quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Alcoa. Impressionado e ponto.

 
 
Olá Amigos,
 
Mais uma empresa acaba de nos encaminhar as respostas, desta vez a Alcoa.
 
Digo que estou realmente impressionado não só com a atendimento que recebemos pela assessoria de imprensa da empresa, como também pela qualidade das respostas.
 
Se todas as empresas fossem tão diretas e transparentes em suas relações e jogassem o jogo bem jogado como fez a Alcoa, com certeza os dados apresentados neste blog, de uma maneira geral, seriam sempre muito interessantes (não é verdade VW ?).
 
Ao ler todas as respostas, podemos dizer que o que recebemos foi, com certeza, uma das melhores ações de report encaminhadas ao nosso blog dos últimos tempos.
 
Ficamos impressionados com a maneira clara e direta em que a empresa se dirigiu até nós e apresentou seu posicionamento. Pode ser que algumas pessoas não concordem com o posicionamento da Alcoa em algumas questões, mas temos que respeitar a forma de trabalho da empresa, realmente louvável.
 
Assim, com muito orgulho apresento as respostas da empresa neste post. Boa leitura.
 
 
1- Vocês poderiam apresentar uma prestação de contas sobre a gestão de risco da empresa? O que foi feito em 2011 sobre esta questão?

A Alcoa possui um Comitê Estratégico de Gestão de Risco tanto para commodities como moedas, localizado em Nova Iorque.
O Comitê é responsável pela criação da política de gerenciamento de risco que tem como objetivo principal o mitigar as exposições de metal e moeda das empresas do grupo Alcoa.
A gestão destes riscos pode ser realizada tanto por meio da estruturação de compra física/ contratos de venda de metal ou por meio de instrumentos de derivativos feitos junto as instituição financeira.  Para toda e qualquer contração as regiões submetem ao comitê uma proposta detalhada para mitigar sua exposição em questão, que por sua vez só é efetuada após aprovação formal do comitê.
No ano de 2011 nenhum derivativo foi feito na Alcoa Alumínio.
 
2- Sobre as questões relativas a corrupção, quantos casos foram identificados pela empresa e como foi tratada a questão ?
Nenhum caso foi identificado pela empresa em 2011 e, como informado, todas as unidades passaram por avaliações.
 
3-  Com relação aos fornecedores, vê se que dos 1100 contratos firmados com fornecedores críticos, apenas 30 foram auditados em 2011, menos de 3% do total. Será que é por isto que não se tem registro de desvios? Qual a razão de uma auditoria numericamente tão pequena?
Em 2011 foram avaliados mais de 200 fornecedores ou 18,18% do total dos contratos firmados para o ano. Esta avaliação é feita por meio de questionários respondidos por estas empresas e da análise das evidências que são solicitadas para comprovação das respostas ao questionário. Destes 200 fornecedores, além da avaliação documental, fizemos a visita in loco em 30 destes para verificação presencial de todas as condições respondidas ao questionário, desta forma avaliamos presencialmente 15% do total avaliado em 2012.
4- Seria possível conhecer as cláusulas de direitos humanos que devem ser atendidas pelos fornecedores da Alcoa?
Sim, segue em anexo os termos gerais de contratação que constam em nossos contratos, anexos. (os interessados em ver este artigo, favor pedir por e-mail - nota do blog)
 
5- O que é avaliado, em termos de sustentabilidade pela Alcoa, de seus fornecedores presente no questionário citado na página 6?
São avaliadas as seguintes dimensões: governança, social e ambiental. Em governança incluímos combate a corrupção, transparência nas relações e informações, relações com a concorrência. Na dimensão social são avaliadas certificações sociais, de saúde e segurança no trabalho, erradicação do trabalho infantil, do trabalho análogo ao escravo, e de qualquer tipo de discriminação, bem como gestão inclusiva, relações com fornecedores, relações com a comunidade. Na ambiental são avaliadas certificações ambientais, gerenciamento de impactos, minimização de entradas e saídas de materiais, como também gestão ambiental, gestão de pessoas e gestão operacional.
 
6- Quanto que o Fundo Juruti investiu na comunidade neste ano de 2011?
Em 2011 foram executados os projetos financiados no 1º. Edital. Ao todo, foram 22 projetos nas seguintes linhas temáticas: 14 capital econômico, cinco capital social e dois capital ambiental, realizados entre de maio/2010 e até o primeiro semestre de 2012, resultando no investimento de R$ 528 mil.
Em dezembro/2011, a Prefeitura, organizações civis do município, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e Alcoa assinaram protocolo de intenções para o estabelecimento do Fundo Semi-Patrimonial, fortalecendo o Funjus e garantindo investimentos em projetos de sustentabilidade nos próximos dez anos em Juruti. Para esse período de dez anos, o Fundo captará investimentos de R$ 6 milhões em múltiplas fontes, garantindo uma média de R$ 500 mil/ano em projetos.
 7- Vocês poderiam definir o que é erro humano no conceito da Alcoa sobre as relações trabalhistas ?
No conceito de Desempenho Humano, erro é uma ação ou comportamento não intencional, que resulta em condição indesejável; conduz uma tarefa ou um sistema fora de limites aceitáveis; ou desvia de um conjunto de regras. Os erros pode ser ativos ou latentes. Ativos são os erros que mudam os equipamentos, sistemas ou área de trabalho gerando consequências indesejadas, imediatamente. Latentes são erros, atos ou decisões que resultam em fraquezas organizacionais ou falhas de equipamentos, as quais permanecem adormecidas até serem reveladas.
 8- Por que vocês não possuem uma política formal para contratar fornecedores locais ?
Devido a complexidade e diversidade de itens adquiridos para nossa operação, a Alcoa, apesar de não possuir uma política formal para contratar fornecedores locais, desenvolve junto a entidades governamentais como Programa Redes (Pará),  PROCEM(Maranhão), Programa Vínculos (Pernambuco) programas formais para capacitar os fornecedores locais para que estes se tornem competitivos.
 
9- Por que apesar das boas taxas de clima organizacional a rotatividade de empregados jovens cresce ano após ano?
De fato a Alcoa consegue bons resultados em Clima Organizacional. A Alcoa foi considerada uma das melhores empresas para se trabalhar pelo Instituto Great Place to Work® por 11 vezes, inclusive nos últimos dois anos: 2011 e 2012. Especialmente agora, num momento difícil do mercado de alumínio no Mundo e no Brasil, esta premiação deixa a empresa ainda mais orgulhosa.
O Turnover de jovens na Alcoa em 2011 foi de 15% em 2011, menor à taxa geral do mercado de trabalho, onde temos índice de 23% de rotatividade, de acordo com os dados da Pesquisa Brasileira em Gestão de Pessoas e Negócios para a Sustentabilidade realizada pela consultoria Sextante. Na nossa visão, os últimos anos da economia brasileira, que é destaque diante de outras economias mais recessivas, demandou fortemente novos profissionais e a escassez intensificou esta disputa por talentos. A grande oferta de emprego aliada ao perfil deste público jovem, uma geração que traz uma mudança na forma de estabelecer e manter vínculos duradouros com as empresas, impactou no crescimento do turnover não só na Alcoa, mas em todo o mercado de trabalho no Brasil e no mundo.
Temos buscado através da montagem de programas especiais, como o programa de Estagiários e o de Novos Engenheiros, por exemplo, fortalecer e catalisar este momento de adaptação entre um novo profissional e a Alcoa. Estes programas consideram mudanças desde a forma de seleção, passando pela integração com os negócios e empresa, chegando ao processo de gestão de talentos e educação continuada. Este esforço tem o objetivo de aprimorar e de prolongar a relação dos profissionais contratados com a Alcoa. Como resultado já somos reconhecidos como uma das melhores empresa para se iniciar a carreira, segundo a revista Você SA.
 
10- Vocês poderiam explicar como funciona o conselho regional de relações comunitárias e como é efetivamente realizada sua governança ? Este projeto ocorre em todas as plantas da Alcoa ?
Para tornar o relacionamento com as comunidades onde atua o mais transparente possível, garantir os benefícios e a continuidade das ações sociais, a Alcoa criou, em 2001, o Conselho Regional de Relações Comunitárias, responsável pelas decisões das aplicações dos recursos da Alcoa e Alcoa Foundation, destinados às comunidades.
Os representantes de Relações Comuitárias da Alcoa das localidades atuam como facilitadores no processo junto ao Conselho Regional. A decisão final dos demais integrantes do Conselho é importante e respeitada, sempre levando em consideração a linha de atuação, os Valores e Políticas da companhia. Os projetos apresentados pelos voluntários e analisados pelos Conselhos Regionais são viabilizados com recursos destinados pela Alcoa Foundation e Instituto Alcoa. Os conselhos analisam e discutem a alocação desses recursos e a supervisão de projetos, depois de apresentação dos trabalhos comunitários, feito e acompanhado por funcionários voluntários da empresa.
Ao serem aprovados, os projetos são encaminhados para análise final do Comitê de Projetos do Instituto Alcoa e Alcoa Foundation. Os Conselhos Regionais são geralmente compostos por três funcionários da Alcoa na localidade, dois representantes de mais duas empresas da região e integrantes de associações de classe (associações comerciais, de pais e mestres, moradores, entre outros) e representantes governamentais. O número de participantes em cada projeto conta, em média, com a participação de 12 pessoas.
Os Conselhos Regionais atuam neste formato nas unidades brasileiras de São Luís (MA), Poços de Caldas (MG), Itapissuma (PE) e Tubarão (SC).
 11- Vocês não citam no relatório exemplos de projetos sociais e resultados. Vocês poderiam ser mais claros neste ponto ?
Em abril de 2010, ao completar 20 anos no Brasil, o Instituto Alcoa iniciou um processo de mudanças em sua atuação, com o objetivo de aprimorá-la para uma contribuição ainda maior ao desenvolvimento social das comunidades com as quais a Alcoa se relaciona.
Somente o ano passado, foram investidos cerca de R$ 3,4 milhões em 52 projetos sociais. Desde 1995, o Instituto Alcoa e a Alcoa Foundation investiram R$ 99,5 milhões em mais de 1.950 projetos.
Além de manter os programas e ações de incentivo ao voluntariado corporativo: ACTION, BRAVO!, Semanas Verdes e Mês Mundial de Serviços Comunitários, o Instituto Alcoa reformulou o Programa de Apoio a Projetos Locais e criou um signature program, o primeiro de sua história: o ECOA - Educação Comunitária Ambiental. Com duração de 12 meses, o Programa ECOA conta com 10 Núcleos de Sustentabilidade, sendo que oito foram implementados neste primeiro ano e os outros dois em 2012.
Os principais resultados até Maio deste ano são:
CURSO DE AGENTES AMBIENTAIS: 9 Cursos De Agentes Ambientais concluídos e 254 Agentes Ambientais certificados;
ATIVIDADES LÚDICAS EDUCATIVAS: 111 atividades e 8.795 pessoas mobilizadas;
EVENTOS TEMÁTICOS: 16 eventos temáticos realizados e 7.820 pessoas mobilizadas;
OFICINA TEMÁTICA: 6 oficinas realizadas e 184 pessoas mobilizadas;
 
Quantidade total de pessoas mobilizadas
Atividades
Quantidade prevista
Quantidade realizada
Curso de Agentes Ambientais
80
254
Atividades Lúdicas Educativas
1750
8795
Oficinas Temáticas Ambientais
400
184
Eventos Temáticos Ambientais
1200
7.820
Cursos Opcionais
250
37
Total
3680
17090
 

