quarta-feira, 16 de maio de 2012

Hopital Albert Einstein. Um ótimo hospital, mas com um processo sustentável a ser melhorado



Olá amigos,

Em menos de uma semana o Hospital Albert Einstem nos encaminhou as respostas.

Agradecemos o interesse e a atenção em nos responder.

Ao ler as respostas aos questionamentos, vemos o interesse desta instituição em trabalhar de maneira sustentável, no entanto, fica clara a dificuldade da mesma em trabalhar nesta vereda.

Vemos o quanto o trabalho da empresa é estruturado para dentro mas para fora, muito deve ser melhorado. Como cliente do hospital posso estar muito satisfeito, mas como cidadão ao ver uma instituição deste porte e sem fins lucrativos devolver tão pouco a sociedade, isto nos deixa um tanto quanto chateados.

No âmbito social, vemos que o Hospital Albert Einsten apenas administra recursos oriundo do SUS e nada mais, ele é apenas um intermediário no processo frente a um sistema de gestão pública de saúde deficitário em nosso país. Pelo porte do hospital e pelo que foi relatado, eles poderiam fazer muito mais.

Nota-se que os milhões investidos em pesquisas por esta associação, dificilmente chegarão ao cidadão comum. Esta cobrança se faz necessária, pois o instituto é sem fins lucrativos, não paga imposto e parte do superavit relatado pela instituição deveria ser investido mais diretamente no resultados dessas pesquisas para a população carente.

Também parece um tanto quanto confuso a posiçáo do hospital em citar bolsas de estudo oferecido aos empregados como investimento social, isto na verdade é investimento na capacitação de recursos humanos da instituição e deveria ficar mais claro no relatório esta informação.

Sobre o trabalho do hospital com a casa de repouso de idosos, fica clara que a Sociedade Israelita busca zelar pela comunidade judaica, mas isto deveria ficar mais claro, pois sabemos muito do sofrimento desses idosos e do respeito que devemos ter com eles, no entanto, ao afirmar que "atuação do hospital é cuidar da saúde de milhares de brasileiros sem distinção de origem ou classe social", o trabalho desenvolvido com esses idosos soa contraditorio com os preceitos impostos pela própria instituição.

Outro ponto em destaque é o modelo de atendimento, em todo o relatório o hospital apresenta pesquisas de todas as formas de satisfação do cliente, mas quando administra um hospital público o hospital Albert Einsten não apresenta estudo semelhante. Parece que quando a associação israelita é desafiada a administrar um hospital público a mesma não busca trabalhar com os mesmos critérios de avaliação aplicados em outros pontos da rede. Parece que se avaliar, o resultado não vai ser satisfatório.

Assim, acreditamos que o hospital é com certeza referência e modelo para o Brasil, mas por ser uma instituição sem fins lucrativos, esta deveria ser mais aberta a sociedade brasileira como um todo e não apenas as classes mais abastadas, a comunidade judaica e alguns pequenos grupos de pessoas carentes.

Já sobre as questoes especificas do GRI, colocamos nosso complemento abaixo dos questionamentos em Vermelho.

Segue abaixo as respostas encaminhadas


Prezado Sr. Roberto Leite,

Agradeço o interesse manifestado sobre o relatório de sustentabilidade da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (Einstein) de 2011 e, como solicitado, respondo abaixo às questões levantadas:

1- Os trabalhos desenvolvidos nas UBS na cidade de sp são com recursos advindos do hospital ou de verbas públicas ?

Os custos diretos dos trabalhos desenvolvidos pelo Einstein no sistema de atenção primária na cidade de São Paulo são financiados com recursos do Sistema Único de Saúde. Entretanto, o Einstein arca com vários custos administrativos indiretos, p. ex. finanças e controles internos, gestão de recursos humanos, suprimentos, tecnologia de informação, ensino e práticas, bem como o custo financeiro por variações entre as datas dos desembolsos e o seu efetivo recebimento.

