terça-feira, 10 de julho de 2012

Respostas Votorantim. Parte 2



23- Por que o investimento social da empresa é somente 0,22% da receita empresa ? Há previsão de aumento ?

RESPOSTA:
De acordo com o Relatório BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), divulgado em 2011 pela Comunitas (parcerias para o desenvolvimento solidário), a média de investimento social no setor de indústria de transformação no ano passado foi de 0,18% em relação à receita (mais informações em www.bisc.org.br/files/BISC_Relatorio2011.pdf).
Com relação ao valor reportado, é importante enfatizar que não estão incluídos na contabilização os investimentos decorrentes de condicionantes e compensações obrigatórias ou legais. Além disso, quando se fala em investimento social com foco em desenvolvimento local, deve-se observar não somente o valor investido, mas a qualidade da gestão deste recurso, a atuação sinérgica com outros investimentos públicos e privados e o potencial para que este recurso alavanque outros investimentos. A Votorantim prioriza, em seu investimento social, o desenvolvimento de parcerias que potencializem os recursos investidos, bem como a excelência no acompanhamento, gestão e avaliação dos projetos.


24- Pelo que foi citado no projeto "Primavera Sustentável" a ser realizado na cidade de Primavera - PA que contemplam saneamento
básico, educação, segurança pública Etc. A empresa afirma que investirá 8 milhões em cinco anos. Este valor não é pouco para o porte
do projeto ?

RESPOSTA:
Conforme relatamos na pág. 113 do nosso relatório, o valor a ser investido nessa iniciativa é de R$ 8 milhões, que representa 2% do total aplicado no empreendimento. Esse é um compromisso inicial da Votorantim com a cidade de Primavera para a realização de ações nas áreas de saneamento básico, saúde, educação, assistência social, segurança pública e qualificação da gestão pública, além de fomento a cadeias produtivas – apoio à associação de agricultores, para melhorar condições de produção e gerar renda. Este investimento refere-se exclusivamente à execução do plano “Primavera Sustentável” e não inclui outros investimentos já previstos para a localidade como, por exemplo, R$ 1,5 milhão que serão destinados às ações de capacitação profissional para a população local.
É importante ressaltar ainda dois aspectos sobre o plano “Primavera Sustentável”:
•                    É composto apenas por investimentos sociais voluntários;
•                    Foca em ações estruturantes (plano de saneamento, plano diretor, modernização da gestão tributária, entre outros), com a perspectiva de alavancar outros recursos para a localidade.


25- Vocês afirmam que estão em 239 municípios e muito deles de pequeno porte com alto nível de impacto. Vocês poderiam deixar mais claro
quais são esses impactos ?

RESPOSTA:
Quando falamos de impacto estamos nos referindo ao nível de influência e de alteração na dinâmica e nos indicadores socioambientais das comunidades em decorrência da nossa atuação.
Estes impactos podem ser considerados negativos e também positivos, incidindo na geração de trabalho e renda, nas despesas e receitas municipais, na dinâmica da economia local, no incremento ou sobrecarga da infraestrutura urbana e serviços públicos locais, entre outros aspectos.
Vale ressaltar que estes impactos podem variar nas diversas localidades de operação e, por isso, na pág. 72 do relatório, explicamos que desenvolvemos uma ferramenta específica, o “Manual de Engajamento com Partes Interessadas” para nos auxiliar a identificar impactos locais e endereçar as questões prioritárias.
Na pág. 31 do relatório, também descrevemos de maneira geral alguns dos impactos socioambientais que uma operação da Votorantim pode causar:
•                    Nossos processos utilizam grande quantidade de recursos naturais renováveis e não renováveis.
•                    Somos grandes consumidores de energia.
•                    As emissões de gases de efeito estufa (GEEs) são intrínsecas a alguns de nossos processos de produção.
•                    Somos proprietários e usuários de grandes áreas.
•                    As atividades industriais demandam responsabilidade com a saúde e segurança de empregados e terceirizados.
•                    Nossas atividades afetam uma grande cadeia de fornecedores.
•                    Temos consciência quanto aos impactos socioambientais (emissão de particulados, retirada de recursos da natureza, geração de resíduos, etc.) de nossas atividades junto às comunidades.

26- Qual o critério para a seleção das pessoas que participam dos conselhos comunitários ? Qual o critério para que este conselho não
vire um palco político, principalmente em época de eleição ?

RESPOSTA:
Os critérios para formação de Conselhos Comunitários são:
•                    Representação dos três setores da sociedade
•                    Participação de organizações/lideranças que tenham influência na comunidade
•                    Participação de organizações/lideranças que tenham conhecimento sobre o município
•                    Participação de organizações/lideranças que tenham perfil de conciliação de interesses
•                    Adesão voluntária
•                    Legitimidade em todos os processos
Os Conselhos Comunitários são autônomos em relação à entrada e saída dos seus membros, ou seja, os próprios integrantes são responsáveis por indicar e validar a participação de novos membros, além de definir as regras de funcionamento.
As pautas são definidas em conjunto, de acordo com as regras ou regimento consensados pelo grupo. Como os Conselhos são formados pelos três setores, o próprio grupo regula e cria mecanismos para que o espaço não seja transformado em um palco político com fins eleitorais.


27- Vocês realizaram duas feiras de oportunidades. Dessas feiras, quantos fornecedores foram efetivamente contratados pela Votorantim

RESPOSTA:
Desde a sua implantação, em 2010, foram qualificados 128 fornecedores locais, sendo 40 contratados pelas unidades da Votorantim Cimentos, conforme as informações divulgadas na pág. 119 do relatório.
Estas contratações ocorreram nas seguintes áreas:
•                    Vidraceiro, películas e calhas
•                    Lanchonete
•                    Manutenção, alvenaria, marcenaria
•                    Fornecimento material / manutenção elétrica
•                    Jardinagem e conservação
•                    Manutenção em geral (predial, elétrica, etc.)
•                    Fotografias e filmagem
•                    Serviços de torno, fresa, soldas, montagens
•                    Sistema de refrigeração, manutenção, venda
•                    Hotelaria e panificação
•                    Confecção de uniformes sob medida
•                    Letrista, pintura, visual, propaganda
•                    Táxi
•                    Guincho
•                    Supermercado (água, material de escritório)
•                    Material de construção
•                    Transporte
•                    Recapeadora de pneus, consertos, montagem
•                    Consultoria de RH
•                    Contabilidade, serviços fiscais


28- Vocês afirmam que doam dinheiro para campanhas políticas de todos os partidos e candidatos. Isto para ficar bem na fita com todo mundo ?
Não existe um posicionamento claro por parte da empresa ? O que vier está bom ? Isto é ser cidadão para a Votorantim ?

RESPOSTA:
Temos um posicionamento claro a respeito: a Votorantim entende que o financiamento privado de campanhas políticas é legítimo e contribui para o fortalecimento das instituições e da democracia, dentro dos limites da lei e com critérios objetivos de transparência e ética. Nas págs. 120 e 121 do relatório, explicamos que, entre os parâmetros adotados para a doação política, são avaliadas questões como postura, valores e “ficha limpa” dos candidatos. A companhia busca contribuir para que os partidos legitimamente representativos da sociedade tenham equidade de condições na disputa eleitoral, razão pela qual as doações são feitas de forma suprapartidária. Acreditamos que não cabe a uma empresa privada privilegiar  determinado candidato ou sigla. A política de doações eleitorais da Votorantim é definida pelo Manual de Conduta para Processos Eleitorais, que tem seu conteúdo atualizado a cada pleito, conforme as alterações na legislação eleitoral.

29- Por que os investimentos de prevenção ambiental cairam tanto de 10 para 11. De 31 milhões para 1 milhão. Qual a razão disto ?

RESPOSTA:
Os investimentos totais na área ambiental em 2010 e 2011 foram, respectivamente, R$ 310 milhões e R$ 473 milhões. Um dos pontos de melhoria identificados no processo de auditoria do relatório foi a melhor classificação desses investimentos. Percebemos que, entre nossas unidades, existem critérios que devem ser aprimorados. Vários itens que estavam classificados genericamente em 2010 como prevenção ambiental foram mais bem classificados nos itens de tratamento de emissões e resíduos. Contudo, por transparência, decidimos manter as classificações de 2010, pois essas tinham sido publicadas no relatório do ano anterior. Estamos desenvolvendo uma série de Padrões de Definição para os indicadores, a fim de melhorar a acurácia dos números. Conforme já respondido anteriormente, todos esses números fazem parte de nossa gestão e a melhoria do SGV inclui a avaliação crítica do sistema, a partir da qual identificamos os pontos de melhoria.


30- Por que na matriz energética o uso de outros insumos não renováveis subiu de 5.346.000 para 12.677.856 de um ano para o outro.
Qual a razão disto e que tipo de insumo não renovável vocês usam ?

RESPOSTA:
O aumento no uso de “outros insumos não renováveis” deve-se ao fato de que, até 2010, não considerávamos o consumo de combustíveis para transporte. Em 2011, incluímos esses valores, tanto nos dados reportados na matriz energética da Votorantim como para o inventário de carbono.
Em relação aos tipos de “insumos não renováveis”, utilizamos GLP, diesel, gasolina e resíduos utilizados no coprocessamento (pneus usados, resíduos têxteis, resíduos plásticos, óleos usados, serragem, etc.). A informação está consolidada nas págs. 128 e 165 do relatório. Vale notar que a nossa matriz energética é composta por 60% de energia de fontes renováveis. Além disso, incluímos nos dados de 2011 não só a parcela da frota que usa “insumos não renováveis”, mas também a frota movida a “insumos renováveis”, principalmente formados por álcool e biodiesel, que representam respectivamente 5% e 4% do total de energia de nossa matriz, considerando-se somente a energia “direta”.
A Votorantim possui 94 anos de existência e desde sempre investiu na geração de energia própria. Antes mesmo de assumir a indústria de tecidos no interior do Estado de São Paulo que daria origem à Votorantim, o fundador Antonio Pereira Ignacio já investia em geração de energia. Data de 1912 a primeira usina geradora da organização, a Usina do Pilar (atual PCH Votorantim), que fornecia energia para uma fábrica de cimentos dirigida por ele e posteriormente incorporada à companhia. Ao longo de sua história, a Votorantim investiu continuamente na geração de energia elétrica, atingindo uma potência instalada de 2.350 MW, o que representa uma autossuficiência geral (21 UHEs, 12 PCHs e 5 cogeração) de 71% em suas operações industriais e, especificamente na Votorantim Metais, o negócio mais eletro-intensivo da organização, de 74%.


31- Por que o descarte de água quase que dobrou de 2008 para 2011. Onde está a gestão ambiental da empresa nesta questão ?

RESPOSTA:
Quando decidimos reportar os dados seguindo os indicadores do GRI, fizemos uma análise crítica de todos os números da companhia e verificamos que existiam, em algumas das nossas operações, divergências nos conceitos de contabilização. Porém, entendemos que não podíamos deixar de reportar o descarte de água e decidimos informar os valores nas operações com os conceitos equalizados, e abordamos essa questão nas notas explicativas das tabelas de quantificação referentes aos indicadores EN8 e EN21 (págs. 131 e 169). Ao longo dos próximos períodos, iremos aumentar a abrangência desse indicador até chegarmos a toda a organização (ver tabela de abrangência na pág. 187).



32- Vocês citam na página 135 que possuem o compromisso de manter ou reduzir suas emissões, mas na página seguinte o gráfico revela um
aumento constante desde 2009. O discurso não se revela na prática ? O que acontece ?

Resposta na pergunta 10.

33- Por que há um aumento significativo na geração de resíduos por parte da empresa ? O aumento de unidades não deve justificar este
aumento. O que aconteceu ?

RESPOSTA:
Temos uma situação similar ao que explicamos na pergunta anterior (nº 31) em relação à água. Também no processo de consolidação das informações, identificamos divergências na forma de registro em algumas unidades operacionais. Em 2011, aumentamos significativamente o número de operações que reportam de maneira padronizada esse indicador, incluindo os dados de mais 40 unidades no negócio Cimento e de uma siderúrgica. Para os próximos relatórios, essa abrangência será ainda maior. A despeito da diferença de abrangência de um ano para outro, e ainda sem incluir todas as nossas operações, não podíamos deixar de relatar esses dados, pois esse indicador faz parte de nosso tema material. Esses pontos estão explicados na nota do indicador nas págs. 143 e 170, além da tabela de abrangência na pág. 187.



34- Por que as espécies de animais criticamente ameaçadas de extinção ou somente ameaçadas subiu tanto de um ano para o outro ? O que a
empresa está fazendo para reverter esta questão em suas terras ?

RESPOSTA:
Nós ampliamos o nosso escopo de coleta de informações em áreas florestais, que são, em alguns casos, adjacentes a remanescentes e/ou áreas protegidas. Dessa forma, conseguimos um mapeamento mais abrangente e realista do ponto de vista de fauna. Se essa coleta fosse feita somente levando em consideração os limites de nosso terreno, provavelmente estaríamos desconsiderando várias interações que acontecem na natureza. Assim, houve um número maior de espécies identificadas.
No âmbito das ações, onde possuímos florestas plantadas e áreas florestais (Siderurgia e Celulose), temos planos de manejo para as espécies criticamente ameaçadas, incluindo o monitoramento e a ocorrência das mesmas. Lembramos que a classificação de uma espécie como criticamente ameaçada depende de avaliações da academia e do governo (Ibama). Assim, o fato de o número de espécies ameaçadas crescerem em um levantamento de uma área industrial ou florestal não significa, necessariamente, que haja impacto negativo. Pode, na verdade, indicar que tais espécies estão ocorrendo em maior frequência nas áreas onde estamos ou que nossas metodologias de levantamento de dados estão mais eficientes. Na pág. 145 do relatório, explicamos o processo que adotamos para aumentar a abrangência de nosso mapeamento de biodiversidade.


35- A verificação externa contratada pela Votorantim não traz conteúdo. Os auditores parecem ter medo de qualquer afirmação. Gostaríamos de saber
da Votorantim como é que se convence o leitor a achar que este relatório foi verificado em sua totalidade, considerando a aspiração de ser um relatório único?
Ora, isto implicaria em verificação contábil de todas as informações sociais e ambientais, o que de forma alguma foi apresentado pela empresa de auditoria. Esta percepção está correta ?

RESPOSTA:
As informações financeiras e contábeis divulgadas no relatório foram verificadas pela PWC auditores independentes. O escopo de verificação da KPMG limitou-se à comparação dos dados financeiros divulgados no relatório com os previamente auditados pela PWC, como está explicitado no relatório de asseguração (pág. 156), mais especificamente no item (d) “confronto dos indicadores de natureza financeira com as demonstrações financeiras e/ou registros contábeis”. Quanto ao conteúdo do relatório de asseguração, o mesmo segue as recomendações das normas NBCTO – 3.000 e ISAE 3.000, que traçam um roteiro dos assuntos que devem ser abordados, e do comunicado técnico do Ibracon, que demonstra o modelo a ser utilizado. Recomendações de melhoria foram encaminhadas pela KPMG à Votorantim em um relatório detalhado.


36- A partir da apresentação das principais realizações de cada negócio em 2011, o leitor passa a ter certeza de que se trata de uma empresa focada em desenvolvimento econômico, deixando em segundo plano as questões ambientais e sociais. Vejamos uma estatística simples.

Foram apresentadas 18 realizações, sendo:
13 econômicas;
3 ambientais;
2 relacionadas aos colaboradores;
Zero a respeito de inclusão social.

Se compararmos este resultado com a propaganda da empresa que é signatária do Pacto Global da ONU e que diz atender a Princípios de inclusão social e
desenvolvimento de comunidades, fica uma grande interrogação no ar... As unidades de negócio não fizeram nada a este respeito em 2011? Ou
será uma falha na divulgação de resultados (esperamos que seja isto).

RESPOSTA:
Desde a definição dos Princípios da Sustentabilidade da organização, em 2009, o Instituto Votorantim tem desenvolvido políticas de investimento social privado que visam, prioritariamente, o desenvolvimento local. Somente em 2011 apoiamos 154 projetos, que beneficiaram 1,4 milhão de pessoas (descritos na pág. 111 do relatório, e com mais detalhes no sitewww.institutovotorantim.org.br). Esse processo inclui o desenvolvimento de redes, o engajamento de stakeholders e o apoio à formação de conselhos comunitários. Foram estabelecidas parcerias com outros agentes públicos como o BNDES (algumas delas a fundo perdido), visando ao desenvolvimento local.
Especificamente no relatório, destacamos na pág. 42 algumas ações que foram apresentadas no evento interno “Encontro de Lideranças”. Na pág. 91, destacamos outro momento desse mesmo encontro, no qual foram premiados os Líderes Sociais de cada Negócio, ou seja, funcionários que tiveram suas iniciativas e projetos de sustentabilidade reconhecidos pela organização.
Concordamos que talvez pudéssemos ter colocado todos esses fatos em um único bloco do relatório para dar a correta dimensão, mas a divisão dos capítulos do texto nos levou a fazer tal separação. Também lembramos que, ao longo de todo o relatório, procuramos informar o que cada Negócio fez nos temas tratados. De qualquer forma, é mais um ponto a ser aprimorado para os próximos relatórios.




37- A respeito do Pacto Global, gostaríamos de saber qual o posicionamento da Votorantim sobre o seu atendimento específico aos Princípios do Pacto? Existe um relatório emitido sobre isto que é solicitado pela organização do Pacto Global. A sociedade pode ter acesso a este relatório?

RESPOSTA:
Fizemos um aprimoramento no relatório único 2011 para adequar o report aos princípios do Pacto Global. Na versão impressa, pode-se observar um ícone ao longo do texto (um globo estilizado), indicando onde temos um item que tem relação com esse compromisso. Na pág. 158, foi publicado o “Índice de Correlação com o Pacto Global”, no qual colocamos os princípios e as ações ligadas a cada princípio do compromisso. A Votorantim se comprometeu a enviar, até o dia 25 de julho, um relatório de ações e o relatório único 2011 ao secretariado do Pacto Global, que estará disponível a toda a sociedade.
A assinatura ao Pacto Global fez parte de um processo rigoroso de reflexão e decisão do Comitê de Sustentabilidade da Votorantim. Esse mesmo processo nos levou a sermos signatários de outros compromissos voluntários: a “Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas”, em 2010; o apoio ao Pacto de Lideranças para o Capital Natural da Universidade de Cambridge, durante a Rio+20 (no Brasil, somente as empresas Votorantim e Natura foram signatárias desse pacto); e o documento “Contribuição Empresarial para uma Economia Verde Inclusiva”, do Pacto Global.



38- Temos acompanhado os fatos relevantes nacionais, como ocupações de terras por movimentos organizados, ações organizadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens. Em Vazante, o Ministério Público de Minas Gerais suspendeu em 2011 um projeto de lavra de minério da Votorantim. Isto não deveria ser considerado um risco sócio ambiental relevante? Aliás, por que a empresa não apresenta dados sobre este processo, divulgado na mídia e que, aos olhos da sociedade, é um tema bastante material? O link abaixo traz informações bastante preocupantes sobre o projeto da Votorantim Metais Zinco chamado “Projeto extremo norte”:

6/justica-anula-licenca-para-projeto-de-mineracao-da-votorantim.shtml

Qual a posição da empresa sobre esta questão ?

RESPOSTA:
O Projeto Extremo Norte, em Vazante (MG), é um projeto em fase de licenciamento e uma extensão na porção nordeste da lavra atual da Votorantim Metais na cidade. O processo de Licenciamento Prévio (LP) teve início em 2010, com todas as exigências cumpridas e a LP emitida, pelo Estado de Minas Gerais, em dezembro daquele ano, em um processo legítimo. O Ministério Público de Minas Gerais entendeu que havia algumas imperfeições no processo e entrou com uma Ação Civil Pública em janeiro de 2011, que teve sua sentença divulgada em janeiro de 2012, motivo pelo qual essa informação não consta em nosso relatório único 2011.
Na sentença, a juíza de Vazante anulou a LP, mas preservou os estudos realizados, e determinou que os estudos previstos em 3 condicionantes da LP fossem submetidos à avaliação pelo Estado antes da concessão da licença. A sentença determinou ainda que fosse entregue a aprovação do Diagnóstico Arqueológico pelo IPHAN.
Os trabalhos que iremos desenvolver para atender essas condicionantes são os seguintes:
- Apresentar complementação do Plano de Monitoramento Hidrogeológico;
- Apresentar proposta de manutenção da área que atua como divisor de águas entre a cidade de Vazante e a área de operação da Votorantim;
- Complementar os estudos espeleológicos utilizando o Termo de Referência do IBAMA/CECAV.
Vale ressaltar que no momento da sentença, em janeiro de 2012, todas as condicionantes já se encontravam cumpridas e os pareceres técnicos favoráveis já haviam sido emitidos pelo órgão ambiental no âmbito da Licença de Instalação (LI).  Na ocasião, a aprovação oficial do Diagnóstico Arqueológico pelo IPHAN já tinha sido entregue. Tudo realizado no ano de 2011, antes da formalização da LI.
Em março de 2012, a Votorantim Metais firmou um Termo de Compromisso com o Ministério Público de Minas Gerais no qual, entre outros pontos, a empresa se compromete a elaborar um relatório técnico complementar que contemplará aspectos hidrogeológicos, espeleológicos e arqueológicos do empreendimento, a ser elaborado por uma consultoria externa constituída por profissionais com notório conhecimento e a ser entregue anteriormente à votação da nova Licença Prévia.
Além desse relatório, o Termo prevê investimentos pela empresa de R$ 6 milhões nos próximos anos, em projetos de relevância ambiental para o município de Vazante como medida compensatória, adicional àquela já prevista na legislação.
Neste momento, toda a informação necessária para a votação da nova LP encontra-se entregue e em avaliação tanto pelo Ministério Público Estadual quanto pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais.
Vale lembrar que, na pág. 149 do relatório 2011, explicamos todo o processo de gestão da companhia referente ao tratamento desse tipo de processo e indicamos os números relacionados a essas questões.



39- A respeito dos investimentos sociais da empresa, demonstrados na página 111 do Relatório, em se tratando de um relatório único, devemos entender que o valor investido foi auditado pela empresa de auditoria?  Caso negativo, por favor expliquem melhor o que querem dizer com este relatório único, pois nós realmente não conseguimos entender o que há de novo, comparado com o do ano passado e de outras empresas. Será mesmo correto utilizar este nome para uma peça que não demonstra o uso de ferramentas contábeis nas informações sociais e ambientais da empresa?

RESPOSTA:
O conceito de report integrado não trata do uso de ferramentas contábeis nas informações socioambientais de uma empresa e, sim, da relação entre estes indicadores (causas e efeitos de uma performance duradoura, por exemplo). A auditoria externa (contábil) e a verificação das informações socioambientais são realizadas por empresas distintas, mas ambas são verificadas dentro dos conceitos amostrais de materialidade (qualquer processos de auditoria é amostral - não existe auditoria de 100% de todas as informações, pois isto não é viável). O nome relatório único se deve ao fato de apresentarmos as informações financeiras e socioambientais de forma conjunta, mas não é um report integrado (Integrated Reporting) até porque as normas e padrões para este tipo de relatório ainda estão em discussão pelos órgãos reguladores internacionais. A própria Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), no seu parecer independente (pág. 155), destacou “a postura proativa e pioneira da empresa de vir a público prestar contas de suas atividades por meio de um relatório único”, mesmo ressaltando que “a elaboração de relatório único é um processo complexo, ainda muito pouco utilizado no Brasil”, como já dito na resposta à primeira pergunta.
Vale ressaltar que a Votorantim é uma das primeiras organizações brasileiras a publicar um relatório único, sejam companhias de capital aberto ou de capital fechado.  Em nosso entendimento, isso é uma demonstração dos padrões de governança da organização e da permanente busca da transparência nas relações com todos seus stakeholders.


40- Por que uma empresa que se diz transparente publica que houveram 3 óbitos em pequenas letras, sem explicar porque estes óbitos ocorreram, que tipo de assistência é dada aos familiares dos falecidos e o que foi feito para que tais situações não se repitam?

RESPOSTA:
Como dito na pergunta anterior (20), nunca estamos satisfeitos com qualquer acidente que ocorra na Votorantim, principalmente fatalidades. Como medida imediata, a ocorrência de óbito e/ou acidente grave é comunicada à alta direção, à Equipe Temática de Segurança e a todos os responsáveis por segurança dos Negócios, que repassam para suas equipes para evitar ocorrências semelhantes. Posteriormente, o assunto é discutido pelos Comitês Corporativo e de Saúde e Segurança do Negócio, como forma de identificar as falhas e propor melhorias em nossa gestão. A análise de causa do acidente é conduzida do estabelecimento ao cumprimento do plano de ação, que contempla não somente a tratativa da ocorrência, mas a verificação da necessidade de melhorias no sistema de gestão. Toda a assistência é prestada às famílias desses empregados, e a empresa não somente lamenta esse tipo de ocorrência (o que exprimimos na pág. 97 do relatório, onde explicamos as ocorrências) como salienta que a saúde e segurança são nosso objetivo constante de melhorias em nossos processos e treinamentos. Os números e taxas dos acidentes foram publicados na tabela correspondente da pág. 98 do relatório (indicador LA7).
Temos diversas iniciativas de prevenção de acidentes, entre elas o Movimento Alerta, iniciativa de âmbito corporativo que possui um conjunto de atividades e treinamentos visando à disseminação de uma cultura de segurança em todas as nossas operações, conforme descrito na pág. 97. Apesar dos resultados obtidos (houve queda em 2011, em relação a 2010, nos itens relatados no indicador LA7, na pág. 98), como dito anteriormente, a companhia nunca estará satisfeita com qualquer índice de acidentes.



41- Por que a Votorantim não publica integralmente o indicador LA7 (taxas de lesões, acidentes, óbitos etc), sendo que é uma informação da mais alta importância e extremamente material, já que no ano anterior houveram 6 mortes ?

RESPOSTA:
Esse é um dos indicadores no qual estamos aprimorando a coleta de informações e um dos quais a auditoria KPMG solicitou adequações ao longo do processo de auditoria e recomendou a criação de um Padrão de Definição corporativo. O objetivo da criação desse padrão é minimizar dúvidas sobre a quantificação dos números, o que estamos fazendo no âmbito da Equipe Temática de Segurança em 2012. No benchmark feito em relatórios de empresas que atuam nos mesmos segmentos que a Votorantim, descobrimos que não são todas as companhias que relatam todos os 15 itens que compõem esse indicador. Isso nos impulsionou desde o primeiro relatório, em 2010, a buscar atingir o nível “plenamente atendido”. Como pode ser observado na tabela da pág. 174, em 2011 conseguimos aprimorar a quantificação dos números, o que nos permitirá ter um significativo avanço no relatório 2012. Importante ressaltar que o grande desafio nesse indicador é obtermos para os trabalhadores terceirizados uma informação com o mesmo nível de acurácia dos sistemas da Votorantim, o que estamos buscando.



42- Por que a Votorantim não publica qualquer indicador setorial para mineração e metais, já que atua fortemente nestes segmentos, e os indicadores são próprios para isto?

RESPOSTA:
Publicamos pela primeira vez no relatório único 2011 um total de 13 indicadores setoriais, sendo 3 de alimentos, 5 de mineração e 5 de energia. Eles podem ser conferidos entre as págs. 182 e 186. Em nosso primeiro relatório de 2010, reportamos 38 indicadores da GRI e, no relatório 2011, foram 61 indicadores, incluindo esses 13 setoriais.


43- Por que a Votorantim adotou um downgrade na verificação do relatório, do modelo razoável para o modelo de verificação limitada, onde se apresenta um relatório sem qualquer informação de conteúdo e análise dos níveis de gestão dos negócios? 

RESPOSTA:
Não houve um downgrade no processo de verificação. O número de unidades incluídas na amostra e quantidade de entrevistas e testes foi maior do que a realizada no relatório de 2010, o que nos proporcionou um relatório de oportunidades de melhoria muito mais robusto.  Os procedimentos de asseguração limitada, seguidos pelas auditorias independentes, seguiram as normas NBCTO-3.000 e ISAE 3.000. Os detalhamentos de como esses processos são desenvolvidos estão divulgados no Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - Ibracon (www.ibracon.com.br) e na International Federation of Accountants – IFAC  (www.ifac.org).

Como já dito na primeira resposta, para a Votorantim, a gestão da sustentabilidade e a forma de relatar resultados é um processo em evolução, que está sendo aprimorado ano após ano. Nesse sentido, a escolha do nosso relatório único para avaliação pelo blog é mais uma oportunidade para o aprimoramento desse processo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário