quarta-feira, 28 de março de 2012

EDP. Suas respostas nos deixaram a ver navios.



Olá Amigos,

Nesta semana depois de algum tempo negociando prazos, fomos atendidos pela EDP para envio das respostas, no entanto, a qualidade das mesmas nos deixaram a ver navios.

Ficamos impressionados como uma empresa que apresenta um GRI A com verificação externa (+) apresenta uma quantidade de respostas evasivas e fracas na propriedade e essência.

Acredito que desde o relatório do HSBC não recebemos respostas tão fracas no conteúdo e nos argumentos.

Assim, devido a este problema, resolvemos não sintetizar os nossas observações, mas inseri-las após as respostas encaminhadas pela empresa em vermelho.

Então..... Segue abaixo as respostas da empresa com os nossos comentários.

Boa Leitura. 



1- Por que os investimento sociais internos da empresa cairam de 156,7 milhões em 2009 para 133,7 milhões em 2010?

Efetivamente, verificou-se uma diminuição do montante investido, em função do contexto de negócio da companhia, principalmente, a diminuição dos projetos em fase de obra.

OBSERVAÇÃO: Ficou claro neste relato que para a EDP projetos sociais existem para atender interesses de realização de obras e não de uma proposta social verdadeira


2- Por que as emissões de gases de efeito estufa subiram 111,9% de 2009 para 2010?

Basicamente, pela melhoria na contabilização das perdas técnicas.

OBSERVAÇÃO : Com esta resposta a pergunta que fica no ar é : Será que tudo ainda não foi melhorado ??? Será que a empresa ainda emite muito mais do que reporta ?


3- Vocês poderiam explicar como 29,2 milhões de reais em 2009 é menor que 28,8 milhões em 2010 no caso de investimento ambiental conforme revela o gráfico da página 21? Isto foi feito para induzir o leitor ao erro?

Como se pode verificar, o número acima da barra de 2010 está correto (28,8). O equívoco no tamanho da barra foi um problema de gráfica que apenas foi identificado após a edição final. Jamais a EDP fez ou fará deliberadamente algo para induzir o stakeholder a erro.

OBSERVAÇÃO : Se o problema foi identificado, por que não havia nenhuma errata no texto ? Esta resposta não ficou clara.

  
4- Vocês acreditam que canal de sustentabilidade desenvolvido por vocês está sendo efetivo? Qual a razão de uma plataforma deste porte receber apenas 101 contatos em um ano?

Acreditamos que temos espaço de melhoria e estamos trabalhando nesse sentido. Uma das razões que nos parece poder contribuir para o fato citado, prende-se com o fato de termos diversos canais de comunicação com nossos stakeholders, como o Canal de Ética, Ouvidoria nas empresas de distribuição de eletricidade e o Fale com o Presidente.

OBSERVAÇÃO : Pra que fazer um canal desses então e reportar no relatório ?

  
5- De que forma vocês garantem e comprovam o engajamento dos stakeholders da empresa aos valores da EDP. Vocês poderiam apresentar dados mais concretos que garantam esta afirmação? O relatório não ficou claro nesta questão?

A EDP não tem como objetivo engajar seus stakeholders aos seus valores. Se em algum ponto escrevemos ou induzimos o leitor a pensar isso, não terá sido de forma intencional. A EDP tem seus valores e procura pautar sua atuação nesse contexto. Admitimos que outros stakeholders tenham outros valores, que consideramos legítimos e sempre procuraremos respeitar.

  
6- Por que os treinamentos sobre ética atenderam somente 30% dos empregados ?

Nossa meta é  atingir 100% dos colaboradores. Atualmente, atingimos já 75% de nossos colaboradores.

  
7- Vocês poderiam detalhar melhor como funciona este comitê de sustentabilidade e governança corporativa da empresa? Qual poder ele possui, quem participa, quais as atribuições?

A EDP no Brasil possui quatro Comitês de Gestão criados pelo Conselho de Administração, que são os Comitês de Auditoria, de Sustentabilidade e Governança Corporativa, de Supervisão e de Remuneração, cujos membros são eleitos pelo Conselho de Administração.

