quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Natura. Paro minhas férias com satisfação para postar essas respostas.


Olá Amigos,

Interrompo minhas férias por um bom motivo.

Esta semana recebemos, conforme acordado, a resposta da Natura.

Fico realmente feliz em fechar o ano de 2012 com uma resposta de qualidade como esta. É muito bom discutir e aprender com empresas que entendem do riscado e este foi o caso da Natura.

Muito interessante ver como a empresa defendeu seus posicionamentos e apresentou suas respostas. Apesar de alguns momentos o discurso cair um pouco nos chavões corporativos, de um modo o geral as respostas foram muito boas.

Agradeço a Natura pela maturidade e pela disposição em nos atender desta forma.

Assim, segue abaixo as respostas da empresa. Uma boa leitura a todos.

Volto agora para as minhas férias.

Até 2013.


1 – Vocês poderiam explicar melhor a metodologia de seleção de fornecedores?

O processo de seleção de fornecedores leva em consideração aspectos técnicos, econômicos e socioambientais, além da capacidade operacional e financeira dos potenciais parceiros. O objetivo é encontrar fornecedores alinhados à nossa essência e que agreguem valor ao negócio.

2 – Por que o modelo comercial empreendedor e inovador aplicado no México não foi aplicado no Brasil? Alguma questão cultural para isso?

O novo modelo comercial da Natura México, a Red de Relaciones Sustentables Natura, nasceu com os objetivos de fortalecer e acelerar nossa expansão internacional. Já estávamos no México havia seis anos, com a marca reconhecida, mas ainda com enorme potencial de crescimento no país. Considerando o mercado e a cultura locais, o novo modelo comercial foi desenvolvido exclusivamente para a realidade mexicana, segundo maior mercado de venda direta da América Latina, que tem o multinível como o principal modelo comercial de venda direta.

Único na indústria da venda direta, o modelo é focado no tripple bottom line, considerando tanto o crescimento econômico das vendas como o autodesenvolvimento e o engajamento em ações socioambientais das nossas Consultoras e dos nossos Líderes, oferecendo oportunidade a mais pessoas de terem uma carreira e um negócio autônomo. É o conceito do empreendedorismo sustentável inserido no negócio.

Pensando em Brasil, já temos um modelo comercial bastante consolidado e exitoso, além de uma rede de Consultoras e Consultores muito mais ampla. Nada nos impede de buscar formas de inovações no modelo do Brasil, mas, antes de mais nada, temos de ver como as inovações do México se transformarão em resultados e, a partir de um profundo estudo da realidade e da cultura brasileiras, avaliar se essas inovações fazem sentido para o momento do País.

3 – Por que a meta de consumo de água para 2012 foi mudada de “reduzir” em 2011 para “manter”? A empresa sabe que não conseguirá reduzir o seu consumo por causa da expansão do negócio?

A meta foi de manter o consumo relativo de água porque estamos em uma fase de ampliação significativa de nossas operações: novo espaço administrativo (Nasp), praticamente duplicação do número de centros de distribuição no Brasil e construção de uma nova planta de produção no site Cajamar.

Esses movimentos aumentam nossa capacidade total de produção, distribuição e gestão do negócio, fundamental para sustentar nosso crescimento. Portanto, sabemos que o consumo “fixo” de água não será diluído completamente pelo crescimento estimado no ano vigente. Daí o desafio de manter o consumo relativo nesse período.

4 – Por que não foi estipulada uma meta de treinamento de funcionários em 2012, como em 2011, já que a mesma não foi atingida?

No relatório, explicamos que não há uma meta específica para colaboradores do Brasil, uma vez que ela passou a incluir também as operações internacionais. Contudo, logo em seguida, apresentamos as metas de treinamento. A meta para 2011 era de atingir 88 horas de treinamento, e realizamos 85. Para definir a meta de 2012, estimamos as ações necessárias versus o tempo disponível dos colaboradores diante dessas atividades e de outras da agenda de Gestão de Pessoas, e chegamos à conclusão de que não seria possível manter as metas estipuladas anteriormente. Além disso, temos utilizado um pouco mais o e-learning, que otimiza nosso tempo e reduz o número de horas necessárias para os treinamentos. Por isso, a meta para 2012 é de 80 horas, conforme consta no relatório.

5 – Por que a meta de atingir consultoras Natura no programa Crer para Ver caiu de 13% (meta não atingida), em 2011, para 11%, em 2012?

O indicador de penetração é feito com base na quantidade de Consultoras que compraram Crer para Ver no universo das que compram Natura. A meta anterior foi feita de acordo com uma previsão mais agressiva de crescimento da nossa rede de Consultoras. Na medida em que reavaliamos nossas premissas de crescimento de canal, automaticamente revimos também as metas do Crer para Ver. Assim, nossa meta parece menos agressiva por causa da base menor, mas, ainda assim, é desafiadora.

6 – Vocês citam muito no relatório o chamado índice de lealdade. Vocês poderiam definir o que é lealdade nessa questão?

Esse indicador é construído por meio de três tópicos: satisfação, recomendação e intenção de continuar. Cada um possui uma escala de cinco pontos (de muito satisfeito até muito insatisfeito), e é considerado leal somente quem dá nota máxima para os três itens.

7 – Por que vocês consideram meta sempre índices tão baixos de lealdade com todos os públicos?

Como explicado na resposta anterior, somos muito rigorosos ao mensurar esse quesito. Assim, consideramos bastante razoável a meta de atingir 21% de lealdade da nossa rede de Consultoras no Brasil e 33% das Consultoras Natura orientadoras, frente aos atuais 19% e 24%, respectivamente.

8 – O que mudou na metodologia para medir a lealdade das comunidades fornecedoras?

A medição de lealdade de comunidades fornecedoras é feita a partir de entrevistas com uma amostragem das famílias com as quais trabalhamos. As entrevistas sempre são realizadas por um instituto de pesquisa. Em 2010, o contato foi por telefone. Esse método não foi aprovado, pois os resultados não foram significativos. Então, em 2011, as entrevistas foram presenciais.

9 – Dentro dos comitês de apoio ao conselho de administração, onde questões relativas ao tema sustentabilidade são discutidas sistematicamente?

Como nossa gestão é orientada pelo triple bottom line, os temas de sustentabilidade são avaliados diretamente pelo próprio Conselho. Além disso, os comitês Estratégico e de Pessoas também debatem questões ligadas ao tema.

10 – Como é construído o mapa de riscos da Natura? Existe participação direta de empregados de vários níveis?

O mapa de riscos estratégicos é construído com a participação dos diferentes níveis que compõem o grupo de gestão, incluindo gestores de processos, gestores de negócio, Comitê Executivo e conselheiros. Adicionalmente, os riscos operacionais são mapeados por meio de ferramentas de gestão de riscos, com a participação de todos os integrantes da cadeia de processos da empresa.

11 – Parabéns por inserirem metas sociais e ambientais diretamente no bônus de seus executivos. Isso demonstra compromisso efetivo da empresa sobre essas questões.

12 – Vocês poderiam explicar melhor como inseriram no inventário de água a fase de uso de produtos pelos consumidores?

A pegada hídrica é um indicador geograficamente explícito, apresentando não só volumes de consumo de água e potencial poluidor, mas também os locais em que isso ocorre. Resgatando os conceitos, a água azul é o consumo de recursos de água doce, de fontes superficiais e subterrâneas, ao longo da cadeia. A água verde é o consumo de água de precipitações (chuva), sendo contabilizada através da quantidade evaporada e incorporada pela produção agrícola durante seu crescimento. E a água cinza é um indicador de poluição, definido como o volume de água doce necessário para assimilar a carga de poluentes com base nos padrões locais de qualidade ambiental da água.

Para o cálculo do consumo de água na fase de uso, consideramos o seu ciclo urbano, da captura ao descarte de efluentes, cobrindo as perdas do sistema de abastecimento de água, distribuição, coleta e tratamento de esgoto. Além disso, para cada categoria de produtos (sabonetes, xampus e hidratantes, entre outras), alocamos um volume de água necessário para seu uso, de acordo com a atividade de cuidado pessoal relacionada.

Os indicadores de pegada hídrica foram regionalizados por meio de dados locais de coleta e tratamento de efluentes, assim como do volume de vendas de produtos Natura por categoria e por região. A definição dos possíveis cenários para o descarte de efluentes em escala nacional contribuiu para uma melhor compreensão da potencial pegada hídrica de cada produto em diferentes regiões do Brasil.

Transferências entre bacias hidrográficas também foram consideradas na análise, já que são necessárias para o abastecimento de regiões com escassez de água e para atender populações locais. Segundo a definição de água azul, essa transferência representa um volume de água “consumida”, pois não retorna ao seu lugar de origem.

Além disso, incluímos o conceito de água cinza, avaliando a capacidade de assimilação de poluentes pelos recursos hídricos, e a pegada hídrica associada ao consumo de energia elétrica, tanto nos processos de tratamento e distribuição de água quanto no tratamento de efluentes gerados pelo consumidor após o uso do produto.

13 – Vocês chamam seus empregados de colaboradores, mas a taxa de lealdade, aparentemente, é baixa. Com base nesse índice, gostaríamos de saber se eles realmente colaboram.

Entendemos que um dos significados de “colaborar” é “trabalhar em comum com outrem na mesma obra”. Por isso, escolhemos esse nome para chamar o time de pessoas que compõem a Natura. Sabemos que os bons resultados das nossas ações só foram alcançados porque possuímos 6.785 colaboradores dedicados e aderentes à nossa essência. Manter a qualidade dessa relação é um dos primeiros pilares para promover o desenvolvimento e gerar valor de maneira sustentável, e acreditamos que essa é uma busca contínua.

14 – Por que as demandas tratadas pela ouvidoria estão caindo ano após ano?

Em 2009, a Ouvidoria tratou 94% das demandas, índice que caiu para 52% no ano seguinte. Isso aconteceu porque, em 2010, passamos a orientar o colaborador para que entrasse em contato primeiramente com a área gestora do processo, para questões técnicas com baixa criticidade. Os objetivos eram fomentar o diálogo entre os colaboradores e os gestores dos processos e reforçar o papel da Ouvidoria como um canal para tratar questões críticas em última instância. Com isso, o canal tratou 52% das manifestações recebidas e redirecionou 48% para as áreas gestoras.

Já em 2011, decidimos retomar o critério adotado em 2009, tratando todas as manifestações recebidas pelo canal, exceto aquelas em que não há dados suficientes para viabilizar a solução do caso.

15 – Vocês poderiam detalhar melhor quais foram as demandas operacionais e tecnológicas implantadas no ano de 2011 que acarretaram a insatisfação dos empregados?

Em 2011, implementamos, de forma simultânea, novos sistemas de captação e faturamento de pedidos e importantes mudanças em nosso modelo logístico, com a abertura de novos centros de distribuição, e reformulamos os processos de planejamento. Durante a transição dos sistemas, registramos instabilidade em nossas operações, que impactaram o processo de produção – com aumento no volume de produtos não disponíveis para a venda – e acabaram por afetar o relacionamento com todos os nossos públicos.

Esses investimentos integram o projeto de crescimento da empresa nos próximos anos e de elevação do nível de serviço a um patamar de excelência. Os resultados da mudança já estão sendo sentidos neste ano, com a redução no tempo de entrega dos produtos.

Seguimos comprometidos com o aumento da satisfação de nossos colaboradores. Temos ainda outros desafios a tratar, que demandam investimentos de médio e longo prazos. Vale salientar que demos início, no ano passado, a um programa de educação de líderes, com o objetivo de formar uma liderança engajada e inspiradora, responsável por multiplicar nossas crenças e valores dentro da companhia e para os demais públicos com os quais nos relacionamos.

Renovamos nossas metas da pesquisa de clima buscando retomar o crescimento do nível de satisfação em 2012 (como descrito no texto “Gestão à vista”, do Relatório Natura 2012).

16 – Por que o índice de rotatividade na Colômbia, no Chile e na França é tão alto? É um problema de adaptação de cultura?

Apesar de ainda ser alto, o índice de turnover da companhia caiu na maioria das operações internacionais. Cada operação está em um momento próprio da implementação de nossa estratégia de expansão internacional, o que nos impede de atribuir a mesma causa para o resultado deste indicador na Colômbia, no Chile e na França. 

17 – Vocês mudaram o modelo de relacionamento no México e demitiram muita gente em 2011. Qual a razão dessa decisão e qual o tratamento da empresa para com os demitidos?

O novo modelo comercial considera, para as Consultoras e Líderes Natura, ganhos e oportunidades de desenvolvimento maiores do que os praticados pelo antigo modelo. Desejávamos estender toda essa oportunidade de crescimento e desenvolvimento de negócio autônomo e empreendedor também para as antigas gerentes de Relações (GRs), convidando-as a fazer parte da Red de Relaciones Sustentables Natura. Dessa forma, convidamos as nossas GRs a serem donas de seus próprios negócios, atuando como empreendedoras. Estabelecemos uma nova forma de relação comercial com elas, convidando-as a atuar como agentes da transformação.

Tendo como uma das nossas principais crenças o cuidado com as relações, todo o processo de comunicação, apoio para decisão e transição foi feito com a ajuda de uma consultoria especializada em gestão de mudanças. Além disso, propusemos pacotes financeiros especiais, por seis meses, tanto para as GRs que decidiram aderir ao novo modelo como para as GRs que decidiram não fazer parte da Red de Relaciones Sustentables Natura.

O resultado da transição foi superior à meta estabelecida: das 232 GRs que tínhamos no modelo antigo, 228 aceitaram a nova relação comercial (mais de 98% de aceitação). Após os seis meses do pacote financeiro especial, 218 das 228 líderes continuaram conosco (95,6% de aceitação).

18 – Por que, sendo uma empresa dita feminina, o salário das mulheres, na maioria dos cargos, é menor que o dos homens?

A Política de Remuneração da Natura não faz nenhum tipo de diferenciação salarial entre homens e mulheres. Quando ocupam o mesmo cargo, recebem o mesmo salário.

Se tivermos um olhar detalhado, considerando as diferentes faixas de remuneração – administrativo, produção, gerencial e Diretoria –, veremos que as diferenças refletem o fato de ainda termos mais homens do que mulheres ocupando os cargos dos grupos salariais mais altos.

19 – Qual foi a aceitação dos empregados com relação à mudança do centro de distribuição? Com certeza essa decisão impactou muito a vida das pessoas. Como esse conflito foi administrado? Houve demissões?

A construção do CD de São Paulo está relacionada ao atendimento do crescimento da Natura no Estado.

A mudança de fato ainda não aconteceu. O novo CD está em fase de finalização, e a transferência dos colaboradores para esse novo espaço acontecerá de forma gradativa e começará no primeiro trimestre de 2013.

A comunicação para os colaboradores é pautada na transparência e na proximidade, para garantir uma transição tranquila e com a participação deles no desenvolvimento do processo. Para isso, foi estruturada uma Comissão de Colaboradores, eleita pelo próprio grupo, que se reúne frequentemente com a gestão do projeto e o RH. Nesses encontros, eles recebem informações sobre o status das obras e as tecnologias, tiram dúvidas, opinam, contribuem para todo o processo de transição e têm o papel de multiplicadores das informações para o restante da equipe.

O objetivo da empresa é de não realizar demissões relacionadas ao novo CD. A intenção é de que os colaboradores que não estarão nesse novo site sejam remanejados para outras oportunidades dentro da empresa.

Como em qualquer processo de mudança, os colaboradores estão ansiosos. Entretanto, procuramos deixá-los mais confortáveis oferecendo todo o apoio necessário em um processo de transição.

20 – Que tipo de indicador vocês avaliam no índice de fidelidade das consultoras? O que é ser um consultor fiel para a Natura?

A Natura não tem índice de fidelidade, e sim, de lealdade. Esse quesito já foi explicado nas questões 6 e 7.