O Programa de Apoio a Projetos Locais acontece em todas as localidades e se dá por meio do financiamento de projetos de organizações locais (OSCs e organizações do setor público). A definição dos focos destes projetos é feita a partir da identificação das demandas das comunidades, pelos gerentes, Representantes de Relações Comunitárias (RCs) e Conselhos de cada localidade, conjugadas com os resultados dos diagnósticos e outras peculiaridades locais.
Assim, cada localidade elege um dentre os seguintes focos para o financiamento de projetos: Educação; Saúde; Meio ambiente; Trabalho e renda; Segurança.
Os públicos diretamente atingidos podem ser crianças, jovens, adultos, idosos, lideranças comunitárias, trabalhadores de organizações sociais e do setor público.
12- Parabéns por exemplificar que para Alcoa fornecedor local é aquele que está no município da sua operação. Muito claro isto! Mas gostaríamos de saber porque os fornecedores das pequenas cidades estão diminuindo ano após ano dentro do portfólio da Alcoa ?
De uma forma geral, o volume das compras tem diminuído sendo este um efeito da crise que ainda persiste no setor do alumínio, aliado ao fato de termos concluído alguns importantes projetos que demandavam um grande volume de compras. Entre eles destacam-se a construção da Mina de  Juruti, no estado do Pará, e da expansão da fábrica da Alumar em São Luis, no estado  do Maranhão, e com o final destas obras, os volumes de compras diminuiram sensivelmente, pois alguns serviços e produtos que eram necessários durante este período não tem a mesma demanda na fase de Operação.
13- Gostaríamos de sugerir que no próximo ano a empresa apresente informações além dos funcionários, mas também dos terceiros. Num mundo onde a terceirização é bastante comum, é uma pena não recebermos estas informações. A GRI é bastante clara ao pedir isto em vários indicadores da família LA, como o LA1, por exemplo. Faltou informações importantes sobre esta questão das relações trabalhistas.
 
Avaliaremos, sim, como aprimorar este quesito já no próximo relatório 2012. Conforme o indicador LA 1, o total de trabalhadores terceirizados por região de atuação da Alcoa está demonstrado conforme a seguir: Nordeste: 1.437, Norte: 1.773, Sudeste: 673 e Sul: 93, totalizando 3.976 funcionários.
14- Sobre as hidrelétricas, sentimos uma falta de transparência sobre as polêmicas acerca das usinas Barra Grande e Pai Querê. Sem entrar no mérito das controvérsias do projeto, entendemos que um relatório de sustentabilidade deve atender ao princípio de equilíbrios trazendo as notícias boas e ruins, e neste ponto este relatório deixa a desejar, uma vez que não traz absolutamente nada sobre toda a forma que este projeto está sendo conduzido, se limitando a escrever que existe 93% de aprovação da população no entorno do município da usina Barra Grande.
A audiência pública de Pai Querê foi bastante complexa, o que no mínimo mereceria uma abordagem mais assertiva neste relatório. Do ponto de vista de credibilidade, a Alcoa acaba nos deixando, a partir deste momento de leitura, com a “pulga atrás da orelha” sobre a gestão da empresa nesta questão.
Poderíamos receber esclarecimentos e a visão da empresa sobre tudo o que se divulga na internet (e não é pouco) sobre estes projetos? Ou devemos formar nossa opinião com o que está sendo publicado?
Vejam o que encontramos a respeito:
 
http://riouruguaivivo.wordpress.com/, http://observatorioambiental.com.br/2012/03/26/mais-uma-hidreletrica-do-pac-e-questionada-por-ambientalistas/ http://crismenegon.com.br/portal/1-artigos/2017-a-barragem-de-paiquere.html São críticas e mais críticas sobre destruição, desrespeito a comunidades, fraudes, erros técnicos e por aí vai...
 