O Comitê de Sustentabilidade e Governança Corporativa é  um comitê permanente encarregado de zelar pela perenidade da organização, com uma visão de longo prazo e sustentabilidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição de seus negócios e operações. Deve também assegurar a adoção das melhores práticas de governança corporativa e dos mais elevados princípios éticos, visando aumentar o valor da sociedade, facilitar o acesso ao capital a custos mais baixos e contribuir, de modo igual, para a sua perenidade. Entre suas atribuições, destaca-se a proposição do regime de avaliação do Conselho de Administração e de seus membros e a análise e acompanhamento de todos os negócios entre partes relacionadas. É integrado por três conselheiros, sendo um deles, o presidente, independente

Mais informações você pode acessar no http://www.edpbr.com.br/energia/empresa/governanca_corporativa/comites_suporte/comites_suporte.asp


 8- Vocês poderiam detalhar melhor como a EDP pratica o princípio da precaução em seu processo de gestão não só  ambiental como social?

Junto aos consumidores e às comunidades do entorno de seus empreendimentos, a EDP realiza mapeamento das preocupações e expectativas da sociedade, de modo a gerenciar os potenciais impactos de suas atividades  e desenvolver ações quer formem uma comunidade consciente da importância do consumo racional e seguro da energia elétrica.

OBSERVAÇÃO :  COMO ???  Precisamos saber como isto é feito. Não ficou claro


9- Como vocês avaliam de maneira clara e direta a reputação da empresa frente aos públicos de interesse?

Acreditamos que as premiações recebidas pelo Grupo EDP ao logo de sua trajetória seja uma forma de avaliar. Desde que abriu o seu capital na BM&F/Bovespa, as ações da EDP (ENBR3) integram o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial. A empresa, por quatro anos consecutivos está entre as 20 melhores empresas-modelo em responsabilidade corporativa pelo Guia Exame de Sustentabilidade, entre outras premiações

OBSERVAÇÃO :  Se prêmio corporativo e aparição em revista contasse alguma coisa muitas empresas que já testamos os limites não teriam derrapado no discurso;  já sobre o ISE.... sem comentários. Basta ler os nossos posts sobre esta questão.
Prêmio corporativo serve para massagear eco de executivo, mas não apresenta em muitos casos resultados nada práticos.
  

10- Como fica o posicionamento de vocês no caso de Belo Monte, sendo futuros clientes de 5% da produção de empresa? Como clientes vocês possuem cobram alguma exigência social e ambiental por parte das construtoras?

A EDP considera que o processo de construção da UHE de Belo Monte se insere no quadro legal e institucional do Estado Brasileiro, no qual Municípios, Estados e Governo Federal exercem suas competências no preceito da lei. Neste contexto, compete aos órgãos licenciadores as exigências sociais e ambientais relativas ao processo de construção.

OBSERVAÇÃO :  Mas A EDP não é cliente ???? Uma coisa só existe se alguém compra.... então não jogue a responsabilidade para o governo e a sociedade, vocês também fazem parte do processo e sua posição é importante sim.



11- Vocês falam muito de questões ambientais e respeito ao meio ambiente, no entanto, estão para investir juntamente com a MPX energia na construção de uma termelétrica a Carvão no Ceará. Esta estratégia de negócio não é um posicionamento incoerente frente ao discurso institucional da empresa ? Qual a razão de se produzir energia elétrica com carvão ?

A decisão da EDP em investir na UTE Porto de Pecém insere-se no contexto das necessidades de expansão do Sistema Interligado Nacional (SIN). Vale realçar que a decisão foi tomada em 2007 antes da crise financeira que freou um pouco o processo de crescimento e, ao mesmo tempo, havia muitas reservas - se não mesmo indisponibilidade - de gás natural. Numa sociedade moderna, a disponibilidade de energia elétrica é condição fundamental para a instalação de nova capacidade produtiva e, portanto, para seu crescimento.

Ao mesmo tempo, é necessário compreender e responder à questão da segurança do abastecimento de energia, principalmente, num contexto de industrialização da economia e de diminuição das usinas sujeitas a despacho por parte do Operador Nacional do Sistema (ONS).

Em resumo, ao tempo da tomada de decisão, a EDP respondeu efetivamente a uma necessidade do País, com toda a responsabilidade que caracteriza sua atuação. A EDP tem um vasto conhecimento na construção e operação de usinas térmicas, recorrendo às melhores tecnologias disponíveis para diminuir as emissões de poluentes. No caso dos Gases de Efeito Estufa (GEE), a EDP assumiu o compromisso voluntário de compensar parte das emissões de CO2 da usina que cumprirá por meio da injeção de energia renovável nova da rede do SIN.

OBSERVAÇÃO : Esta resposta não condiz com o posicionamento da empresa..... Lamentável. O Brasil é um pais com tantos recursos naturais que é inconcebível ter uma térmica a carvão no Ceará. A empresa diz que vai reduzir as emissões de suas térmicas, mas ficou evidente que ela não pode fazer isto ao justificar na pergunta anterior que a melhora em suas “avaliações” revelou de um ano para outro um aumento de mais de 100% em suas emissões. como confiar?




12 - Vocês justificam que não empregaram pessoas do Ceará na construção de termelétrica devido a baixa qualificação e que capacitaram somente 75 pessoas. Isto não denota uma falta de planejamento na construção deste empreendimento, visto que problema de qualificação é uma realidade e a empresa deveria ter pensado nisto antes da construção ?

A EMPRESA NÃO RESPONDEU.


13- Vocês falam de pesquisa de satisfação de clientes, mas não apresentam dados de satisfação dos clientes de baixa tensão (consumidor comum). Como isto é medido visto que vocês afirmam na página 82 que vocês buscam se colocar no lugar do cliente.

A satisfação dos clientes residenciais das distribuidoras da EDP é medida anualmente por pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica - ABRADEE, que avalia a satisfação geral e índices específicos que são analisados e comparados com dados dos anos anteriores e de outras empresas do setor elétrico. Todas as informações são utilizadas para realizações de melhorias nos processos visando aumentar a satisfação dos clientes.

OBSERVAÇÃO :  Cadê os dados ?????? Precisamos de provas



14- Por que o número de reclamações de clientes na justiça subiu tanto de 2009 para 2010 ? Isto não revela um problema sério de relacionamento com os clientes ?

A facilidade de acesso à justiça e o aumento constante do nível de exigência dos clientes cria possibilidades do cliente reclamar diretamente ao sistema judiciário, antes mesmo do cliente procurar a EDP ou mesmo a Ouvidoria da empresa. Desta forma, atuando proativamente neste sentido, a EDP procurou o sistema judiciário para a criação de um sistema de audiências pré-processuais para sanar as dificuldades ou reclamações do cliente antes mesmo de uma audiência judicial, bem como está trabalhando continuamente nas causas das reclamações comerciais.

OBSERVAÇÃO :  Se o consumidor vai direto a justiça é porque existe um sério problema de relacionamento entre a EDP e seus clientes. Nas entrelinhas isto foi admitido.



15- A empresa pretende desenvolver algum programa específico para o gerenciamento de pessoas em fim de carreira visto que vocês citam que não possuem este tipo de atividade ?

A EDP não conta ainda com programas específicos de transição de carreira - indicador LA 11. Estamos estudando a possibilidade de desenvolvimento de programas específicos para esta finalidade, em 2013. Já em 2012, lançamos um programa de valorização de profissionais com mais de 20 anos de experiência no setor elétrico.


16- Qual a razão da taxa de frequência de acidentes de trabalho e a taxa de gravidade subirem tanto de 2009 para 2010, ao ponto da taxa de gravidade subir de 3,997 para 227 entre terceirizados de um ano para outro?

Houve o incremento nas taxas devido ao enquadramento da maneira de cálculo aos critérios da NBR 14280.

OBSERVAÇÃO :  Parece que a empresa não possui critérios claros de medição.... não devemos acreditar em nenhum dado apresentado em 2009 pois os valores são discrepantes quando vemos 2010.


17- Por que os programas de qualidade de vida possuem um índice de participação médio de apenas 4,8% dos empregados?

O índice se refere a participação no Boca Livre, não ao Programa de Qualidade de Vida (Conciliar) como um todo.
O programa Conciliar, que visa equilibrar a qualidade de vida e trabalho, possui 25 ações focadas em colaboradores e suas famílias. Destacamos a ginástica laboral, com quase 90% de adesão dos colaboradores. Para os filhos dos colaboradores são oferecidas colônias de férias e o prêmio de cidadania júnior - entre muitas outras ações.

OBSERVAÇÃO : Mas por que o Boca Livre então teve esta baixa participação ??? Não ficou clara a resposta


18- Por que vocês não divulgam os resultados da pesquisa de clima organizacional?

Em 2010 não foram divulgados resultados devido a uma mudança de metodologia na pesquisa, o que impedia comparações com resultados anteriores. Nosso relatório de 2011 apresentará os resultados de 2010 comparados com a pesquisa de 2011

OBSERVAÇÃO :  Estranha esta resposta... para emissões e taxas de acidentes vocês publicam valores onde a empresa mesmo afirma que é impossível comparações com anos anteriores, mas para clima não. Falta realmente um critério para esta empresa.


 19- No caso de fornecedores, vocês afirmam que priorizam fornecedores locais. Mas o que é "LOCAL" para a EDP ?

Consideramos fornecedores locais, todos os fornecedores localizados nos estados onde a EDP possui atividades. Para este último relatório foram considerados os seguintes estados: SP, ES, MS, TO, RS, SC e AP.


20- Por que os investimentos sociais externos apresentaram uma queda de 52,9% de 2009 para 2010. De 8,5 milhões para 4 milhões ? Vocês justificam como menor volume de incentivos fiscais e revisão da política de investimentos. Vocês poderiam ser mais claros ? Como incentivo fiscal é visto como investimento por parte da empresa, e qual foi esta alteração de critérios na política de investimento da empresa ?

As empresas do Grupo EDP não investiram em projetos esportivos no ano de 2010, pois os disponíveis para receber os recursos não respeitavam critérios da política de investimentos sociais externos. Por exemplo: localização da realização do projeto; qualificação do proponente, entre outros.
O valor investido via PROAC-Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo, foi doze vezes maior em 2009, pois a Enertrade tornou-se inelegível para utilizar esse benefício em função de alteração na legislação, e a Bandeirante Energia esteve inabilitada para usufruir do incentivo.
Além disso, boa parte dos investimentos sociais nas comunidades onde a EDP está presente foi assumida pelo Instituto EDP, braço de responsabilidade social do Grupo no Brasil.

OBSERVAÇÃO :  Primeiro : incentivo fiscal não é investimento, pois no incentivo fiscal quem paga o projeto sou eu cidadão que não recebo o imposto da empresa em troca da realização do mesmo. Ainda sobre os investimentos, se a EDP alocou os recursos no Instituto, isto deve sim ser reportado no relatório. Faltou transparência.



21- Na questão do relacionamento com as comunidades e os impactos sociais, como fica o posicionamento da empresa frente uma possível demarcação  de terras indigenas na região de Pecem ?

Com relação a questão da demarcação de terras, de uma suposta etnia indígena, cumpre-nos informar que este Processo encontra-se na FUNAI e a empresa aguarda o posicionamento desta Fundação para então manifestar-se oficialmente.


22- Vocês poderiam detalhar melhor como são realizados os monitoramentos de ruídos nas subestações perto das comunidades?

Os monitoramentos são realizados por meio de empresas especializadas, sendo emitidos relatórios com devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

OBSERVAÇÃO : Quais são essas empresas “especializadas” ?



23- Por que vocês não apresentaram no relatório um plano de prevenção e preparação para emergência e desastres, visto que vocês possuem riscos  24- associados as atividades ?

NÃO RESPONDEU



24- Por que dos gastos com os empregados vocês destinam zero a cultura ?

NÃO RESPONDEU


25- O carvão a ser utilizado na térmica de Pecem é mesmo importado ? Se sim de qual país é a procedência? Como vocês garantem que o carvão extraído e vendido para vocês procede de um ambiente que preserva a vida dos trabalhadores ?

Sim, o carvão que será utilizado em Pecém é importado. Sua procedência é a Colômbia. As minas na Colômbia de onde provém o carvão comercializado são avaliadas regularmente nas diversas vertentes da sustentabilidade. Além do Relatório de Sustentabilidade que é recebido, também são realizadas visitas às minas, sendo bem patentes os aspectos de segurança e proteção social dos trabalhadores.

OBSERVAÇÃO : Não dá para confiar. Se a empresa não consegue medir com coerência suas emissões e índices de acidentes, como garantir que esta verificação será feita com qualidade em outra empresa ?


SO1

Considerando que o RAS apresenta o tema Impactos socioambientais de usinas hidrelétricas e outras fontes de energia, como sendo de alta relevância pelo teste de materialidade, não encontramos informações suficientes para o indicador SO1, conforme segue:

Programas (métodos) em vigor para avaliar impactos de operações em comunidades locais. Como e por quem os dados são coletados para a aplicação dos métodos. Como são selecionados membros das comunidades de quem são coletadas as informações sobre os impactos.

Principais impactos sociais causados pelas atividades da empresa.

Número e % de operações para as quais são aplicados os métodos de avaliação de impactos.

Relato sobre os resultados dos programas (medidas) aplicados em relação aos impactos negativos (as medidas tomadas são eficazes?)



i.Programas (métodos) em vigor para avaliar impactos de operações em comunidades locais. Como e por quem os dados são coletados para a aplicação dos métodos. Como são selecionados membros das comunidades de quem são coletadas as informações sobre os impactos.

Resposta: todo empreendimento de grande porte exige um licenciamento ambiental que contempla a elaboração de um EIA/Rima e posterior elaboração de um PBA – Programa Básico Ambiental, o qual tem como objetivo mitigar e ou compensar os impactos ambientais decorrente do empreendimento. O PBA é composto de uma gama de programas ambientais que englobam os meios: Físico, Biótico e Socioeconômico. Para implantação do PBA uma equipe multidisciplinar e empresas especializadas são contratadas para implantação dos Planos Ambientais (PA). O PA de Comunicação Social elabora a aplicação de pesquisa de opinião, a qual é aplicada na comunidade da área do entorno do empreendimento, visando auferir o grau de satisfação da empresa na comunidade, bem como serve de subsídios para corrigir possíveis desvios. Relatórios são enviados aos órgãos ambientais para que possam auferir o grau de efetividade e de comprovação da medidas implantas pelo empreendimento na comunidade.

ii.Principais impactos sociais causados pelas atividades da empresa.

Resposta: Os impactos são levantados no EIA/Rima, abrangendo os meios físico, biótico e socioeconômico. Eles variam muito de acordo com o projeto de engenharia, as condições física e biótica da região, bem como o número de comunidade envolvida pelo empreendimento.

iii.Número e % de operações para as quais são aplicados os métodos de avaliação de impactos.

Resposta: Este número varia de acordo com o empreendimento. A avaliação é feita principalmente pelos órgãos fiscalizadores e licenciadores do empreendimento.

iv.Relato sobre os resultados dos programas (medidas) aplicados em relação aos impactos negativos (as medidas tomadas são eficazes?)

Resposta: O PBA implantado tem como objetivo minimizar e ou compensar os impactos advindos do empreendimento, os quais são monitorados pelo poder publico local, pelos órgãos fiscalizadores e licenciadores, comunidade e sociedade civil organizada.

v.A respeito das obras realizadas no Ceará o RAS traz apenas a informação de que a empresa engajou comunidades do entorno para discutir os impactos das obras. Por que estes impactos e as questões descritas acima referentes ao indicador SO1 não foram respondidas?

Resposta: Para implantação da UTE Energia Pecem, foi elaborado um PCMA – Plano de Controle e Monitoramente Ambiental, abrangendo os meios físico, biótico e socioambiental. Por meio do PCMA de Comunicação Social, buscou-se junto a comunidade do entorno uma implementação dos programas por meio de uma gestão participativa. O que ocorreu com o programa Energia na Comunidade, através de atendimentos coletivos e individuais, reuniões, programa de rádio, visita guiada ao canteiro de obras e um serviço de 0800.

vi. Sabemos que cada tipo de empreendimento gerador de energia tem impactos sócio-ambientais distintos (hidrelétrica, eólica, térmica etc). O RAS não traz informações sobre os diferentes impactos sócio-ambientais destes empreendimentos.

Resposta: Os impactos são levantados no EIA/Rima o qual é apresentada a comunidade por meio de Audiência Pública como determina o processo de licenciamento


OBSERVAÇÃO : Sendo o relatório de sustentabilidade modelo GRI uma prestação de contas a sociedade a respeito das atividades da organização num período de tempo definido (no caso os 12 meses do ano de 2010), espera-se que a empresa aplique o Princípio da Clareza e da Transparência, reportando o que de fato houve de impactos sociais neste período e quais unidade passaram por avaliações de impactos sociais. Entendemos que o método utilizado para novos empreendimentos é o EIA e posteriormente o PBA. Quantos estudos de impacto e PBAs foram realizados em 2010? Quais os principais impactos identificados nestes estudos? Quais as principais preocupações identificadas durante as audiências públicas destes processos (EIA)?

Sabemos que os empreendimentos existentes também continuam gerando impactos sociais. Como a EDP identifica os impactos de empreendimentos existentes? De que forma é feito o engajamento com comunidades? Por favor esclarecer o que foi feito a este respeito em 2010.


A respeito do número e % de operações submetidas a avaliação de impactos sociais:

Não entendemos a resposta. A EPD explica que para novos empreendimentos o EIA e o PBA são as ferramentas utilizadas para a avaliação dos impactos sociais. É de consenso comum e estabelecido por lei que estes estudos são realizados sob responsabilidade do empreendedor e não do órgão licenciador ou fiscalizador.

No caso de empreendimentos existentes esperamos que a EDP relate o % de operações (unidades por exemplo) que foram submetidas a estas avaliações. Entendemos ser um grande equívoco técnico afirmar que os órgão licenciadores e fiscalizadores realizam avaliações de impactos sociais para os empreendimentos da EDP. Caso isto realmente tenha sido feito, solicitamos que a empresa publique estas avaliações como parte fundamental do indicador SO1, que é um indicador essencial da GRI.

A respeito dos programas (medidas) aplicados em relação aos impactos negativos, a EDP informa que estão descritos no PBA e deixa o leitor a “ver navios”, uma vez que não cita um exemplo sequer de medidas tomadas. De que adianta a empresa elaborar um relatório GRI nível A se não tem coragem de ser transparente sobre seus impactos sociais e eventuais medidas tomadas em relação a eles?

 Sobre as obras realizadas no Ceará:

Novamente a EDP se esconde quando perguntamos a respeito dos impactos sociais causados (pergunta essencial do indicador SO1), relatando apenas que foi elaborado um PCMA e que buscou engajamento junto a comunidade de entorno, criando o programa Energia.  Como leitor deste relatório ficamos frustrados pela falta de transparência da empresa a respeito das questões negativas que todo empreendimento possui. Lembramos qua a GRI adota um Princípio denominado EQUILÍBRIO, cujo objetivo é oferecer a sociedade um relato coerente e equilibrado sobre as questões positivas e negativas das atividades, produtos e serviços das empresas relatoras.



EN30

Sendo a gestão ambiental também um tema de alta relevância, conforme demonstra o teste de materialidade, não encontramos as informações sobre o total de investimentos em proteção ambiental por tipo, conforme determina o protocolo específico da GRI. Os custos de prevenção e gestão ambiental não foram apresentados na tabela da página 114. O que devemos entender por Outras iniciativas de gestão e proteção do ambiente, que consumiu 4.2 milhões de reais em 2010?

Como pode não haver quaisquer despesas com gestão de águas residuais desde 2008? (vide tabela pag 114)

I - O que devemos entender por Outras iniciativas de gestão e proteção do ambiente, que consumiu 4.2 milhões de reais em 2010?

Esse item inclui custos gerais associados a pessoal que atua em meio ambiente, ações de educação ambiental e comunicação social, custos com os sistemas de controle ambiental e auditorias ambientais, custos com elaboração de planos de contingência e emergência, entre outros.

  
ii- Como pode não haver quaisquer despesas com gestão de águas residuais desde 2008? (vide tabela pag 114)

A atividade de geração de energia por meio de plantas hidrelétricas não tem geração significativa de águas residuais. Os gastos existentes não são classificados como despesas ambientais, mas despesas relacionadas à área de operação e manutenção.


EN11

Não encontramos informações sobre as áreas possuídas, arrendadas ou administradas dentro de áreas protegidas ou adjacentes a elas para o segmento de geração. Na página 116 são apresentadas apenas informações sobre as áreas da distribuição. Por que as áreas alagadas não são apresentadas, considerando serem estas áreas de alto índice de biodiversidade?

Não encontramos informações sobre o valor da biodiversidade caracterizado por atributos da área protegida e classificação pelo estado de conservação. Normalmente as empresa nacionais estão publicando as áreas de APP´s e Reservas legais, como parte dos atributos. A EDP não apresenta estes dados.

i - Não encontramos informações sobre as áreas possuídas, arrendadas ou administradas dentro de áreas protegidas ou adjacentes a elas para o segmento de geração. Na página 116 são apresentadas apenas informações sobre as áreas da distribuição. Por que as áreas alagadas não são apresentadas, considerando serem estas áreas de alto índice de biodiversidade?

A área de meio ambiente cumpre as obrigações definidas pelos órgãos ambientais. Esse controle das áreas alagadas não é exigido.


Ii - Não encontramos informações sobre o valor da biodiversidade caracterizado por atributos da área protegida e classificação pelo estado de conservação. Normalmente as empresa nacionais estão publicando as áreas de APP´s e Reservas legais, como parte dos atributos. A EDP não apresenta estes dados.

A área de meio ambiente cumpre as obrigações definidas pelos órgãos ambientais. Esse controle das áreas de APP e Reserva não são exigidos.


OBSERVAÇÃO : É bastante lamentável receber a resposta de que para atender ao indicador EN11 a área de meio ambiente cumpre as obrigações dos órgãos ambientais, sendo que não é esta a questão abordada por este indicador. O indicador solicita o tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas protegidas ou adjacentes a elas. Toda a sociedade brasileira está acompanhando as discussões sobre o Código Florestal e merece saber ao menos qual a área de APP – Área de Preservação Permanente, existente no entorno dos reservatórios da EDP.

A segunda questão deste indicador diz respeito a áreas de alto índice de biodiversidade, que também não tem qualquer relação com cobranças de órgãos ambientais. É de fácil entendimento até para o leigo compreender que o meio aquático criado (área alagada) no sistema de geração de energia tem alto índice de biodiversidade em função da quantidade e qualidade de animais, como peixes (ictiofauna) e vegetais aquáticos. O PBA citado pela EDP visa justamente monitorar e proteger toda esta fauna aquática que vive nos lagos formados, sendo uma clara demonstração de que se trata de um tema material.

Novamente a EDP mostra sinais claros que falta de transparência ao não publicar esta importante informação.


EN12

Por que a alteração do ambiente aquático não é apresentada como um impacto negativo da formação dos lagos para geração de energia?

Como é a ocorrência de espécies exóticas de ictiofauna nos reservatórios da EDP? O que a empresa está fazendo para evitar a proliferação destas espécies exóticas em detrimento das nativas?

Por que a empresa não apresentou qualquer resultado sobre o estudo de ictiofauna no Enerpeixe realizado pela UFT?

i - Por que a alteração do ambiente aquático não é apresentada como um impacto negativo da formação dos lagos para geração de energia?

Os monitoramentos de qualidade de água não revelam alterações significativas na qualidade da água.

  
ii - Como é a ocorrência de espécies exóticas de ictiofauna nos reservatórios da EDP? O que a empresa está fazendo para evitar a proliferação destas espécies exóticas em detrimento das nativas?

A EDP monitora a ocorrência de espécies de ictiofauna no reservatório, e não possui atividades que interfiram na incidência de espécies exóticas nos reservatórios.

  
iii - Por que a empresa não apresentou qualquer resultado sobre o estudo de ictiofauna no Enerpeixe realizado pela UFT?

Nenhum resultado foi apresentado pelo fato dos estudos não terem sido finalizados. A UFT ainda está realizando estudos na ictiofauna, sendo assim, não temos estudos conclusivos.

OBSERVAÇÃO :

Alteração do ambiente aquático:

Recebemos a informação de que o ambiente aquático é monitorado, podendo portanto concluir que se trata de uma preocupação por parte da EDP.

A formação de um lago traz consequências ambientais inevitáveis, como maior superfície de água, aumento de temperatura da mesma, alterações nos níveis de oxigênio, favorecimento de determinadas algas, entre outros. Não pretendemos atacar as hidrelétricas nacionais, mas sim receber informações mais qualificadas da EDP, uma vez que as respostas recebidas são absurdas do ponto de vista técnico. Afirmar que não há alteração na qualidade das águas de um reservatório de grande porte formado pelo homem é no mínimo chamar o leitor de ingênuo.

Com certeza os estudos sobre ictiofauna já revelam as alterações de fauna típicas de um grande reservatório. Nós como leitores ficaríamos imensamente agradecidos em receber alguma informação, mesmo não conclusiva, a respeito do que já foi encontrado nestes lagos. Alguma espécies exóticas de peixes são muito agressivas e podem dizimar espécies nativas. Se a EDP ficar por anos monitorando sem qualquer tomada de ação, poderá chegar a conclusão de que várias espécies exóticas se extinguiram em seus lagos, o que seria uma grande pena. De novo a empresa falha no quesito transparência.

EN14

A estratégia da empresa para realizar sua política de gestão de biodiversidade é apresentada de forma tímida, apenas com poucos exemplos isolados de ações de monitoramento realizadas. Este indicador requer a apresentação de metas e objetivos específicos para gestão de impactos na biodiversidade, não encontrados no relatório da EDP.

A EDP Energias do Brasil lançou a sua Política Corporativa de Biodiversidade em 2010, e à semelhança de outras empresas do setor elétrico, destaca no seu relatório as iniciativas de preservação e conservação da biodiversidade desenvolvidas nas suas áreas de atuação, como é  compreendido pelo conteúdo das pág. 114 a 117, nomeadamente, pelo mapa de monitoramento da biodiversidade.

OBSERVAÇÃO : Realmente fica claro que a EDP não tem metas e objetivos específicos para gestão de impactos na biodiversidade.

  
HR6

Considerando a questão do trabalho infantil como de alta relevância pelo teste de materialidade, notamos que a EDP dedica apenas uma frase a esta questão declarando não ter identificado qualquer operação com risco de ocorrência de trabalho infantil.

A empresa poderia explicar como realiza uma identificação consistente relacionada ao risco de ocorrência de trabalho infantil em sua cadeia produtiva, considerando a extensão geográfica de suas atividades e a terceirização de algumas destas atividades? Lemos que apenas 4 empresas contratadas foram de fato avaliadas quanto ao atendimento de requisitos de direitos humanos.

O indicador HR6 solicita a apresentação das operações de maior risco de ocorrência de trabalho infantil, o que foi apontado como uma preocupação por parte dos stakeholders. Por favor esclarecer.

A EDP possui um conjunto de atividades de controle que minimizam a ocorrência de risco de trabalho infantil, nomeadamente o Código de ética (item 5.2.1), a Política Contra o Trabalho Infantil e Escravo (Forçado ou Compulsório) e o Canal Ética EDP (http://www.edpbr.com.br/energia/empresa/canal_comunicacao_denuncia/canal_comunicacao_denuncia.asp). Desde sua implementação, não foram recebidas denúncias relativas à trabalho infantil através do Canal Ética EDP.

Complementarmente, por meio do sistema de gestão aplicado em nossas instalações, qualquer mão de obra, sendo próprio ou de terceiro, somente é autorizada a trabalhar após avaliação das documentações necessárias, comprovando a legitimidade destes empregados, quanto a registro, idade, benefícios, entre outros itens monitorados pela segurança do trabalho e gestores de contrato ou operacionais.

OBSERVAÇÃO : A preocupação da sociedade não está mais nas atividades que estão ao alcance do olhos, mas sim àquelas da cadeia produtiva que poucos veem.

Fica claro para nós, como leitores, que a EDP se limita a controlar trabalhadores que adentram suas instalações. O indicador HR6 requer uma análise criteriosa da cadeia produtiva da empresa, no sentido de se buscar as atividades onde possa haver risco de ocorrência de trabalho infantil. Criar e divulgar um código de ética é louvável, mas não alcança o objetivo aqui pretendido. Talvez uma grande oportunidade para a EDP seria atualizar sua política contra o trabalho infantil e realizar um mapeamento consistente sobre estes riscos e desta forma, quem sabe, na próxima publicação atender a este importante indicador.



PROCESSO DE VERIFICAÇÃO

Por que a EDP, na busca de transparência e credibilidade para com a sociedade, usou um processo de verificação limitada, onde normalmente não há visitas às operações da empresa para verificação in loco da gestão praticada?

A decisão de recorrer a um processo de verificação limitada, ao invés de verificação razoável, prende-se com a necessidade de equilibrar a equação de custos vs benefícios. Avaliadas as duas opções, consideramos que a verificação limitada atendia nossas exigências e é suficiente para assegurar a qualidade da informação reportada. No âmbito deste processo, ocorreram visitas às operações da companhia.

OBSERVAÇÃO : Pelas respostas apresentadas pela EDP e parecer da entidade verificadora, fica fácil para o leitor concluir que houve muitas falhas por parte da EDP e no processo de verificação a respeito de vários princípios preconizados pela GRI.  Fazemos votos para que a próxima publicação seja mais completa e que a empresa reflita melhor sobre seu nível de aderência às Diretrizes da GRI.




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