21 – Por que o conhecimento espontâneo da marca caiu tanto no México de 2010 para 2011?

Não existe uma resposta direta e objetiva para isso, mas vamos expor alguns fatos que podem estar relacionados a essa questão.

Em 2010, a captação dos dados para esse indicador foi realizada em novembro, pouco tempo depois de uma campanha com anúncios em veículos impressos e na TV. Já em 2011, a avaliação foi feita durante a primeira semana de dezembro, e última ação publicitária tinha ocorrido em outubro.

Assim, o período em que a pesquisa foi realizada pode ter interferido no resultado final.

Além disso, a Natura é uma marca jovem no México. O tamanho de mercado e investimento de mídia da Natura nesse país ainda é inferior a 2%, nos índices de market share e share of voice.

Contudo, apesar da redução do conhecimento espontâneo, aumentamos o conhecimento estimado de 53% para 60%, o que reforça nosso crescimento de marca nesse país.

22 – Vocês afirmam que um dos pontos de insatisfação dos fornecedores da Natura é o controle interno de pagamentos. Vocês chegam a atrasar pagamentos por causa disso?

A Natura tem um volume relevante de pagamentos: são quase 40 mil por mês. Assim, por mais automatizado e sistêmico que seja nosso processo, ele demanda que todas as pessoas da organização façam os procedimentos da forma correta e no prazo combinado. Qualquer pequena falha pode se traduzir em atrasos no pagamento, e, sim, isso acontece. Nesses casos, tanto os solicitantes como a área financeira se comunicam com os fornecedores e, em conjunto, buscam a melhor alternativa para sanar os problemas. Temos programas de treinamento e reforço para os colaboradores envolvidos no processo.

23 – Vocês auditaram, em 2011, 219 fornecedores. Tiveram algum problema detectado?

O processo de auditoria de fornecedores visa identificar, de forma proativa, se o fornecedor apresenta algum aspecto legal, financeiro, regulatório etc. que represente algum risco para a Natura. Como o processo de auditoria é bastante abrangente, a cada ano encontramos algumas oportunidades de melhorias. Cada um desses pontos é compartilhado com os fornecedores, e são combinados planos de ação e prazos para resolução. Essas ações são incorporadas no Programa de Relacionamento e Desenvolvimento, o que nos permite acompanhar os casos mensalmente.

24 – Com relação às comunidades, quanto o edital de Juruá disponibilizou?

O Fundo Médio Juruá terá duração de três anos (2011, 2012 e 2013). Nesse período, a Natura fará aportes anuais de R$ 200 mil.

25 – Como foi a recepção da Prefeitura de Itapecerica da Serra ao fim do centro de distribuição da Natura na cidade? Como a empresa tratou essa questão com o poder público?

O prefeito de Itapecerica da Serra, Jorge José da Costa, reagiu bem ao anúncio do encerramento das atividades da Natura na cidade. Tivemos o cuidado de alinhar previamente a nossa decisão com ele, explicando que, a partir de 2013, o centro de distribuição da Natura seria transferido para São Paulo. Dessa forma, a Prefeitura teve tempo hábil para tomar as providências necessárias.

Continuamos à frente dos projetos sociais que implantamos na cidade até 30 de setembro de 2012, mais que o acordado inicialmente.

Essa migração se dará porque a Natura precisa de um centro de distribuição maior e mais moderno. Não conseguiríamos adaptar o site de Itapecerica às novas necessidades. Além disso, para facilitar a distribuição dos produtos, é importante que estejamos ainda mais próximos da capital paulista.


26 – Vocês afirmam que é difícil sensibilizar os investidores sobre as questões de sustentabilidade. Quais são as maiores dificuldades?

A maior dificuldade ainda é equilibrar os temas socioambientais com os econômicos nas interações que temos com os investidores e analistas de mercado. Tratamos, sim, das questões ambientais, mas ainda não com a profundidade que gostaríamos.

Contudo, observamos um crescimento gradual no número de pessoas que condicionam seus investimentos aos indicadores socioambientais das empresas. Além disso, notamos um interesse maior pelo assunto mesmo por parte de quem não considera o tema crucial.

Vale observar que, neste ano, quando muitos investidores SRI (social responsible investors) vieram ao Brasil para a Rio+20, aproveitamos para organizar reuniões entre eles e nossa equipe de Sustentabilidade. Foram encontros muito proveitosos e profundos, corroborando nossa tese de que há investidores que realmente consideram essas questões para a decisão de investimento.

27 – Parabéns pela maneira clara e direta com que trataram a questão do lobby, citando até mesmo o nome dos interlocutores. Algo muito raro neste meio.

28 – Por que vocês postergaram a meta de redução de emissões da empresa? Vocês pretendem fazer isso novamente neste ano?

A meta inicial foi estipulada em 2007: reduzir 33% de nossas emissões até 2011. Contudo, essa previsão se mostrou muito ousada. Tivemos atrasos na implantação de alguns projetos, e a evolução tecnológica do mercado foi mais lenta do que nós esperávamos, o que nos fez postergar o ano de conclusão para 2013. Reconhecemos isso já no relatório de 2010.

Para acelerar a redução de emissões, lançamos, em 2010, o programa Menos Carbono Mais Produtividade. A iniciativa é um esforço estruturado em cinco frentes de atuação: engajamento dos colaboradores, educação e capacitação, identificação de projetos, melhorias nos processos e conexão com o negócio.

Desde 2007 até 2011, conseguimos superar a redução acumulada projetada, atingindo 25,4% em relação ao ano-base de 2006. Até o presente momento, estamos mantendo a perspectiva de entrega da redução projetada para 2012, e nosso planejamento para 2013 contempla a entrega final do compromisso de redução dos 33%.

29 – Por que a penetração do programa de reciclagem frente às Consultoras cai ano após ano?

A iniciativa de Reciclagem do Movimento Natura é uma iniciativa de caráter educativo e inclusivo, em que, voluntariamente, os atores da cadeia se engajam para retornar materiais recicláveis que possam ser coletados e triados em cooperativas de reciclagem.

A Consultora separa os materiais recicláveis advindos de sua atividade e os acondiciona em uma caixa de pedidos, entregando-a para o parceiro logístico no momento em que este entrega um novo pedido para essa Consultora. O parceiro recolhe esse material e o armazena em seu centro de distribuição. Em seguida, cooperativas parceiras são acionadas para que busquem esses materiais e possam segregá-los e comercializá-los.

Alguns pontos foram levantados como possíveis causas da queda nos resultados do projeto:

Caráter voluntário – todos os atores se dispõem voluntariamente a realizar as atividades. Consultoras, parceiros logísticos e cooperativas não são remunerados pela atividades.
No ano de 2011, priorizou-se a comunicação socioambiental para dois projetos de alto impacto realizados: Programa Acolher e Crer para Ver – isso causou uma queda na divulgação do programa de reciclagem.
Capacidade limitada de armazenamento no parceiro logístico – como os materiais retornam ao parceiro logístico até que possam ser coletados pelas cooperativas, eles se acumulam fisicamente até que as cooperativas possam ir buscá-los.
Capacidade de transporte das cooperativas – possuem limitadas condições de recolher materiais nos parceiros logísticos, o que impacta a quantidade de material que se acumula.

Cabe ressaltar que um dos nossos temas prioritários em sustentabilidade são os resíduos sólidos. Dessa forma, a Natura, alinhada aos seus valores e princípios, iniciou um novo projeto para atender as suas ambições de logística reversa de embalagens pós-consumo. Esse projeto objetiva não somente atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos, mas também atender o que a Natura acredita ser uma forma social, econômica e ambientalmente adequada de gerir os resíduos sólidos em nossa cadeia de valor, considerando os aprendizados de iniciativas anteriores, como é o caso do Reciclagem.

Acreditamos que o gerenciamento efetivo dos resíduos e a consequente redução dos impactos negativos e geração de impactos positivos só vão ocorrer diante de um esforço coletivo, que envolva corporações, poder público, associações de catadores, sociedade civil, consumidores e demais elos da cadeia de produção e consumo.