Este questionamento é bastante relevante e nos dá a oportunidade de esclarecer alguns pontos importantes sobre a participação da Alcoa em empreendimentos hidrelétricos de maneira geral, bem como avaliar se é possível aumentar o nível de informações sobre estes empreendimentos em nosso relatório.
O primeiro aspecto que precisa ser esclarecido é que a Alcoa é sócia de quatro usinas hidrelétricas em operação no Brasil – Barra Grande, Machadinho, Estreito e Serra do Facão –, que juntas respodem por 70% do consumo de energia da empresa, e de dois projetos em fase de licenciamento – Pai Querê e Santa Isabel. Em todos estes projetos há um consórcio constituido para construir e operar tais empreendimentos e as comunicações com stakeholders são lideradas por estes consórcios. Como cada consórcio seus relatórios de sustentabilidade, a Alcoa insere em seu relatório os dados mais relevantes desses empreendimentos, sem no entanto descatar a importância dos relatórios detalhados de cada usina.
Com relação a Usina de Barra Grande, a aprovação da comunidade mencionada refere-se aos resultados que obtivemos na pesquisa conduzida pelo IBOPE com aproximadamente 1000 pessoas moradoras e lideranças dos nove municípios da área de influência direta da usina. Outra pesquisa conduzida pela UNOESC – Universidade do Oeste Catarinense, desta vez somente com famílias que foram afetadas pela usina, também revelou boa aceitação das comunidades  (mais de 90% das 500 famílias, população diretamente afetada pelo empreendimento, relatou satisfação frente às indenizações recebidas.).
Durante a construção da Usina de Barra Grande, como em todo empreendimento desta magnitude, ocorreram tensões e conflitos sociais, boa parte causada pela presença de um novo cenário na região dos campos de cima da serra e parte também causada pelo legado adquirido quando da concessão da usina hidrelétrica. Modelos de leilões de energia da época forneciam o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) concluído, os quais continham deficiências na caracterização ambiental, resultando em passivos que deveriam ser administrados pelo Consórcio vencedor do leilão.  Foram decorridos sete anos desde a conclusão da construção da Usina e hoje o cenário de aceitação é favorável, não só porque a Baesa mantém atendimento de todas as suas condicionantes da Licença de Operação, mas também pela implantação de diversas iniciativas e projetos sociais voluntários voltados para a geração de renda, educação ambiental, cooperativismo, esporte e cultura, o que pode ser constatado com uma visita a região para realizar diálogo e/ou reuniões com os atores locais.
Com relação ao projeto da Usina de Pai Querê, as informações contidas no Relatório de Sustentabilidade se limitaram a informar o status do processo de licenciamento do empreendimento, uma vez que ele encontra-se ainda em fase de licenciamento ambiental.
A companhia respeita todas as manifestações, mas é importante ressaltar que as informações contidas na Internet, postadas pelas ONGs da área ambiental, não refletem o conjunto de esforços, ações, estudos e caracterizações sistemáticas conduzidas nas campanhas de campo solicitadas pelo Ibama. Todos os itens contidos no Termo de Referência que definiu as diretrizes do EIA foram atendidos.
Para este empreendimento, foram realizadas quatro Audiências Públicas: três delas em municípios localizados na área de influência direta da Usina: Lages/SC, São Joaquim/SC e Bom Jesus/RS e uma, última, em Porto Alegre, distante da área de influência direta, indireta ou de abrangência regional do empreendimento. A audiência ocorrida em Porto Alegre foi realizada sobretudo para atender as ONGs da capital, cuja maior parte historicamente se opõe ao projeto de Pai Querê e às grandes obras de infraestrutura em geral. Nesta audiência, onde os resultados foram amplamente divulgados nos sites das ONGs, os argumentos técnicos respondidos não eram aceitos, independente da profundidade e justificativas apresentadas. Isto se evidencia na análise das atas das quatro Audiências Públicas, todas disponíveis no site do IBAMA, ao se constatar que naquelas ocorridas nos municípios da área de influência do projeto de Pai Querê, em geral, ocorreram posicionamentos críticos e preocupações sociais e ambientais, mas amplamente favoráveis ao empreendimento.
Certamente se constatam controvérsias, muitas das quais derivadas de fortes posicionamentos ideológicos de confrontação e resistência ao projeto de Pai Querê. Antes das Audiências, a Alcoa foi a Porto Alegre e procurou abrir diálogo com os movimentos contrários objetivando entender os posicionamentos e construir soluções conjuntas, contudo não houve adesão de parte de ONGs ao diálogo e a busca de uma agenda comum para conciliar desenvolvimento e conservação, que é a nossa missão.
A partir do conjunto de informações apresentadas no EIA e no RIMA,  entende-se que, pelas características do projeto associadas às condições da região, no que tange aos temas estudados, a implantação e operação da Usina Pai Querê pode trazer à região uma série de efeitos, alguns adversos, outros benéficos, os quais, em sua maior parte, apresentam condições de controle, minimização ou compensação dos aspectos negativos, bem como a potencialização dos aspectos positivos.
 