2- Em que momento as pesquisas desenvolvidas pelo hospital são revertidas em benefício para a sociedade como um todo e não só para os pacientes do hospital visto que metade do recurso advém de verbas públicas ?

O que o relatório diz é que dos recursos destinados ao financiamento (direto) da pesquisa, que não inclui o dos custos de manutenção da infra-estrutura e apoio, 52% foram provenientes de doações nacionais e do exterior, de agências de fomento, de parcerias com o poder público e do aporte de empresas privadas, ou seja, de fontes externas. A maior parte deste investimento é de fontes privadas. O principal benefício da pesquisa é a geração de conhecimento, que é compartilhada com a sociedade, através de publicações científicas (ver pags. 94 e 95).

3- O que esta incluso nos 151 milhões de reais investidos em ações sociais por parte do hospital ? Esta incluso as verbas recebidas do governo por meio das parcerias público - privadas ou não ?

Os R$ 151 milhões correspondem aos gastos realizados em 2011 nos 32 projetos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS, exclusivamente com recursos do Einstein. Os principais projetos são os de transplantes, assistência pediátrica em Paraisópolis, operação da rede pública de bancos de sangue de cordão (Redecord), prestação de serviços de ultrassonografia para a Prefeitura Municipal de São Paulo, apoio aos Hospitais Federais do Rio de Janeiro e programas de capacitação para o Ministério da Saúde. Mas há outros.

4- O que o hospital faz com os 90 milhões de superavit visto que e uma instituição é sem fins lucrativos ?

A pergunta reflete desconhecimento com relação a instituições sem fins lucrativos. Como outras instituições no Brasil e no Exterior, o Einstein não recebe recursos públicos e, por isso e para assegurar a sua sustentabilidade, tem que gerar superávits para manter e atualizar seus ativos e financiar o crescimento de suas atividades. Por força de lei estes superávits têm que ser inteiramente reinvestidos nas suas atividades.


5- Dos 7 transplantes cardíacos realizados pelo hospital com destaque no relatório, quantos foram particulares e quantos foram públicos pelo SUS ?

Todos os transplantes cardíacos realizados nos últimos dois anos foram pelo SUS.

6- Os transplantes feitos pelo SUS são realizados em qual hospital ?

Todos os transplantes feitos pelo Einstein para o SUS são realizados no Hospital Israelita Albert Einstein, no Morumbi, São Paulo.

7- Qual o critério de seleção para os transplantes ? É o cadastro nacional ?

Todos os transplantes são feitos com base no cadastro nacional.

8- Os bolsistas do programa de pós graduação desenvolvidos pelo hospital são oferecidos somente para funcionários ou também atende a comunidade? Qual o critério de seleção dos bolsistas ?

As bolsas de pós-graduação são destinadas apenas a empregados, de acordo com critérios de elegibilidade estabelecidos no programa de apoio financeiro para a educação.

9- Qual o critério para o hospital receber pacientes do SUS no setor de oncologia e hematologia do hospital ?

O Einstein não possui novos pacientes do SUS em seu programa de oncologia, mas sim em hematologia. Neste caso os pacientes fazem parte de programas de pesquisa. Um dos objetivos atuais do Einstein é desenvolver a oferta deste serviço, o que vem negociando com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

10.  Os cursos técnicos oferecidos pelo hospital possui também sistema de bolsa ? Se sim, qual o critério de seleção ?

São oferecidas bolsas aos 40 melhores dos 560 candidatos selecionados para os cursos técnicos a cada ano.

11.  Qual o critério para selecionar os moradores de Paraisópolis a participar dos cursos de camareiro, cuidador, copeiro etc... ?

Os moradores de Paraisópolis inscrevem-se na Unidade do Einstein neste bairro ou pelo site e, na seqüência, participam de um processo seletivo. Uma vez aprovados, participam dos cursos.

12.  Por que a frequência de acidentes foi tão alto no Instituto Israelita de Responsabilidade Social em 2010, chegando a uma taxa de frequência de 19,4, quase o dobro da taxa do hospital em si ?

