para avaliar os aspectos sustentáveis ? Qual a metodologia e critério para isto ?

Especificamente do GRI temos os seguintes questionamentos:

19 - O relatório é bastante interessante, trazendo informações de qualidade para o leitor. A linguagem é objetiva e acessível para todos os públicos. Todavia não podemos considerá-lo um relatório que atende ao nível B da GRI, uma vez que a premissa principal não foi atendida. Não foi apresentado qualquer trabalho de identificação de temas materiais por parte de stakeholders. Pelo que lemos, o Relatório foi construído a partir de uma visão unilateral (o próprio Albert Einstein), o que fere a linha mestra de relatórios de sustentabilidade GRI: Trazer uma temática em parte escolhida pelos stakeholders que gravitam em torno da organização.
Desta forma entendemos que não há atendimento aos Princípios de Materialidade e Inclusão de stakeholders. Esta percepção está correta ?

20- O Relatório faz menção, em vários momentos, a públicos de relacionamentos, mas não identifica claramente quem são estes. Quais são ?

21- De positivo encontramos vários indicadores de qualidade e segurança apresentados sobre um período de 5 anos.

21.1- Pesquisa de clima:
Na pesquisa de clima o que devemos entender a respeito dos graus de satisfação e motivação apresentados? O resultado apresentado mistura MUITO satisfeito com satisfeito e MUITO motivado com motivado. Como devemos interpretar estes resultados? Trata-se da soma dos dados obtidos destas duas opções?
Link http://www.einstein.com/sobre-a-sociedade/sustentabilidade Programa Einstein de Sustentabilidade demonstra erro de servidor (404 – file or directory not found)

21.2 INDICADORES
Encontramos varias informações importantes a respeito dos indicadores da GRI, porém, pela qualidade das informações apresentadas através do índice remissivo da pág. 116, fica evidente que não houve uma análise técnica sobre os protocolos dos indicadores. A impressão que temos após leitura do índice remissivo é que o Hospital Albert Einstein aplica os protocolos sobre os indicadores da GRI de forma opcional e livre. Infelizmente desta forma nunca será possível aplicar o Princípio da Comparabilidade ao longo do tempo e entre organizações do mesmo ramo. É triste entender que os painéis multistakeholders da GRI gastaram tanta energia para definir indicadores objetivos e vê-los sendo aplicados à revelia por uma organização tão renomada. Nossas percepções abaixo estão corretas ?
Esta característica foi evidenciada em boa parte dos indicadores apresentados. Abaixo citamos alguns exemplos:

EC6: O Relatório se limita a informar que compra 95% de produtos no mercado interno e 5% no externo. O que se espera aqui é uma resposta clara sobre a existência de política voltada para preferência a FORNECEDORES LOCAIS. E caso positivo, declara o % do orçamento gasto com estes fornecedores locais. Nem sequer encontramos uma definição clara do que o Einstein entende por LOCAL (definição geográfica).

LA7: Não foi relatado se houve óbitos no período reportado

HR1: Não há informações sobre número e % de contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos. Interessante observar que houve expansão com a nova unidade avançada de Perdizes-Higienópolis. Fica a pergunta se os grandes empreiteiros que conduziram as obras, assim como fornecedores de equipamentos tiveram que atender a critérios de direitos humanos, e se foram avaliados quanto a isto.

HR2: Foi dito que já existem cláusulas referentes a trabalho infantil e escravo. O protocolo é claro ao solicitar que se apresente o % de contratos com fornecedores críticos onde estas cláusulas foram aplicadas. Não encontramos esta informação.

HR4: Nada foi apresentado sobre as providências tomadas em relação aos casos de discriminação registrados.

HR6 e HR7: É muito simples afirmar que não foram identificadas situações de trabalho infantil ou escravo (incl análogo). Ora, quem não procura não acha! Será que o Einstein buscou saber como anda o cumprimento da legislação sobre o máximo de horas extras a serem exercidas pelos seus funcionários e de seus prestadores de serviço? Será que foi feita uma análise de riscos na cadeia produtiva para identificar onde existe a possibilidade de ocorrência de trabalho infantil ou escravo (incl análogo)? É isto que o protocolo da GRI solicita.

SO3: Simplesmente reportar que não há um treinamento relativo a normativos anti-corrupção não lhes dá o direito de considerar o indicador atendido, uma vez que se trata de um tema extremamente MATERIAL para uma empresa hospitalar. Não seria bem mais ético considerar o indicador não atendido, elaborar um plano de ação para isto, trabalhar neste plano e no ano seguinte respondê-lo com propriedade, e daí sim, analisar se foi atendido??

EN1 (materiais): Não foram apresentados os principais insumos consumidos (ex. produtos de limpeza e desinfecção)

EN3/EN4: Não foi apresentado o consumo de energia comprada da concessionária de energia

SO1: Não há qualquer informação sobre realização de avaliação de impactos sociais das atividades, como, por exemplo, a construção da nova unidade Perdizes-Higienópolis.

SO5: Não há informações consistentes sobre posições assumidas pelo Albert Einstein em questões significativas que foram o foco da participação do hospital no desenvolvimento de políticas públicas.

SO8: Do ponto de vista de clareza e transparência para a sociedade seria de grande valia explicar por que existem multas que totalizam um valor de quase 14 milhões de reais.

Grato pela atenção e ficamos no aguardo.

Roberto Leite

Editor do blog Testando os Limites da Sustentabilidade