Conforme definição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos é compartilhada entre todos os elos da cadeia: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares de serviços públicos de limpeza urbana. Todos possuem um conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas, visando minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental.

Dessa forma, temos focado nossos esforços de sustentabilidade sobre resíduos sólidos em duas frentes: no projeto próprio de logística reversa de embalagens pós-consumo e também nas discussões de um acordo setorial nacional sobre o tema, em que participamos apoiando a associação que representa nossos interesses, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético (Abihpec), que também representa o setor nas discussões estaduais na assinatura de Termos de Compromisso. O acordo setorial nacional está em negociação com o Ministério do Meio Ambiente, por meio de uma coalização empresarial de mais de 25 associações envolvidas.

A iniciativa de reciclagem continua ocorrendo em alguns locais, e, em breve, revisaremos essa iniciativa buscando inseri-la em um contexto maior, que virá com o projeto de logística reversa e com o acordo setorial nacional para embalagens pós-consumo.

Reforçamos o compromisso da Natura com a sustentabilidade, inclusive nos temas resíduos sólidos e logística reversa de embalagens pós-consumo. Parabenizamos o senhor pela iniciativa importante e de cidadania inclusiva e responsável ao analisar e questionar relatórios anuais e relatórios de sustentabilidade das empresas.

30 – Por que a quantidade de municípios e escolas atendidos pelo projeto Crer para Ver caiu de 2010 para 2011? Foi em virtude da arrecadação, que caiu também?

A quantidade de municípios e escolas atendidas caiu entre 2010 e 2011 – de 350 para 343 – porque descontinuamos o projeto Formar em Rede, realizado em parceria com os institutos Avisa Lá e Razão Social.

Anualmente, a Natura avalia critérios como replicabilidade e efetividade de todos os programas dos quais ela participa e comunica seus parceiros quanto à continuidade ou não do trabalho em conjunto.

Diferentemente do que foi publicado no nosso relatório, em 2010 o Instituto Natura beneficiou 350 municípios, e não 370 – registramos aqui o “erramos”.

31 – A distribuição da riqueza dos funcionários caiu em virtude do não atingimento das metas de relacionamento?

Sim. O não pagamento do bônus (PLR) impactou o valor final de distribuição de riquezas.

32 – Por que o relacionamento com as comunidades extrativistas não está presente como condição para o bônus dos executivos?

O programa de remuneração variável para executivos é baseado no triple botton line, com premissas econômicas, sociais e ambientais. A cada ano, os indicadores relacionados a essas premissas mudam com base no planejamento estratégico do período. Atualmente o indicador escolhido é a redução de carbono em toda a empresa, por ser mais abrangente. 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Fechado para balanço.



Olá Amigos,

Depois de mais de 20 relatórios lidos neste ano de 2012, entramos em um merecido recesso.

Devido a compromissos profissionais e familiares de final de ano eu vou dar uma parada nas postagens e só retorno em Janeiro.

Dentre as empresas que entramos em contato, falta somente a Natura que ficou de responder esta semana, caso a resposta chegue (espero que chegue), podemos fazer uma publicação extra.

Obrigado a todos que nos seguiram neste ano e que se interessaram pela nossa proposta. 

2012 foi um ano produtivo, conheci pessoas interessantes e engajadas em ajudar cada um na sua maneira por um mundo melhor. Agradeço também as empresas que entenderam nossa proposta e colaboraram com um debate construtivo para um mundo mais sustentável.

Feliz natal a todos e se os Maias estiverem errados, retornamos em 2013.

Inté.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AES. Podemos não concordar em algumas coisas, mas a empresa defende com clareza seu posicionamento.





Olá Amigos,

Recentemente recebemos as respostas do Grupo AES e antes de tudo gostaríamos de agradecer o interesse desta empresa em nos responder e dar o seu posicionamento.

São posicionamentos como o desta empresa que garantem um debate sadio e uma discussão clara e transparente sobre os rumos que as organizações devem tomar neste novo cenário, pois é na controversa que crescemos e também aprendemos.

Confesso que posso não concordar com alguns posicionamentos apresentados pela AES, mas é importante ver como esta empresa trata a questão frente ao cenário que ela apresenta.

Realmente é difícil cobrar de empresas como esta mais e mais energia renovável se nós consumidores queremos mais e mais energia em um prazo curto e custo baixo. Isto é impossível.

A sustentabilidade no campo deste negócio também possui como responsabilidade de toda a sociedade, não podemos ser hipócritas de assumir um discurso sobre fontes renováveis e não reduzirmos o nosso consumo e neste ponto o grupo AES está coerente ao agir desta forma.

De um modo geral as respostas da empresa foram satisfatórias, reconheceram erros,defenderam posições e apresentaram suas devidas justificativas.

Um ponto de destaque é que a empresa não possui uma integração, pois o relatório e os dados apresentados são muito confusos, pois a gestão da empresa realmente é confusa neste aspecto. Cada unidade trabalha de uma forma, sendo impossível para a empresa mãe reportar os dados de maneira eficiente.

Outro ponto que também deve ser melhorado são as questões sociais, ficou evidente que a empresa não possui um plano consistente de relacionamento comunitário, tanto entre as pessoas que vivem no entorno das barragens, quanto nos lugares onde a empresa irá construir empreendimentos, bem como um programa mais efetivo de segurança nessas comunidades sobre o risco de acidente elétrico.

O relacionamento com grupos ambientais também deve ser melhorado, pois neste debate a empresa pouco envolve esses agentes em suas discussões.

Novamente agradecemos a empresa em nos responder e parabenizamos a AES pela forma direta e respeitosa em que os assuntos foram tratados.

Segue abaixo as respostas da empresa.

Tenham todos uma boa leitura.


1- Por que os recursos aplicados em cultura no RS é muito maior que em outros estados?
Seu comentário foi oportuno pois possibilitou que identificássemos um equívoco na informação disponibilizada nesse ponto do relatório de sustentabilidade da companhia. Notamos que os dados que lhe chamaram atenção correspondem ao investimento no projeto de regularização da classe de consumidores “baixa renda”, apresentado posteriormente na página 99.
Diante do aviso já efetuamos a correção dos dados e retificamos a informação no relatório disponibilizado em nosso site. Abaixo encaminho a informação conforme apresentada no relatório da AES Sul.

O investimento em cultura da AES Sul totalizou R$ 1,3 milhão em 2011, valor semelhante ao investido em 2010. Esse valor contempla projetos como a Casa de Cultura e Cidadania que beneficiou mais de 12 mil pessoas, direta e indiretamente, só na unidade de Novo Hamburgo. Em 2012 a empresa lançou o Prêmio Empreendedor Cultural (http://empreendedorcultural.com.br/), que tem como objetivo democratizar o acesso aos recursos de incentivo à cultura da empresa, promovendo o desenvolvimento da cadeia produtiva cultural em regiões menos favorecidas e teremos um aumento no investimento realizado.

2- Ao ver os projetos desenvolvidos em comunidades pela AES frente a sua capilaridade, notamos a abrangência ridiculamente pequena. A empresa pretende aumentar os investimentos e a capilaridade desses projetos nos próximos anos?
Essa pergunta é bastante oportuna, pois permite detalharmos não somente a estratégia de investimento social privado (ISP) da companhia, como também a forma pela qual projetos inovadores como, por exemplo, a Casa de Cultura e Cidadania, AES nas Escolas e nas Comunidades e o Programa de Transformação de Consumidores em Clientes atuam no desenvolvimento e transformação das comunidades onde estamos presentes.
Em 2011 foram investidos R$ 104 milhões para a promoção da inclusão social e cidadania, da educação para o uso consciente e seguro de energia, da cultura, do esporte e da geração de renda nas comunidades de baixa renda.
Nessas frentes objetivamos a transformação da vida das pessoas beneficiadas, seja pela disponibilização de um espaço para desenvolvimento da Cultura e Arte em regiões desprovidas de tal serviço pelo Estado (Casa de Cultura e Cidadania), seja no compartilhamento de nosso conhecimento sobre o uso seguro e eficiente da energia elétrica (AES nas Escolas e nas Comunidades), seja pela inclusão social proporcionada pelo programa de Transformação de Consumidores em Clientes, no qual emitimos um comprovante formal de endereço para pessoas desprovidas de tal beneficio, possibilitando sua inclusão na sociedade e no sistema formal de crédito.
Os três principais projetos da companhia beneficiaram, conjuntamente, mais de 543 mil pessoas em 2011, e mais de 2 milhões somente no programa de regularização de clandestinos – detalhado na resposta 15 – desde 2004, números que consideramos bastante significativos.
Quanto aos investimentos, pretendemos manter o volume de recursos próprios e utilizar ao máximo os recursos incentivados, buscando continuamente o envolvimento de nossos parceiros para ampliação dos impactos positivos resultantes dessas ações.

3- Nos investimentos comunitários, quantos % é recurso próprio e quantos % é incentivado?
Em 2011 o aporte financeiro foi de R$ 104 milhões, dos quais R$ 32 milhões de recursos próprios e R$ 72 milhões incentivados, conforme apresentado na página 95 do relatório. Percentualmente, esse montante corresponde a 30,8% em recursos próprios e 69,2% em recursos incentivados.

4- Por que a diferença entre o maior e o menor salário praticado é tão grande na empresa, chega a dar mais de 70 X. Isto não é uma política que não garante uma uniformidade entre os empregados? Vocês não acreditam que a diferença está absurdamente alta?
Para responder a esse questionamento faz-se necessário o esclarecimento de que o dado apresentado reflete a remuneração total paga pela companhia e não somente o salário mensal.
A remuneração total contempla o salário mensal e alguns benefícios pagos anualmente como, por exemplo, bônus e incentivos de longo prazo distribuídos de acordo com as responsabilidades de cada colaborador.
Nesse sentido, e da mesma forma que as responsabilidades são distintas entre os colaboradores da organização, é natural que tenhamos uma diferença entre os salários totais da nossa base de colaboradores e da alta liderança.
Vale mencionar ainda que a AES mantém-se alinhada com as práticas do mercado e, independentemente do nível funcional, mantém um programa de remuneração e benefícios compatível com o praticado pelo mercado no setor de energia e correlatos.

5- Por que a quantidade de reclamações da comunidade do entorno da AES SUL chega a 19.749 em 2011, enquanto na Eletropaulo este índice é zero? Será que o pessoal de SP é muito passivo ou o pessoal do RS que é muito chato mesmo?
Nesse ponto temos uma divergência de critérios adotados pelas empresas no tratamento das informações. Enquanto a AES Sul contabiliza o total de reclamações recebidas pelos canais comerciais, a AES Eletropaulo divulga informações relativas aos impactos ambientais nas comunidades, que de fato não foram registradas para o período em questão.
Trabalharemos no alinhamento desses conceitos para que o próximo relatório permita uma comparação mais adequada.

6- Vocês realmente mediram todos os impactos de transferir a sede da empresa para Barueri? Os empregados foram envolvidos nesta decisão? Como fica a questão do transporte e deslocamento dessas pessoas para a nova região? Vocês perderam funcionários em virtude desta mudança?
Uma mudança dessa natureza não deve ocorrer sem uma avaliação adequada dos impactos, positivos e negativos, sob diversos aspectos. E isso foi feito pela companhia, que trabalhou por vários meses na avaliação e entendimento dos impactos que a mudança traria para a organização e seus colaboradores e desenvolveu diversas ações para potencializar os aspectos positivos, bem como para minimizar os negativos.
Trabalhamos numa comunicação direta e frequente, com atualizações mensais via intranet, sobre questões relevantes e dúvidas endereçadas pelos colaboradores. Tal processo contou com o apoio de um grupo muito especial e fundamental para o sucesso desse projeto: os embaixadores da mudança.
Os “embaixadores da mudança”, grupo composto por 60 colaboradores das diversas áreas envolvidas na mudança, tornaram-se fundamentais nesse processo. Eles atuaram como uma via de comunicação direta entre a alta liderança da companhia e os 1.600 colaboradores envolvidos na mudança.
Além de resolverem questões e dúvidas específicas de colaboradores (como meios de transporte, locais para alimentação e horários de trabalho, por exemplo), os embaixadores foram importantes para captar as demandas e expectativas para a melhoria na qualidade das relações de trabalho, algo que já reflete no aumento da produtividade da maior parte dos colaboradores.
Uma das inovações derivadas desse grupo foi a implementação do trabalho remoto (home office), opção que permite que colaboradores trabalhem a partir de suas casas para conciliar a solução de problemas pessoais com o atendimento das demandas profissionais. Optamos também por não determinar estações de trabalho fixas, desse modo cada colaborador escolhe a estação de trabalho onde realizará suas atividades diárias, facilitando as atividades que necessitam do trabalho conjunto de áreas que não compartilhavam o mesmo espaço de trabalho nas instalações anteriores.
Nosso horário de trabalho também mudou. A companhia adotou como horário oficial de trabalho o período das 7h00 às 16h00 na Nova Sede, evitando o horário de pico de transito na região e reduzindo o tempo de deslocamento dos colaboradores entre suas casas e o local de trabalho.
As 24 linhas de ônibus fretados pela companhia oferecem um transporte de qualidade para cerca de 80% dos colaboradores da Nova Sede que optaram por essa opção de deslocamento, sendo um benefício parcialmente subsidiado pela AES para dar conforto e segurança aos colaboradores.
O detalhamento das ações e da satisfação dos usuários com a mudança será apresentado no próximo relatório de sustentabilidade do grupo, uma vez que a mudança ocorreu em 2012. Uma pesquisa será realizada em Dezembro para avaliar a percepção dos colaboradores sobre a Nova Sede.

7- Por que o índice de empregados negros e pardos é tão baixo na empresa? Qual a razão desta discrepância frente a realidade brasileira?
A AES Brasil possui atuação em duas regiões do Brasil cujas realidades são muito distintas. O histórico de ocupação do Estado São Paulo foi muito diferente do observado no Rio Grande do Sul, cuja população negra é uma significativa minoria que se reflete na estrutura organizacional.
No Estado de São Paulo, o relatório síntese de indicadores sociais do IBGE aponta para uma população negra ou parda de 34%, número superior aos 20% registrados atualmente na companhia no Estado de São Paulo.
Entendemos que tal divergência é reflexo de nossa política de valorização da diversidade, que estabelece diretrizes para o estímulo e a valorização da diversidade e não discriminação do Grupo AES inclusive em processos de recrutamento, contratação, treinamento, promoção e demissão promovendo um local de trabalho de inclusão.

8- Vocês apresentam uma pesquisa de clima com um resultado alto (79%), mas vocês poderiam apresentar os resultados dos últimos 3 anos para efeito de comparação?
A pesquisa de clima é realizada anualmente na AES Brasil e apresenta resultados consistentes nos últimos três anos. Em 2009 tivemos 73% de percepção positiva por parte dos colaboradores, em 2010 esse percentual passou para 82% e em 2011 apresentou leve redução para 79%.

9- Quais os resultados práticos para com os empregados do projeto Bom Dia Meio Ambiente?
O “Bom dia Meio Ambiente” é uma iniciativa da companhia para disseminação de boas práticas de meio ambiente e sustentabilidade – como uso eficiente de energia e água, reciclagem de resíduos, coleta seletiva nas operações, cuidados no manejo da vegetação, entre outros – e ocorre mensalmente em conjunto com o “Bom Dia Segurança” com 100% dos colaboradores próprios e contratados com atuação no sistema elétrico de potência.
Como resultados práticos temos a melhoria do entendimento e conscientização dos colaboradores no tema, bem como a melhoria no sistema de gestão ambiental da companhia.

10- Vocês afirmam que dos 59 empresas fornecedoras inspecionadas em 2011, apenas 32 foram homologadas. O que aconteceu com os não aceitos?
O processo de homologação é importante para garantirmos a qualidade dos serviços prestados pela companhia aos nossos 20 milhões de clientes.
Tal processo é anterior à efetivação das contratações e tem por objetivo garantir o atendimento aos critérios estabelecidos na legislação e pela AES no Brasil e no mundo.
Desse modo, todo fornecedor que não seja qualificado no processo de homologação recebe uma comunicação formal da companhia com o apontamento das necessidades de melhoria para saneamento dos pontos críticos.
Em sua maioria, os motivos para a não homologação incluíram a falta de controles de segurança do trabalho ou meio ambiente exigidos pela legislação brasileira e também inconsistência dos planos de ação frente aos desvios identificados.

11- Qual a razão da AES sul apresentar um volume de resíduos perigosos gerados de 1238% maior que os gerados pela Eletropaulo. O que aconteceu?
Nesse ponto verificamos uma troca dos dados entre as empresas AES Tietê e AES Sul. Adicionalmente, verificamos que os dados da AES Tietê apresentam uma inconsistência com as informações de origem e já retificamos o dado no relatório disponibilizado em nosso site. Os dados corretos seguem abaixo:

AES Sul

AES Eletropaulo




AES Tietê


12- Vocês poderiam apresentar os dados de emissões dos últimos 3 anos para efeito de comparação?
Seguem dados abaixo:

AES Eletropaulo

 


As informações relativas à AES Eletropaulo divergem do valor apresentado no RS da AES Brasil (160.096 tCO2) pois consideraram, no momento de lançamento, os fatores de emissões disponíveis no Ministério da Ciência e Tecnologia. Com a divulgação dos fatores de emissão dos meses de setembro a dezembro pelo MCT o dado foi corrigido no RS da AES Brasil.

AES Sul




AES Tietê


13- Por que os ambientalistas não foram incluídos no debate de relação entre a fauna e sistemas elétricos?
O Workshop de Fauna, promovido pela AES Eletropaulo, foi o primeiro encontro técnico para discussão sobre a interação da fauna com o sistema elétrico.
Nesse encontro especialistas representando as empresas do setor elétrico e de órgãos ambientais, como DEPAVE e Secretaria do Meio Ambiente, discutiram os principais problemas e as formas como as empresas têm trabalhado na minimização de eventuais impactos decorrentes de suas atividades. Tratou-se, portanto, de um levantamento de práticas e ações em andamento no setor.
A participação de ambientalistas, assim como de representantes de instituições de ensino e pesquisa, poderá ser viabilizada em encontros futuros para a discussão de novas ações, bem como de projetos compartilhados para que os eventuais problemas sejam minimizados.

14- Vocês afirmam que 90% da energia gerada por vocês advém de fontes renováveis. Com a entrada da térmica de Canas, este índice cairá para quanto?
A resposta a essa pergunta depende de alguns esclarecimentos importantes sobre (i) a diferença entre capacidade instalada e energia gerada, (ii) o modelo de despacho (acionamento) de usinas coordenado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), e (iii) sobre o modelo de comercialização de energia.
A capacidade instalada corresponde ao potencial garantido para produção de energia de uma usina, enquanto a energia gerada reflete o montante efetivamente gerado em uma unidade. Nesse sentido a Termo São Paulo responderá por 17% de capacidade instalada da AES Tietê considerando os dados atuais. Atualmente temos 100% de nossa energia gerada por fontes renováveis.
Sobre o acionamento das usinas, que reflete a energia efetivamente gerada, a ONS é responsável pela programação de acionamento e com isso torna-se impossível a previsão do percentual de energia efetivamente gerada pelas usinas da AES Tietê nos próximos anos. A opção pelo acionamento das termelétricas é sempre secundária em relação ao das hidrelétricas quando existe disponibilidade de água, mas em momentos de escassez hídrica como a que enfrentamos atualmente o acionamento das térmicas faz-se necessário para garantia da demanda energética do país. Falamos, nesse caso, de segurança energética na garantia da demanda e alguns casos recentes ilustram com bastante clareza a necessidade de tal recurso. A região Nordeste, por exemplo, tem cerca de 40% do seu abastecimento atual a partir de usinas termelétricas devido aos baixos níveis de reservatórios. Nesse contexto a diversificação da matriz energética é um fator fundamental para a manutenção da segurança energética de um país.
Quanto ao consumo e comercialização de energia, informação refletida no gráfico no qual mencionamos que mais de 90% da energia consumida e comercializada pela companhia advém de fontes renováveis, é importante considerarmos que tratamos, nesse caso, da energia comprada pelas empresas do Grupo, o que inclui o volume produzido pela AES Tietê e negociado com a AES Eletropaulo no mercado regulado, como também os demais contatos de comercialização que correspondem a um volume significativamente maior do que o produzido pela AES Tietê.

15- Quando ocorre inspeções de "gatos" nas comunidades carentes, vocês simplesmente cortam a luz das pessoas, ou possui algum programa imediato de regularização da situação, antes de cortar a energia?
A AES Brasil, por meio da AES Eletropaulo e AES Sul, desenvolve, desde 2004, o programa de regularização de ligações clandestinas (“gatos”) no âmbito do “Programa de Transformação de Consumidores em Clientes”, apresentado na página 69 do relatório ou em nosso canal no Youtube (vídeo 1 / vídeo 2).
Desde sua criação, em 2004, o programa já beneficiou mais de 2 milhões de pessoas, em 500 mil regularizações em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que passaram a contar com um suprimento confiável e seguro de energia, além de contarem com um comprovante de endereço (fatura de energia) que possibilita sua inserção no sistema formal de crédito.
Adicionalmente à regularização, todas as instalações beneficiadas pelo projeto são verificadas quanto à necessidade de adequações e de substituição de equipamentos. Essa verificação resultou na substituição de cerca de 1,5 milhão de lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas, de mais de 36 mil geladeiras e 12,5 mil recuperadores de calor (chuveiros inteligentes).
Tais medidas, em conjunto com o programa de educação para o consumo consciente, objetivam que o cliente regularizado tenha condições de se manter adimplente mediante consumo adequado de energia elétrica. Esse processo conta ainda com o suporte no período de adaptação pós-regularização, no qual os clientes recebem o acompanhamento do consumo energético e uma fatura subsidiada por 6 meses, contribuindo a efetividade do programa.

16- Por que vocês afirmam que os 89,1 milhões advindos do programa de eficiência energética da Aneel é investimento se isto é compulsório?
Entendemos que o investimento em um projeto ou comunidade pode ser realizado com recursos próprios ou incentivados. Considera-se nessa questão os custos relativos a compra de materiais e equipamentos (Capex) e não se incluem custos operacionais (Opex).
Adicionalmente, em todos os programas que apresentam investimento regulado também investimos recursos próprios em montantes significativos. No caso do programa de transformação de consumidores em clientes da AES Eletropaulo, por exemplo, os investimentos totalizam R$ 159,2 milhões em recursos incentivados e R$ 161,8 milhões em recursos próprios entre 2004 e 2011.

17- Como é a relação da empresa com o movimento social de pessoas atingidas pelas barragens?
O movimento dos atingidos por barragens (MAB) é uma organização social que tem atuação focada na solução de problemas decorrentes de conflitos para instalação de empreendimentos hidrelétricos.
Foi registrada uma ocorrência em 2003 na qual os manifestantes exigiam da AES Eletropaulo a redução na fatura de energia e que não fossem mais construídas barragens do Vale do Ribeira (SP), atividades que não tinham ligação direta com a companhia pela diferença de atividade e área de concessão.