A maioria da exposição ao risco dos empregados do Instituto Israelita de Responsabilidade Social está relacionada com as atividades externas das equipes da atenção à saúde, que envolve deslocamentos em regiões de urbanização muito precária, sem ruas, calçadas, corrimãos etc., que resultam em quedas.

13- Qual a razão do índice de motivação dos empregados cair 3% de 2009 para 2010 apesar do índice alto de contratação ?

A redução no indicador de motivação ocorreu principalmente no Hospital, em áreas específicas. Os principais determinantes foram “desafios encontrados no desempenho do meu trabalho”, “compreensão e preocupação do meu superior imediato com o funcionário como pessoa e não apenas como profissional” e “oportunidade para promoção e crescimento na carreira”. Dentro do processo de gestão do clima organizacional, as causas das avaliações baixas são identificadas e adotadas ações institucionais ou planos específicos, discutidos com as unidades, para sua melhoria.

14- Vocês afirmam que a "atuação do hospital é cuidar da saúde de milhares de brasileiros sem distinção de origem ou classe social", no entanto, seus projetos com idosos são voltados somente à comunidade judaica. Isto não soa contraditório ?

O Einstein é uma organização criada pela Comunidade Judaica de São Paulo, que atende hoje a cerca de um milhão de pessoas em seus projetos na área pública. A Comunidade Judaica tem sido generosa no apoio ao Einstein, não apenas através do trabalho voluntário dos seus membros, mas também pelas doações que viabilizaram a sua construção. Acolher algumas centenas de membros da Comunidade, idosos e carentes, muitos com uma história pessoal de perseguição e sofrimento, não é apenas justo, mas parte da missão do Einstein. Equidade é também tratar cada um de acordo com as suas necessidades.

15- Vocês apresentaram indicadores de satisfação de vários serviços prestados pela associação, mas não apresentaram uma pesquisa de satisfação do hospital municipal Moyses Deutsch que vocês administram com recurso público. Vocês possuem esses dados ? Se não, por quê ?

O Einstein é um sistema de saúde complexo, que atende a públicos diversos, cada um com recursos e modelos de financiamento específicos. O elemento comum do sistema são seus princípios, valores e o compromisso com uma estrutura de padrões de qualidade que devem ser observados em todas as atividades. Isto significa que cada atividade deve adaptar-se aos recursos disponíveis, ao modelo de financiamento e às regras do sistema em que estão inseridos, não se utilizando necessariamente os mesmos instrumentos em todas elas.

16- Por que o turn over do hospital é tão alto, principalmente entre os mais jovens, apesar de vocês afirmarem que possuem um ótimo ambiente de trabalho. Qual a razão disto ?

Para o comentário fazer sentido, seria importante comparar com a rotatividade do setor, informação que não está disponível, e entender a sua distribuição. Em nossa opinião e através da observação de amostras limitadas de dados, a rotatividade do Einstein é mais baixa que do setor e está fortemente concentrada nos primeiros anos após a contratação, que reflete a adaptação dos profissionais à cultura do Einstein. Comentários sobre a cultura podem ser encontrados no relatório.

17- Por que houve um aumento de mais de 20% na geração de resíduo não reciclável por parte do hospital ?

O crescimento da geração de resíduos decorre da forte expansão das atividades do Einstein, como informado na pag. 53, e de uma redução temporária da reciclagem de plástico em 2011, para revisão do processo.

18- Como será realizada esta auditoria anual nos fornecedores para avaliar os aspectos sustentáveis ? Qual a metodologia e critério para isto ?

O Einstein reconhece a importância de avaliar os aspectos de sustentabilidade de seus fornecedores e entende que o processo se desdobrará tem três fases: criação da base contratual para a exigência, o screening dos fornecedores a serem avaliados com base em critérios de materialidade e probabilidade de risco e finalmente a avaliação no local. O Einstein está na primeira fase deste processo.

Especificamente do GRI temos os seguintes questionamentos:

19 - O relatório é bastante interessante, trazendo informações de qualidade para o leitor. A linguagem é objetiva e acessível para todos os públicos. Todavia não podemos considerá-lo um relatório que atende ao nível B da GRI, uma vez que a premissa principal não foi atendida. Não foi apresentado qualquer trabalho de identificação de temas materiais por parte de stakeholders. Pelo que lemos, o Relatório foi construído a partir de uma visão unilateral (o próprio Albert Einstein), o que fere a linha mestra de relatórios de sustentabilidade GRI: Trazer uma temática em parte escolhida pelos stakeholders que gravitam em torno da organização.
Desta forma entendemos que não há atendimento aos Princípios de Materialidade e Inclusão de stakeholders. Esta percepção está correta ?

O trabalho de identificação dos temas materiais está descrito na pag. 6 e envolveu 190 representantes de 15 públicos estratégicos do Einstein.

20- O Relatório faz menção, em vários momentos, a públicos de relacionamentos, mas não identifica claramente quem são estes. Quais são ?

Ver resposta acima.

21- De positivo encontramos vários indicadores de qualidade e segurança apresentados sobre um período de 5 anos.

21.1- Pesquisa de clima:
Na pesquisa de clima o que devemos entender a respeito dos graus de satisfação e motivação apresentados? O resultado apresentado mistura MUITO satisfeito com satisfeito e MUITO motivado com motivado. Como devemos interpretar estes resultados? Trata-se da soma dos dados obtidos destas duas opções?
Link
http://www.einstein.com/sobre-a-sociedade/sustentabilidade Programa Einstein de Sustentabilidade demonstra erro de servidor (404 – file or directory not found)

A pesquisa de clima organizacional divide as respostas em muito satisfeito, satisfeito, nem satisfeito/nem insatisfeito, insatisfeito e muito insatisfeito. O resultado é a soma do percentual dos muito satisfeitos e satisfeitos.
Deve haver alguma confusão quanto ao link, pois até onde foi possível apurar não é um link ativo do Einstein.

21.2 INDICADORES
Encontramos varias informações importantes a respeito dos indicadores da GRI, porém, pela qualidade das informações apresentadas através do índice remissivo da pág. 116, fica evidente que não houve uma análise técnica sobre os protocolos dos indicadores. A impressão que temos após leitura do índice remissivo é que o Hospital Albert Einstein aplica os protocolos sobre os indicadores da GRI de forma opcional e livre. Infelizmente desta forma nunca será possível aplicar o Princípio da Comparabilidade ao longo do tempo e entre organizações do mesmo ramo. É triste entender que os painéis multistakeholders da GRI gastaram tanta energia para definir indicadores objetivos e vê-los sendo aplicados à revelia por uma organização tão renomada. Nossas percepções abaixo estão corretas ?
Esta característica foi evidenciada em boa parte dos indicadores apresentados. Abaixo citamos alguns exemplos:

EC6: O Relatório se limita a informar que compra 95% de produtos no mercado interno e 5% no externo. O que se espera aqui é uma resposta clara sobre a existência de política voltada para preferência a FORNECEDORES LOCAIS. E caso positivo, declara o % do orçamento gasto com estes fornecedores locais. Nem sequer encontramos uma definição clara do que o Einstein entende por LOCAL (definição geográfica).

A informação da pag. 134 esclarece que 68% das compras são locais, 31% nacionais e 1% globais, sendo que por local deve entender-se do Estado de São Paulo. Quando o Einstein tem determinada política esta foi informada. Neste caso não tem.


LA7: Não foi relatado se houve óbitos no período reportado

Não houve óbitos relacionados ao trabalho.

HR1: Não há informações sobre número e % de contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos. Interessante observar que houve expansão com a nova unidade avançada de Perdizes-Higienópolis. Fica a pergunta se os grandes empreiteiros que conduziram as obras, assim como fornecedores de equipamentos tiveram que atender a critérios de direitos humanos, e se foram avaliados quanto a isto.

Os investimentos do Einstein são basicamente dentro de unidades existentes e mais raramente em novas, como foi o caso de Perdizes-Higienópolis. A cláusula contratual que trata dos direitos humanos, trabalho escravo e infantil é a seguinte:

Cláusula X - As PARTES obrigam-se a cumprir, bem como obrigar que todos os envolvidos, direta ou indiretamente, na execução dos SERVIÇOS objeto da presente contratação cumpram as seguintes regras de responsabilidade social:

15.1. Não utilizar, sob qualquer forma, mão de obra infantil. O termo INFANTIL refere-se a pessoas mais jovens do que a legislação determinar como idade mínima permitida para exercer trabalho, ou com idade inferior à necessária para que se complete o ensino fundamental. Em qualquer caso, as PARTES não empregarão criança menor de 14 anos, em especial nas suas linhas de produção ou distribuição de produtos e/ou serviços. Caso seja permitida por lei a contratação de mão de obra de pessoas com menos de 14 anos de idade, obrigatoriamente deverão ser cumpridas todas as restrições previstas em Lei.

15.2. Não utilizar, sob qualquer forma, mão de obra de pessoas cujo trabalho seja executado de maneira forçada ou cujo trabalho seja executado sem a livre e espontânea vontade do trabalhador.

15.3. Tratar todos os seus trabalhadores com dignidade e respeito e de forma alguma utilizar qualquer tipo de punição corporal, tratamento violento, abuso físico, sexual, psicológico ou verbal.

15.4. Não fazer uso de qualquer tipo de prática discriminatória na seleção, na contratação e no trabalho, inclusive com relação a salários benefícios, disciplina, rescisão, aposentadoria, seja com base em raça, religião, idade, nacionalidade, origem social e/ou étnica, sexo, opção sexual, política ou restrição física.

15.5. Oferecer aos seus trabalhadores um local de trabalho seguro e sadio, cumprindo todas as leis aplicáveis, garantindo-lhes, no mínimo, água potável, infra-estrutura sanitária, equipamentos contra incêndio, iluminação e ventilação adequados.

15.6. Reconhecer que os salários são essenciais para satisfazer as necessidades básicas dos trabalhadores e, conseqüentemente, concordar em cumprir, no mínimo, com todas as leis salariais aplicáveis, em especial no que se refere a salário mínimo, horas extraordinariamente trabalhadas, horas máximas de trabalho, descanso semanal remunerado e descanso entre jornadas.

15.7. Respeitar os direitos dos trabalhadores de associação, organização e negociação coletiva, de acordo com a lei e de maneira pacífica, sem imposição de quaisquer penalidades.

15.8. Respeitar todas as leis aplicáveis à proteção ao meio ambiente.

15.9. Respeitar todas as leis aplicáveis à proteção do consumidor, fabricação, preços, venda e distribuição de produtos e/ou serviços a que se refere o presente contrato.

A maioria dos contratos é executada dentro das instalações do Einstein, sob sua estrita supervisão, ou quando realizada externamente possui um gerente de projeto que é responsável pelo seu acompanhamento em todas as dimensões.

HR2: Foi dito que já existem cláusulas referentes a trabalho infantil e escravo. O protocolo é claro ao solicitar que se apresente o % de contratos com fornecedores críticos onde estas cláusulas foram aplicadas. Não encontramos esta informação.

A base de fornecedores de bens e serviços do Einstein é muito pulverizada, mas pouco terceirizada ou global, e os contratos estabelecidos contêm a cláusula acima. Pela natureza das atividades destes fornecedores e do fato da maioria dos serviços serem prestados dentro do Einstein, há um acompanhamento próximo das práticas.

Há um risco considerável em não monitorar o atendimento das cláusulas contratuais estabelecidas. Como diz o velho ditado: O PAPEL ACEITA TUDO.

HR4: Nada foi apresentado sobre as providências tomadas em relação aos casos de discriminação registrados.

Os casos descritos envolvem fatos ocorridos entre membros de equipes assistenciais, de diferentes profissões, em que basicamente houve falta de cortesia e respeito. As medidas adotadas de rápido feedback têm surtido o necessário efeito.

O indicador solicita maiores esclarecimentos sobre as medidas tomadas. Ocorre um simples bate-papo (rápido feedback) e tudo fica como está?

HR6 e HR7: É muito simples afirmar que não foram identificadas situações de trabalho infantil ou escravo (incl análogo). Ora, quem não procura não acha! Será que o Einstein buscou saber como anda o cumprimento da legislação sobre o máximo de horas extras a serem exercidas pelos seus funcionários e de seus prestadores de serviço? Será que foi feita uma análise de riscos na cadeia produtiva para identificar onde existe a possibilidade de ocorrência de trabalho infantil ou escravo (incl análogo)? É isto que o protocolo da GRI solicita.

Como dito acima, a prestação de serviços na sua quase totalidade é exercida dentro de instalações do Einstein ou sob o seu acompanhamento próximo. As dimensões de controle são holísticas e não dizem respeito só ao trabalho escravo ou infantil, mas a todos os aspectos de contrato, projeto, segurança, meio ambiente, relação com a comunidade etc..

O risco está justamente naquelas poucas atividades que ocorrem fora das instalações, como colocado na resposta (“quase totalidade”)
Outra questão adicional é que não há monitoramento das cláusulas contratuais. Como é que se vai descobrir se os trabalhadores das empresas prestadoras de serviço excedem a jornada de trabalho semanal, mesmo atuando dentro das instalações??

SO3: Simplesmente reportar que não há um treinamento relativo a normativos anti-corrupção não lhes dá o direito de considerar o indicador atendido, uma vez que se trata de um tema extremamente MATERIAL para uma empresa hospitalar. Não seria bem mais ético considerar o indicador não atendido, elaborar um plano de ação para isto, trabalhar neste plano e no ano seguinte respondê-lo com propriedade, e daí sim, analisar se foi atendido??

Crítica procedente.

EN1 (materiais): Não foram apresentados os principais insumos consumidos (ex. produtos de limpeza e desinfecção)

Crítica procedente.

EN3/EN4: Não foi apresentado o consumo de energia comprada da concessionária de energia.

A informação está a pág. 110.

SO1: Não há qualquer informação sobre realização de avaliação de impactos sociais das atividades, como, por exemplo, a construção da nova unidade Perdizes-Higienópolis.

Os projetos recentes do Einstein não têm impacto negativo relevante nas comunidades, pois atendem à necessidade de serviços de saúde identificadas nas comunidades. A Unidade de Perdizes-Higienópolis é a quarta do mesmo tipo e as expectativas e necessidades da comunidade, bem como seus impactos, são conhecidas.

Toda construção civil traz impactos sociais importantes para o seu meio, como por exemplo ruído, poeira e riscos de acidentes no entorno da obra. Quem mora ao lado de um hospital e ouve continuamente as sirenes das ambulâncias transitando de e para o hospital não deve pensar como os senhores a respeito da ausência de impactos sociais negativos. A questão chave deste indicador é responder sobre a existência de método para identificação de impactos sociais e dados sobre sua implementação. Está claro para o leitor que nada disto existe.

SO5: Não há informações consistentes sobre posições assumidas pelo Albert Einstein em questões significativas que foram o foco da participação do hospital no desenvolvimento de políticas públicas.

Infelizmente, por várias razões, o Einstein não participa do desenvolvimento das políticas públicas de saúde.

Por favor corrigir para a próxima publicação, pois houve uma confusão conceitual entre participação/posição quanto a políticas públicas e parcerias público-privadas (são importantes, mas não tem relação com o indicador SO5)

SO8: Do ponto de vista de clareza e transparência para a sociedade seria de grande valia explicar por que existem multas que totalizam um valor de quase 14 milhões de reais.

O texto foi além do necessário, pois não havia multas a informar. As multas relativas aos autos de infração estão com a exigibilidade suspensa e o valor que ali consta não é das multas e sim dos tributos em discussão.

Realmente um erro grave na publicação!


Espero que estas informações respondam às questões levantadas e estou à disposição para esclarecimentos adicionais.

Atenciosamente,

Henrique Neves
Diretor Geral

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