15- Muito interessante e claras as informações sobre as medições e reduções de emissões, no entanto não ficou claro por que houve um aumento considerável nas emissões oriundas de carvão mineral nos ultimos anos. Por que isto acontece ? Este aumento não contradiz o posicionamento da empresa frente suas afirmações relativas a qualidade do ar ?
Isto ocorreu devido ao aumento de produção da Refinaria de Bauxita em nossa fábrica situada em São Luís – MA, essa planta utiliza carvão mineral para geração de vapor e a produção foi ampliada de 1.5 milhões de toneladas por ano de alumina para 3.5 milhões de toneladas/ ano, consequentemente houve  maior necessidade de consumo de carvão. O número não contradiz o nosso posicionamento, pois a mensuração de emissões está sempre relacionada com a intensidade de emissões e não das emissões em números absolutos. A intensidade de emissões pode ser entendida como a quantidade de emissões por quantidade de produto, ou seja, em nosso caso, quantidade de emissão por tonelada de aluminio ou alumina. Este indicador fornece uma indicação real dos esforços das empresas para reduzir as emissões de acordo com a sua produção.  Apesar de termos um aumento no consumo de carvão mineral e em números absolutos de suas emissões, observarmos valores menores na intensidade de emissões para as Refinarias. Além disso, temos investido em eficiência energética e projetos diversos para a redução de nossas emissões (como consta em nosso relatório de sustentabilidade). Deste modo, estamos reafirmando o nosso posicionamento com relação à qualidade do ar.
 
16- A empresa reporta dados sobre a redução do consumo específico de água. Como está a visão da empresa em relação a pegada hídrica, que agora tem um protocolo montado para esta análise?
Nós estamos atentos a esta questão e participamos de discussões sobre o assunto junto a Associação Brasileira do Alumínio – ABAL e em outros Fóruns, com o objetivo de nivelar a mensuração e gerenciamento de água no setor industrial. Mesmo com a existência de algumas metodologias, a “pegada hídrica” não está consolidada para aplicação no Brasil, requerendo aprofundamento maior para seu uso. De qualquer modo, julgamos o assunto como sendo de extrema importância e temos buscado analisar junto a parceiros a sua futura aplicação.
 
17- O que vocês querem dizer na nota da página 20 denominada EM 2011: “ a redução obteve aumento em seu consumo de 7,7%” ?

O termo “Redução” (tradução do inglês para o termo Smelter) se refere a um dos processos industriais da cadeia do alumínio no qual ocorre a transformação de Alumina (óxido de alumínio) em Alumínio. Houve um erro ao escrever “redução” em letra minúscula, pois  a palavra transmitiu o sentido de “reduzir” e não o nome do processo industrial. Corrigiremos.
18- O que a empresa faz com os resíduos perigosos que não são reciclados? Qual a segurança da sociedade para com a destinação correta destes resíduos ?

Os resíduos perigosos não reciclados representam uma parcela muito pequena, não significativa, dos resíduos totais gerados pela Alcoa. Mesmo esta parcela sendo muito pequena, estes resíduos perigosos são destinados a empresas certificadas e licenciadas para realizar a sua correta destinação final e tratamentos previstos em lei. 
 
19- Sabemos que as atividades da  mineração são impactantes para moradores do entorno das unidades. Estranhamos não encontrar qualquer informação sobre isto no relatório. Poeira, condição de estradas, acidentes de trânsito causados por caminhões da empresa ou terceiros, nada disto e reportado para nós, leitores. Vocês possuem essas informações ?

Sim. Nós dispomos dessas informações e temos, inclusive, um plano de monitoramento e contramedidas para evitar que quaisquer emissões possam causar impactos em nossas comunidades vizinhas. As nossas minas de bauxita, via de regra, estão situadas em áreas onde não há conglomerados urbanos, ainda assim, reforçamos, temos um processo estruturado para supressão de poeira, com o uso de carros pipa entre outras ações. Em relação a segurança, temos um processo bem consolidado, que contém Planos detalhados de Segurança nas estradas, onde todos os motoristas são treinados em direção defensiva, as empresas transportadoras são previamente qualificadas e fazemos auditorias para verificação de conformidade. Temos um dos melhores índices de segurança do trabalho em todo o mundo, e nos orgulhamos disso.
Todos os anos, nós realizamos uma consulta com todas as nossas partes interessadas (Ongs, sociedade civil, fonecedores, governo, funcionários, entre outros) para estabelecermos as informações que todas as partes julgam pertinentes para serem incluídas em nosso relatório. Isto é chamado de Princípio de Materialidade. Mesmo dispondo das informações descritas na pergunta, não a incluimos neste relatório pois não foram identificadas como “materiais” por nossas partes interessadas, focando em  informações que o público consultado indicou interesse em saber.
20- Retirando o investimentos em parques de conservação, quanto a Alcoa investiu em projetos sociais em 2011 ?