18- Como é feito o relacionamento com os ambientalistas de SP frente a construção da Térmica na cidade de Canas? Houve aprovação deste grupo frente ao projeto? Como o diálogo e relacionamento com este público é feito neste caso?
O projeto Termo SP vem sendo conduzido de acordo com as diretrizes estabelecidas para empreendimentos de sua tipologia. Isso inclui, entre outras ações, o estabelecimento de canais formais de comunicação (site e email) e a realização de audiências públicas para discussão do projeto com a comunidade local e com membros do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).
Ao longo do projeto, foram realizadas apresentações e discussões com a comunidade dos 3 municípios envolvidos na área de influencia direta do empreendimento, antes mesmo da realização das audiências públicas. Foram realizadas mais de 30 apresentações a diferentes representantes da sociedade: câmaras municipais, escolas (públicas, técnicas e universidades), representantes de associações rurais e comerciais, entidades de classe (CREA e OAB), igrejas, conselhos municipais (meio ambiente, criança e do adolescente, assistência social) e ONGs, além de membros da sociedade civil. Em todas essas apresentações, representantes da AES estavam presentes para responder as dúvidas levantadas.
Os canais de comunicação criados incluem um site dedicado ao projeto (www.aestiete.com.br/termosaopaulo), com apresentação detalhada do projeto e respostas às principais dúvidas, além de um canal de relacionamento direto com a empresa e equipe do projeto por email (termosaopaulo@aes.com).
Vale notar que durante o processo de licenciamento e Audiências Públicas, dúvidas foram apresentadas e sanadas, levando inclusive a alterações de projeto. Os efluentes líquidos, por exemplo, após tratamento e resfriamento eram direcionados ao Ribeirão das Canas no projeto inicial. Após solicitação da comunidade o projeto foi revisado e atualmente prevê o direcionamento para o Rio Paraíba do Sul.
De modo a minimizar as incertezas sobre a operação de uma usina dessa tipologia, a AES Tietê organizou visita técnica a uma usina semelhante e em funcionamento para conhecimento prático do projeto e discussão dos impactos e medidas ambientais e sociais aplicáveis. A mídia local e regional teve oportunidade de acompanhar as discussões e divulgar suas opiniões e dúvidas.

19- Qual a metodologia aplicada pela AES Tiete para desenvolver o chamado "plano de desenvolvimento sustentável de Canas". Como a empresa vai envolver de maneira significativa a comunidade nesta questão?
As demandas da sociedade local foram captadas e organizadas por consultoria especializada durante as reuniões e audiências realizadas ao longo da primeira fase do projeto. Nos mais de 30 encontros realizados, dezenas de demandas foram identificadas e organizadas para atendimento às expectativas da sociedade local. O resultado do levantamento nas 3 cidades da área de influência direta (Canas, Lorena e Cachoeira Paulista) serviu como base para formulação dos programas e ações concretas visando atender tais expectativas.
A organização de tais demandas é importante pois permite não só que ações sejam desenvolvidas de forma complementar nos três municípios, como também que tenham resultados complementares e aditivos.
O desenvolvimento de programas socioambientais será realizado mediante implantação do empreendimento, após concessão da Licença Ambiental de Instalação (LI) pelo órgão ambiental competente. Os detalhamentos do programa estão em andamento e serão divulgados no momento da solicitação da licença de instalação a CETESB.

20- Quantos % dos empregados da construção da térmica de Canas serão da cidade de Canas?
A contribuição da AES Tietê para o desenvolvimento regional inclui, entre outras ações, a priorização de fornecedores e mão de obra locais na instalação e operação do empreendimento.
Ciente de especificidade de algumas funções e da necessidade de preparação da comunidade local para essas atividades, a AES Tietê elaborou um programa de capacitação de mão de obra que contemplará o oferecimento de vagas para treinamento e formação de pessoas para as atividades diretamente ligadas ao empreendimento (soldador, mecânico, eletricista, instrumentador, guindasteiro e isolador, entre outras), além de vagas para capacitação da mão de obra indiretamente relacionada com o empreendimento (motorista, enfermeiro, cozinheiro, viveiristas, vigias e secretárias, entre outras).
Devido à necessidade de envolvimento da população local nos programas de capacitação para atendimento aos requisitos técnicos, de segurança do trabalho e meio ambiente exigidos para as funções não é possível afirmar o percentual de trabalhadores que será contratada diretamente na região.
Destaca-se ainda que todos os subcontratados e envolvidos na construção da usina terão que seguir os mesmos compromissos estabelecidos pela AES de priorização de mão de obra local e foco em segurança e conservação do meio ambiente.

21- Como fica a questão do empreendimento em Canas frente aos diversos impactos sociais oriundos de uma obra deste porte numa pequena cidade?
O processo de licenciamento ambiental prevê não só a análise dos impactos ambientais, como também dos sociais em diversos aspectos. Desse modo, e em complemento ao apresentado nas questões 19 e 20, a região receberá contrapartidas socioambientais baseadas nas demandas apresentadas pela comunidade e na análise do órgão ambiental competente.
Prevemos ainda o trabalho na formação de mão de obra, reforço de infraestrutura (hospitalar notadamente),  formação ambiental, resgate de patrimônio arqueológico, conservação de fauna e plantio de árvores, entre outros, fazem parte dos programas a serem desenvolvidos pela AES.

22- Vocês falaram que desenvolvem um projeto chamado Dam Break para retirada de pessoas que moram perto das represas em casos de enchentes. Isto é só um plano no papel ou vocês já fizeram uma simulação real da questão envolvendo toda a comunidade?
A ação antecipatória para resguardo da segurança das pessoas é um compromisso da AES Tietê. Nesse sentido, e de forma semelhante aos programas de comunicação sobre os riscos do uso inadequado dos reservatórios, trabalhamos periodicamente na divulgação de informações relevantes à população.
Comunicações sobre abertura ou fechamento de vertedouros são enviadas sempre que necessário aos jornais e rádios das áreas de entorno dos reservatórios e a repercussão dessa informação é importante para atingirmos a população. De forma complementar, todas as usinas contam com dispositivos sonoros de alta intensidade (sirenes) para aviso aos moradores do entorno de até 3 km do vertedouro sobre a abertura dos vertedouros.
O projeto Dam Break integra o Sistema de Gerenciamento de Ações Emergenciais da AES Tietê, e está em fase final de desenvolvimento. Sua abordagem inovadora será de fundamental importância para a ação prévia junto aos órgãos oficiais de defesa civil, uma vez que permitirá uma estimativa mais apurada das áreas passíveis de alagamento, atuando assim na prevenção de riscos.
No momento temos resultados preliminares das simulações que ainda não permitem o acionamento das equipes dos órgãos oficiais da defesa civil para planejamento e atuação preventiva em situação de emergência junto à sociedade. Isso será realizado em breve, após conclusão do projeto.

23- Por que mais de 80 % das reclamações da AES SUL é oriundo de interrupções de energia? A empresa está com problema sério de abastecimento na região?
Não, a AES Sul está segura em afirmar que não existe problema de abastecimento na área de concessão da companhia e as informações sobre melhoria no desempenho dos indicadores operacionais DEC e FEC apresentados na página 50 demonstram uma evolução significativa na qualidade do serviço prestado.
O cenário observado reflete uma diferença metodológica entre os critérios de classificação adotados para a AES Eletropaulo e AES Sul. Na primeira são contempladas somente as reclamações consideradas como precedentes, ou seja, as que foram identificadas como pertinentes no local e hora na qual o reclamante faz a solicitação.
Já na AES Sul o dado não expurga informações improcedentes, cujo tratamento já foi corrigido ou que refletem problemas internos das instalações e não são de responsabilidade da companhia.
Essa divergência já está em análise e no próximo relatório pretendemos apresentar as informações com base no mesmo critério para facilitar o entendimento.

24- Quais são as principais queixas dos clientes que chegam ao Procon contra vocês?
Os principais motivos apresentados nas reclamações endereçadas ao Procon de São Paulo incluem questionamentos sobre consumo, contestação de débitos e ordens de serviço. Juntas essas categorias correspondem a 80% das reclamações endereçadas à companhia.
Já no Estado do Rio Grande do Sul, os principais motivos incluem questionamentos sobre consumo, indenizações sobre danos elétricos e reclamações sobre falta de energia.

25- Vocês poderiam passar em números absolutos o números de reclamações que vocês receberam pela Aneel e Procon no último ano?
As imagens abaixo foram extraídas dos relatórios de sustentabilidade da AES Eletropaulo e AES Sul.

AES Eletropaulo

AES Sul


26- Vocês poderiam explicar melhor como funcionam essas blitzes de segurança implementada pela empresa?
As blitze de segurança são ações proativas da companhia com foco na redução dos acidentes da população com a rede elétrica. Tal iniciativa faz parte do Movimento Viva sem Acidentes e prevê ações de disseminação de informações à população que trabalha na construção e/ou ampliação de residências em regiões de baixa renda.
Baseada no mapeamento de acidentes dos anos anteriores, ou de alguma demanda específica, a companhia leva uma van com monitores especializados no tema e dotada de televisão com o documentário “por um fio” para disseminar informações sobre riscos de acidentes e cuidados com a rede elétrica.
Os resultados dessa ação são significativos e já possibilitaram a redução dos acidentes em 50% entre 2007 e 2011.
Mais informações sobre nossas campanhas de segurança podem ser vistas nesse vídeo.

27- Como funciona o processo de indenização da AES frente pessoas da comunidade que morrem em virtude de acidentes elétricos advindos da empresa? A resposta é rápida? Dura em média quanto tempo?
Mesmo apresentando uma redução significativa nos acidentes nos últimos anos, ainda temos ocorrências com a população que resultam em fatalidades conforme apresentado em nosso relatório de sustentabilidade. Tais fatalidades decorrem, em sua maioria, da falta de percepção do risco que a rede elétrica pode provocar em caso de acidentes e por esse motivo temos empenhado esforços significativos na divulgação dessas informações.
Cada caso é examinado por uma equipe especializada que gera um documento denominado RATER (Relatório de Acidentes com População). Esse relatório inicia o processo de investigação do acidente e será a base das análises realizadas pela companhia.
Adicionalmente, a companhia presta apoio às famílias por meio de sua assistente social, a qual presta suporte em todas as ocorrências em um momento de grande dificuldade.
A complexidade de cada caso implica em um determinado tempo de resposta e por esse motivo não trabalhamos com tempos médios para essa informação.

28- Esta caminhada de segurança que as ditas "lideranças" da empresa realizam possui realmente o fim educativo ou funciona mesmo como uma ação repressora?
As caminhadas de segurança têm como o objetivo de melhorar a segurança de nossos trabalhadores no campo e de forma alguma tem o caráter de punição ou repreensão. Os líderes realizam as caminhadas de segurança enquanto os técnicos e demais colaboradores realizam as inspeções de segurança.
Em caso de um desempenho dentro do cenário esperado, os colaboradores recebem uma “raspadinha” que permite a troca por um benefício. Obviamente, caso surjam desvios graves e que podem levar a um acidente grave ou fatalidade, medidas corretivas e disciplinares são tomadas para evitar que isso ocorra.
É importante destacarmos que temos a Segurança de nossos colaboradores e população como valor nº 1, e por esse motivo trabalhamos diariamente no fortalecimento de uma cultura de segurança que privilegie a qualidade de vida de nossos colaboradores.

29- Por que os números de acidentes de trabalho com e sem afastamento está aumentando todos os anos? Qual a razão deste índice não cair?
O aumento sensível no percentual de acidentes com afastamento não indica uma inação da companhia, que tem ampliado continuamente seus esforços na cultura de segurança mencionada na resposta 28.
O que deve ser abordado, nesse caso, é a redução da gravidade dos acidentes que tem resultado em lesões de menor impacto e, consequentemente, menor tempo de afastamento dos colaboradores de suas atividades.
Esse ponto será explorado de forma mais adequada no próximo relatório de sustentabilidade do Grupo com detalhamento de taxas de gravidade e frequência de cada empresa nos três últimos anos.

30- Na política de sustentabilidade da empresa vocês afirmam que a AES incentiva o uso de energias alternativas e renováveis, no entanto, estão construindo uma térmica. Isto não é incoerente?
Dentro da política de sustentabilidade, energia renovável é sem dúvida uma questão chave para manter o desenvolvimento sustentável do Brasil. Acreditamos que a matriz energética brasileira continuará sendo exemplo no mercado mundial, com mais de 80% de fontes renováveis, com forte presença das hidrelétricas, eólicas e biomassa, como proposto nos estudos sobre planejamento energético de longo prazo publicados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
No entanto, para garantir o desenvolvimento sustentável do Brasil é importante garantir a continuidade do fornecimento energético, mesmo em cenários de seca e de reduzido nível dos reservatórios. Nesse sentido, o grupo AES acredita que existe um papel importante para as fontes flexíveis de geração de energia, como segurança de fornecimento para o Sistema Interligado Natural.
Vivemos nesse exato momento um cenário de severas restrições hidrológicas, com níveis de reservatórios abaixo do normal devido à falta de chuvas e incapacidade de suprimento da demanda somente com fontes renováveis. O Operador Nacional do Sistema (ONS) está despachando forma contínua as térmicas a gás natural e a óleo combustível há algumas semanas para garantir o suprimento energético necessário à  manutenção das atividades industriais, comerciais e residenciais.
Desse modo, e em consonância com a argumentação apresentada na resposta 14, a segurança energética torna-se um tema chave da discussão para manutenção dos índices de crescimento projetados para os próximos anos.
O grupo AES tem em sua estratégia a diversificação da matriz como um fator primordial da sustentabilidade do setor elétrico. Dentre os combustíveis fósseis, o gás natural é o de menor emissão média de CO2 por MWh gerado, sendo equivalente a 73% das emissões geradas em usinas abastecidas a óleo combustível, 76% por óleo diesel e 53% daquelas abastecidas a carvão mineral.
Reiteramos nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável do país ao propormos um modelo de elevada eficiência para a geração de energia elétrica de forma segura e contínua para o país, usando a melhor tecnologia disponível e o combustível de menor emissão de gases de efeito estufa disponível atualmente.

31- Por que somente 25,79% dos consumidores de baixa renda são registrados pela Eletropaulo no programa Bolsa Família, enquanto no RS é 100 %?
Atualmente os critérios para cadastramento dos consumidores no programa de baixa renda são diferentes daqueles adotados pelo programa bolsa família.
De acordo com a lei 10.438/02, em vigor até 2010, as bases para cadastramento na classe denominada “tarifa social”, que corresponde aos consumidores de baixa renda, era a mesma do programa bolsa família e, diante desse fato, convencionou-se que 100% dos casos eram compatíveis.
Com a Lei 12.212/10, o enquadramento na tarifa social passou a considerar 0,5 salário mínimo per capita, criando uma diferenciação dos critérios praticados pelo programa bolsa família. Essa diferenciação se mostrou mais aplicável à AES Eletropaulo do que à AES Sul no período.

32- Qual o perfil dos 600 ditos colaboradores que fizeram o curso de educação para sustentabilidade.
São gerentes e coordenadores participantes do programa de desenvolvimento de lideranças (chamado de PDL) do Grupo que tem por objetivo a disseminação, por meio das lideranças, dos conceitos de sustentabilidade aplicados no dia a dia da companhia.

33- O relatório de auditoria da KPMG afirma que sua asseguração foi "limitada". Assim gostaria de saber quais foram os indicadores do GRI não auditados pela KPMG.
A asseguração de relatórios de sustentabilidade basicamente pode ser dividida em dois tipos: limitada e razoável. Em ambos os casos não são auditados todos os indicadores, mas uma amostra do total reportado. O que difere uma da outra é a quantidade e profundidade dos testes realizados. O critério de quais indicadores são verificados passa pelo conceito de materialidade, ou seja, aqueles que são percebidos como relevantes para as partes interessadas.
É relevante destacarmos que a carta de asseguração apresentada no Relatório de Sustentabilidade da AES Brasil refere-se ao processo de diálogo com nossos públicos de relacionamento, conforme apresentado na imagem abaixo extraída da página 109 do documento., motivo pelo qual não declaramos o relatório como B+, mas sim como B.


Em 2012 os relatórios de sustentabilidade da AES Eletropaulo, AES Sul e AES Tietê serão objeto de verificação independente pela KPMG.