Ao longo de 2011, o Instituto Alcoa apoiou, seja com recursos próprios ou com recursos provenientes da Alcoa Foundation, 52 projetos totalizando R$ 3.426.854,69.

21- Vocês afirmam que das áreas degradas em 2012 vocês recuperarão 120 hectares. Isto é quantos % do total a ser recuperado ?

Isto representa 100% do total disponível a ser recuperado. Todo ano, planejamos o tamanho das áreas a serem mineradas. Uma vez que o processo de mineração é finalizado em uma área, esta será reabilitada integralmente em seqüência. Deste modo, os 120 hectares representam 100% das áreas mineradas exauridas.

22- A Alcoa traça uma linha de 1,5 milhão em multa para o conceito de significativo e daí afirma que não foram emitidas multas significativas ambientais. Qual a razão de se escolher a base de 1,5 milhão ? Os stakeholders que vivem próximo a uma unidade da Alcoa adoriam saber das multas mais baixas, relacionadas aos impactos causados na vida deles. Que tal apresentar as multas com valores até R$ 50.000,00? Será que o cenário muda? A empresa paga todas as multas ou recorre sempre ?

A razão de estabelecer R$ 1,5 milhão como base está de acordo com o porte, setor e principalmente faturamento da empresa. O GRI em seus indicadores que tratam de multas ambientais (EN28 - página 47 do Protocolo) não menciona o valor considerado significativo; também não há legislação que o estabeleça. Em 2011 foi recolhida multa no valor de R$ 50.000,00 em favor da União (Secretaria de Direito Econômico), conforme acordado no Compromisso de Ajustamento de Conduta entre o Ministério Público do Estado do Maranhão e o Consórcio de Alumínio do Maranhão assinado em 14 de janeiro de 2011. Como nos demais itens reportados no relatório, baseado no princípio de materialidade informamos aquilo que as partes consultadas julgam pertinentes, o que não foi o caso das multas abaixo da faixa estabelecida pela empresa.
Quanto ao pagamento de multas, cada caso é tratado de maneira particular, considerando o direito da empresa de recorrer quando identifica que a multa aplicada não procede ou é demasiadamente exagerada.

23- Sobre segurança vocês reportam que não houve óbitos. Isto também se aplica a todos os funcionários de empresas terceiras que trabalham para a Alcoa? Aliás, qual é afinal o número de funcionários de empresas que prestam serviços para a Alcoa?

Nosso sistema de reporte de incidentes aplica-se a empresas contratadas e sub-contratadas, sob a supervisão direta da Alcoa. Não houve óbitos envolvendo contratados, no período. Em relação ao número de contratados, isso pode variar de acordo com a localidade e o período. Para fins de implantação do programa de Desempenho Humano, temos trabalhado com um total de 6.271 contratados em 2011.

 24- Apesar de não haver óbito, o total de incidentes com lesão aumentaram de 10 para 11. Isto não é uma bomba relógio armada para um futuro acidente fatal ? Qual o trabalho da empresa para reduzir este índice ?

Para a Alcoa, evitar fatalidades relacionadas ao trabalho é uma prioridade. Existe um programa específico, chamado Prevenção de Fatalidades, onde as localidades são responsáveis por identificar e eliminar/controlar os riscos com potencial de fatalidade. O time de prevenção de fatalidades reune-se periodicamente para acompanhar o andamento das medidas de proteção, sob a liderança dos gerentes operacionais, demonstrando o comprometimento dos líderes da Alcoa com o assunto. Além deste programa, todo incidente com potencial de fatalidade é classificado como um major incident, independente de haver ou não lesão. Estes incidentes passam por uma investigação rigorosa com o objetivo de identificar e eliminar/controlar os riscos de fatalidade. Ainda, todos os major incidents são discutimos globalmente, todos os meses, para compartilhar aprendizados e boas práticas de forma a agir preventivamente a partir do aprendizado de outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário