terça-feira, 10 de julho de 2012

Resposta Votorantim. Parte 1

1- O presidente da empresa em sua carta não apresenta em nenhum momento, de maneira clara e direta os resultados significativos no
campo social e ambiental. Podemos concluir que estes aspectos são realmente pouco ou nada relevantes para a administração de um dos
maiores grupos empresariais do Brasil?

RESPOSTA:
Por decisão do Conselho de Administração da companhia, a gestão da sustentabilidade, desde 2010, está incorporada ao processo de Planejamento Estratégico, no âmbito corporativo, e com atuação transversal nos Negócios. Se a mensagem da administração transpareceu uma preocupação menor com os aspectos sociais e ambientais, tal percepção não está refletida ao longo do relatório, que apresenta em detalhes todas as nossas ações e o modelo de gestão da Votorantim.
A Votorantim é uma organização de capital fechado que, nos últimos anos, vem adotando práticas de governança equivalentes às de companhias de capital aberto. Isso inclui a divulgação de resultados financeiros trimestrais, conforme princípios de equidade e transparência com o mercado.
Paralelamente, a organização vem aprimorando o processo de gestão, incluindo os aspectos da sustentabilidade. Em 2008, a partir de um processo de reflexão com os líderes da organização, foram estabelecidos os princípios que norteariam a companhia na busca da sustentabilidade. Contudo, sempre entendemos que os parâmetros externos e internos (os nossos Princípios de Sustentabilidade) deveriam estar refletidos na gestão dos negócios. Como resultado, foi criada uma área corporativa responsável para prover diretrizes a toda a organização e receber informações para a verificação se os resultados da gestão dos negócios estavam de acordo com as diretrizes estabelecidas. Esse processo gerou um aprimoramento da gestão, seja nas práticas ou na forma de mensuração dos resultados. Assim, a análise dos aspectos de sustentabilidade foi incluída no processo de Planejamento Estratégico, a fim de garantir que as ações necessárias estivessem contempladas no orçamento da organização.
Em 2009, iniciou-se a adequação dos padrões internos da organização aos critérios do GRI. Isso permitiu que publicássemos o primeiro relatório de sustentabilidade com os dados de 2010. Em paralelo, publicamos o relatório anual 2010 com os resultados financeiros.
O relatório único 2011, publicado em maio, é uma evolução desse processo e tem como proposta divulgar tanto os resultados financeiros e operacionais da companhia, como os dados internacionalmente aceitos como indicadores de práticas de sustentabilidade – definidos pelo GRI.
Conforme escrito no próprio relatório (pág. 29), sabíamos que a decisão de publicar um relatório único poderia gerar questionamentos, mas acreditamos que dessa forma é possível prestar contas e divulgar nossas estratégias e iniciativas de maneira mais estruturada. Além disso, a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), no seu parecer independente (pág. 155), afirma que “a elaboração de relatório único é um processo complexo, ainda muito pouco utilizado no Brasil. Tratando-se, adicionalmente, de uma holding, que congrega negócios distintos e com especificidades próprias, torna-se ainda mais desafiador reportar de forma concisa e focada nas questões de maior relevância para a empresa e seus principais stakeholders”. Vale destacar que a FBDS recomendou ainda o aprofundamento de nossos esforços nos princípios do GRI sobre materialidade e o engajamento de stakeholders para dar mais legitimidade ao processo e fazer com que a empresa reflita, de forma equilibrada, a gestão da sustentabilidade.
Para a Votorantim, a gestão da sustentabilidade e a forma de relatar os resultados são um processo em evolução contínua e que deve ser aprimorado ano após ano.
Ou seja, o fato de termos colocado os dois relatórios em um documento único gera um novo modelo de report, ainda em desenvolvimento no mercado. Lembramos que, nas págs. 51 e 52 do relatório do ano anterior (Relatório de Sustentabilidade 2010), apresentamos um fluxo de gestão demonstrando como integramos as questões de sustentabilidade ao processo de Planejamento Estratégico da Votorantim.


2- Realmente é curioso notar que os Srs Roberto Ermirio de Moraes e Raul Calfat não tem nada a declarar sobre a criação de valores
ambientais e sociais (exceto colaboradores) ao longo de 2011 (veja VISÃO da empresa). O grupo Votorantim conseguirá crescer com
desenvolvimento sustentável (veja ASPIRAÇÃO da empresa) com foco apenas econômico?

RESPOSTA:
O próprio relatório único demonstra, ao longo de todo seu conteúdo e nos indicadores relatados, que os valores ambientais e sociais são criados por meio de um processo de gestão que vem sendo aprimorado. Nossa afirmação na mensagem da administração de que “queremos atingir níveis cada vez maiores de excelência...” é um compromisso com a nossa Aspiração de “atingir padrões de classe mundial na operação e na gestão, comparáveis aos das melhores empresas globais”, o que inclui a criação do valor econômico, ambiental e social, expresso em nossa Visão.
Na pág. 47 do relatório, demonstramos não somente o organograma da empresa, mas também os comitês ligados tanto ao Conselho de Administração, quanto ao Diretor Presidente (CEO) da Votorantim. Pode-se notar que o Comitê de Sustentabilidade é ligado diretamente ao CEO, e vale destacar que o próprio CEO é o presidente do Comitê de Sustentabilidade – que no caso da Votorantim tem caráter diretivo, e não consultivo (ver pág. 46). Esse comitê define as diretrizes que serão válidas para todos os Negócios da Votorantim.



3- Os colaboradores das empresas do grupo estão recebendo um recado claro para se dedicar a eficiência e crescimento econômico, pois a
própria administração não foca os outros 2 pilares da sustentabilidade ?

RESPOSTA:
O relatório é um dos vários processos de comunicação da organização com seus empregados, que reforçam nossa convicção de que o mais importante é a inclusão dos desafios da sustentabilidade na gestão e no Planejamento Estratégico. Uma das crenças da Votorantim é o Diálogo Aberto, sendo que a alta liderança utiliza diversos meios e oportunidades para engajar e inspirar nossos empregados. O posicionamento da empresa em relação a temas como a sustentabilidade não deve se basear em algumas dessas ocasiões isoladamente, mas sim no todo das ações de comunicação implementadas pela organização.  Se o relatório 2011 não transparece isso, é mais um ponto a ser aprimorado no nosso processo de relato para o próximo ano, pois, como já explicado anteriormente, esse processo está em evolução constante.


4- Vocês afirmam que são uma empresa ética e transparente. Devido esta afirmação, vocês poderiam apresentar a defesa de vocês sobre a
acusação que a empresa faz parte de um cartel no ramo dos cimentos ?

RESPOSTA:
Nossa transparência está exemplificada no relato sobre o tema da acusação de cartel, na pág. 27 do relatório.  Numa sociedade republicana e democrática, é legítimo que órgãos de Estado promovam investigações caso surjam acusações ou questionamentos sobre atividades das empresas.   Dentro desse espírito, a Votorantim sempre pautou suas atividades empresariais com respeito à legislação, colocando-se à disposição dos órgãos competentes para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.  Quanto à acusação de cartel, esse processo administrativo está sendo julgado pelo CADE e a empresa está elaborando a sua defesa conforme o trâmite regimental do órgão.



5- O Relatório da Votorantim conta que o grupo tem 283 unidades industriais/minas/centros de distribuição, excluindo as usinas
consorciadas. Deste total apenas 8% detém certificação ambiental e menos de 3% tem certificação em saúde e segurança do trabalho. Como um grupo que prega o
desenvolvimento sustentável apresenta desempenho tão irrisório no campo da gestão ambiental e social?

RESPOSTA:
As questões da sustentabilidade são inseridas no Sistema de Gestão Votorantim (SGV), com Equipes Temáticas (pág. 58 do relatório) que mensalmente se reúnem para coordenar projetos comuns, definir diretrizes e metas – dentre as quais as questões desenvolvidas ao longo do relatório, e que estão no indicador EN26 (pág. 171). Ou seja, o Sistema de Gestão Votorantim é aplicado a todos os Negócios e tem como base os requisitos das normas ISO 14.001 e OSHA 18.001, benchmarkings setoriais e diretrizes internas da organização. Tal sistema é avaliado internamente pelos negócios e pela auditoria corporativa (págs. 55, 96 e 149). Nosso sistema é constantemente atualizado, seja em requisitos próprios dos negócios ou no âmbito corporativo, como quando fizemos a implantação dos protocolos de riscos críticos e atualização do Manual Corporativo de Segurança (relatados no Desafio 5, na pág. 38, e na pág. 96) ou a atualização do Manual Corporativo de Meio Ambiente, que foi finalizado em 2012. O SGV também é alimentado pela avaliação de riscos (pág. 124), na qual, durante o Planejamento Estratégico de Sustentabilidade, são identificadas melhorias para serem incorporadas ao sistema de gestão. Isso significa que certificar o sistema por meio da ISO 14.000 ou OSHA 18.001, por exemplo, é uma possibilidade que podemos adotar futuramente, uma vez que o Sistema de Gestão Votorantim já inclui tais requisitos, e eles são adotados para as grandes operações. Vale lembrar que ser certificado nas normas não garante efetividade, só garante que o processo desenhado está de acordo com as diretrizes escritas. Por isso entendemos que o SGV é nosso foco de ação, sem descartar possíveis certificações externas.



6- Vocês irão se declarar seguidores da norma ISO 26000 ?

RESPOSTA:
A ISO 26.000 é uma excelente norma de referência de tópicos importantes a serem considerados nos desafios da sustentabilidade, que complementa a ISO 14.001, além de colocar vários itens de oportunidades não ligados diretamente a riscos (tal como a ecoeficiência). Ela é uma fonte de inspiração para a melhoria contínua dentro do ciclo de gestão. No ano passado, em nosso Planejamento Estratégico, colocamos essa norma como um dos pontos a serem observados no desenvolvimento dos trabalhos.



7- Dentro dos princípios da Materialidade e inclusão de Stakeholders a Votorantim declara abertamente que não atende a estes princípios ao
explicar a metodologia utilizada para chegar aos temas materiais. Não há qualquer processo consistente de definição de Públicos de Interesse
com os quais a empresa tenha se engajado para buscar os temas materiais externos preconizados pela GRI. O Princípio de Inclusão de
Stakeholders não é atendido, o que fica evidente ao se analisar a diretriz principal da GRI:

“A organização relatora deve identificar seus stakeholders e explicar no relatório que medidas foram tomadas em resposta a seus interesses e
expectativas procedentes”

Como é que uma empresa que se diz ética publica um Relatório GRI nível B,onde estes princípios formam a base para a elaboração do Relatório?

RESPOSTA:
No relatório 2010, publicamos na pág. 112 uma lista de stakeholders identificados em um processo que envolveu 650 gestores da organização e utilizou ferramentas desenvolvidas pelo Instituto Votorantim e sistematizadas no Manual de Engajamento de Partes Interessadas. Como seria o primeiro relatório de sustentabilidade da organização e por se tratar de uma holding com 6 negócios distintos, fizemos diversos benchmarks externos e consultamos a própria GRI para buscar identificar um processo adequado para a elaboração de nossa materialidade. Pois, conforme comentamos na pergunta 9, as “Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade” da GRI colocam que, “as informações no relatório devem cobrir temas e indicadores que reflitam os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos da organização ou possam influenciar de forma substancial as avaliações e decisões dos stakeholders” (pág. 8). Isso nos levou a refletir que poderíamos começar fazendo a busca dos primeiros temas em função da análise dos impactos, onde utilizamos a metodologia TNS (The Natural Step) para chegar à conclusão desses impactos (pág. 31 do relatório 2011). Depois disso, resolvemos fazer análises do processo de materialidade de empresas concorrentes para verificar se nossas hipóteses estavam corretas, o que nos levou à identificação de outros itens. Finalmente, pedimos apoio às organizações externas Apel Consultoria e Key Associados para fazer uma crítica sobre as análises que fizemos, de onde chegamos aos 9 temas materiais. Sabíamos desde o início que esse processo, apesar de válido, carecia da visão de stakeholders externos. Contudo, como era nosso primeiro relatório, concluímos que se não tivéssemos adotado essa metodologia, não teríamos material para ser avaliado pelos stakeholders, o que se mostrou verdadeiro agora, pois estamos em pleno processo de consulta.
Quanto à consulta em si, apesar de ser muito comum o processo de um “painel de stakeholders” para a identificação dos temas, e de se revisitar os temas a cada 2 anos, nossa conclusão é que deveríamos  ter um processo mais robusto do que esse. Por isso, adotamos o critério de fazer uma série de entrevistas com grupos específicos de stakeholders, tal como explicamos na pág. 33 do relatório. O questionário-base utilizado para essa consulta é o mesmo que está na pesquisa sobre o nosso relatório emhttp://www.votorantim.com/pesquisarelatorioanual, a qual reiteramos o convite a seus leitores para responder e incorporar suas opiniões em nossa avaliação de materialidade.


8- Como é que as empresas de auditoria simplesmente não apontam para esta falha grave de construção do relatório?

RESPOSTA:
No relatório detalhado que recebemos da empresa de auditoria KPMG, constava a seguinte solicitação: “Estabelecer processo de engajamento dos principais stakeholders da VID e de cada negócio e revisar os temas materiais definidos com base no resultado do processo” (pág. 56 do relatório “Recomendações e oportunidades de melhoria”).


9- Qual foi o critério da empresa para selecionar os stakeholders para a consulta externa ? Por que as comunidades não foram contempladas
nesta primeira consulta nem grupos ambientais ? Este primeiro mapeamento não está nada diverso.

RESPOSTA:
No relatório 2010, publicamos na pág.112 uma lista de stakeholders identificados em um processo que envolveu 650 gestores da organização e ferramentas de engajamento de partes interessadas desenvolvidas pelo Instituto Votorantim. Como aquele seria o primeiro relatório de sustentabilidade da organização e por se tratar de uma holding com 6 negócios distintos, fizemos diversos benchmarks externos e consultamos a própria GRI para buscar identificar um processo adequado à elaboração de nossa materialidade. Pois, segundo as “Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade” da GRI (pág. 8), “as informações no relatório devem cobrir temas e indicadores que reflitam os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos da organização ou possam influenciar de forma substancial as avaliações e decisões dosstakeholders”.
A organização adotou o critério de fazer uma série de entrevistas, tal como explicamos na pág. 33 do relatório 2011.  O questionário-base utilizado para essa consulta é o mesmo que está na pesquisa sobre o nosso relatório (disponível emhttp://www.votorantim.com/pesquisarelatorioanual), o qual convidamos seus leitores para responder como contribuição a ser incorporada em nossa avaliação de materialidade. Vale ressaltar que estamos, no momento, em meio a esse processo em que já foram incluídos grupos ambientais. Como já explicado, esse processo de relato está em constante evolução e a inclusão de outros grupos faz parte desse aprimoramento.



10- Vocês apresentam como desafio para 2020 manter ou reduzir as emissões de carbono produzidas até 2020 tendo como base 2010, mas os
dados só estão aumentando. O que efetivamente vocês irão fazer para solucionar este problema ?

RESPOSTA:
A Votorantim investe continuamente visando atender à crescente demanda do mercado brasileiro, especialmente no setor de construção civil - para o qual a organização contribui produzindo cimento, aço e alumínio. Especialmente para atender ao mercado de cimento, foram reativados em 2011 fornos que estavam parados e foram inauguradas 3 novas fábricas, além de estarem em construção outras sete fábricas de cimento e uma siderúrgica. Essas novas plantas, quando em operação, irão acrescentar 11 milhões de toneladas de cimento e 400 mil toneladas de aço bruto, por ano, à capacidade atual da Votorantim.
Por conta desse crescimento orgânico das operações, a emissão de carbono total da organização tende a aumentar, razão pela qual a Votorantim vem investindo em pesquisa e tecnologia com o objetivo de reduzir as emissões por tonelada produzida.
Vale ressaltar que os produtos da Votorantim (e do Brasil, de maneira geral) têm emissões específicas muito menores do que seus concorrentes internacionais – mesmo descontando o item transporte, conforme mostra o “Plano Setorial de Mitigação da Mudança Climática para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Indústria de Transformação”, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Isso significa que, se o Brasil se tornar, no âmbito mundial, um grande exportador de produtos com baixa taxa de emissão por tonelada, estaremos contribuindo para a redução das emissões mundiais, haja vista que estaremos atendendo a uma demanda mundial com produtos mais eficientes.
Mesmo assim, a Votorantim continua trabalhando para reduzir sua própria emissão, seja com projetos de crédito de carbono (pág. 136 do relatório), com o programa de Eficiência Energética (pág. 127) ou com a adoção de novas tecnologias (pág. 138).



11- Vocês afirmam que vão criar somente uma política para compra de fornecedores locais, mas não apresentam data. quando vai ser ?

RESPOSTA:
A definição de uma política corporativa unificada e especifica para contratação de fornecedores locais é uma das metas definidas para 2012 em nossos temas materiais (pág.37). Levando-se em conta a abrangência geográfica da companhia e, após pesquisar casos de outras empresas, iniciamos em 2012 o processo para elaboração dessa política. Possuímos iniciativas nos nossos Negócios como o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais com foco nas regiões de atuação dos Negócios. Também temos parcerias com universidades para nos auxiliar na criação desta política. Em 2012, os alunos de graduação na FGV/SP, de Formação Integrada para a Sustentabilidade – FIS, tiveram como projeto-desafio o desenvolvimento de uma metodologia para “gestão de fornecedores na cadeia de valor”, iniciativa lançada pela Votorantim Metais que nos ajudará na elaboração da política corporativa. A Votorantim espera concluir o processo de elaboração dessa política e iniciarmos a sua implementação durante o ano de 2013.



12- Vocês apresentaram um resultado de 66% no clima organizacional. Qual a meta ideal para a empresa ?

RESPOSTA:
Fazemos pesquisa de clima interno regularmente a cada 2 anos, desde 2003, por entendermos que essa é uma forma importante de melhorarmos nossos processos, a partir da percepção dos empregados. Após a análise dos resultados, buscamos compartilhar entre os diversos Negócios as melhores práticas e montamos planos de ação para evoluir nos pontos mais prioritários. Nosso objetivo é estar entre as empresas do primeiro quartil de mercado (e o índice de favorabilidade de 66% já nos coloca nesse primeiro quartil).



13- O que aconteceu com o projeto com o BNDES para o desenvolvimento de cadeias produtivas nas comunidades ? Qual a razão do insucesso
deste projeto ?

RESPOSTA:
O Programa ReDes – Redes para o Desenvolvimento Sustentável, em parceria com o BNDES, está em pleno andamento de acordo com o cronograma  previsto, conforme relatamos na pág. 110 do relatório. Em 2011, 25 municípios foram envolvidos no Programa, tendo participado das seguintes etapas:
•         Realização de diagnósticos socioeconômicos, que podem ser conferidos em www.programaredes.org.br/territorios;
•         Formação de instâncias participativas: no site www.programaredes.org.br há um espaço destinado para cada município participante. Nessa página, é possível conhecer as organizações que compõem as instâncias participativas em cada cidade.
•         Dado sequência aos estudos em função da priorização das linhas de ação, a partir das vocações econômicas locais. As linhas de ação definidas são:
o   Abastecimento alimentar
o   Comércio e serviços
o   Turismo
o   Economia criativa
o   Reciclagem
Além das ações reportadas acima, ocorridas no ano passado, em 2012 foram realizadas a prospecção, análise e seleção de projetos que receberão recursos. O Instituto Votorantim prevê divulgar publicamente os projetos selecionados em setembro de 2012.



14- Quais são as metas que vocês citam do Planejamento estratégico de sustentabilidade ?

RESPOSTA:
Esses temas e metas 2020 estão expressos na tabela "Nossos Desafios", nas págs. 37 a 39 do relatório, que contempla os 9 temas materiais prioritários para a empresa. Para cada um desses, foram definidas as metas específicas – de curto e longo prazo. Durante o processo de Planejamento Estratégico, cada Negócio deve mostrar o plano de 5 anos que conduz para o atendimento da meta 2020 e também define a meta específica para o ano seguinte. Além disso, é feita uma análise de riscos e oportunidades. O produto desse processo é o plano e orçamento do ano seguinte, com seu consequente desdobramento de metas para todos os níveis da organização.



15- Quanto que o instituto Votorantim investiu nos últimos  3 anos na sociedade ?

RESPOSTA:
Na pág. 111 do relatório, mostramos que de 2009 a 2011 foram investidos respectivamente R$ 49,4 milhões, R$ 44,9 milhões e R$ 59,5 milhões. Em 2011, o Instituto apoiou 154 projetos, que beneficiaram 1,4 milhão de. Desse total, 72% referem-se a recursos próprios e 28% a investimentos incentivados em apoio às políticas públicas. Isso faz com que a Votorantim seja uma das organizações que mais investe nesse tipo de iniciativa de apoio a projetos sociais.


16- Vocês só avaliam socialmente dos seus fornecedores a questão do trabalho infantil e escravo ? O que mais vocês fazem para garantir
condições dignas aos trabalhadores dos seus fornecedores ?

RESPOSTA:
São avaliados diversos critérios sociais dos fornecedores. Mas, devido à gravidade ética das questões de desrespeito aos direitos humanos (especialmente a prática do trabalho infantil e do trabalho forçado ou análogo ao escravo, que consideramos inadmissíveis), a Votorantim definiu como meta de curto prazo a implementação de um sistema de bloqueio automático, via sistema, de clientes e fornecedores listados pelo Ministério do Trabalho (conforme relatado na pág. 37).   
Além das avaliações para cadastramento dos fornecedores, nossos contratos possuem cláusulas específicas para controle das questões trabalhistas e previdenciárias, sempre de acordo com a legislação. Nosso processo de homologação e contratação consiste das seguintes fases:
• Preparação pelo Fornecedor da relação dos documentos solicitados
• Nossa avaliação da documentação, onde temos a seguinte documentação exigida:
01. Contrato Social
02. Cartão do CNPJ
03. Alvará de Funcionamento
04. CND de Tributos Federais / Estaduais / Municipais
05. CND do INSS
06. CND do FGTS
07. Balanço Patrimonial (mínimo 2 últimos anos ou 3 últimos IR)
08. SERASA
09. Avaliação de Dependência Financeira (recomendação de no máximo 50%)
10. CND de Processos Trabalhistas
11. Seguro de vida dos funcionários
12. Certificados (ISO 9.001, 14.001, OSHAS 18.001)
13. Requisitos Legais Ambientais
14. Documentos básicos de SST (PCMSO, PPRA e estatística de acidentes)
15. Declaração de Responsabilidade Social (SA 8.000)
Também realizamos (quando julgamos necessário) visita técnica e elaboramos um relatório de avaliação. Atendendo a todas as exigências eliminatórias, o fornecedor será aprovado.
Após aprovado, o fornecedor participa de um processo de tomada de preço em condições igualitárias com os demais fornecedores participantes. O fornecedor com a melhor condição técnica e/ou comercial é contratado, mas antes de iniciar a prestação de serviços em nossa unidade esse assina uma “Condição Geral de Fornecimento” ou um contrato perante o qual deverá adotar as mesmas práticas de Saúde, Segurança e Meio Ambiente que adotamos na Votorantim. Estas práticas na maioria das vezes requerem treinamentos e capacitação iniciais antes de trabalharem em nossas unidades. Durante as medições mensais dos serviços executados, todos os indicadores sociais e ambientais e financeiros são avaliados e comprovados. Com isso, não avaliamos somente questões relacionadas ao trabalho escravo e trabalho infantil. Adotamos com nossos fornecedores as mesmas regras adotadas com nossos empregados.



17- Quantos % dos empregados recebem uma avalição de desempenho ?

RESPOSTA:
Na pág. 88 do relatório, explicamos o processo de avaliação de desempenho. Apesar de não haver um ícone GRI ao lado da referência, trata-se do indicador LA12. Esse indicador está respondido no índice da pág. 176, para os últimos 4 anos, onde demonstramos que 99,9% dos funcionários passam por um processo de avaliação de desempenho. Na nota explicativa, comentamos que em 2011 foi revisado o pacote remuneratório dos safristas (empregados com contrato por tempo determinado) e essa categoria não teve os mesmos critérios de avaliação dos demais, portanto, optamos por não computar esse dado (razão pela qual o resultado não foi 100%).  



18- Uma rotatividade de 16% não é um índice muito alto para uma empresa que busca com tamanha obsessão reter talentos ?

RESPOSTA:
Sim, é um índice muito alto. Essa rotatividade tem sido provocada tanto pela empresa, na busca da excelência, quanto por fatores externos, que ocorrem quando o mercado está aquecido e é alta a demanda por profissionais de determinadas categorias – o que é nosso caso. A Votorantim, atenta a essa questão que impacta diretamente em um de nossos temas materiais e em uma de nossas metas 2020 (ter 80% dos cargos de liderança preenchidos com recursos internos, pág. 38), tem procurado aprimorar a gestão desse tema. Uma das medidas estruturantes que iniciamos foi o lançamento dos Comitês Funcionais (pág. 78 do relatório), nos quais são discutidas ações que a organização deve tomar em relação às questões de melhoria sobre diversas categorias funcionais – como, por exemplo, profissionais de mineração, meio ambiente, segurança, produção, entre outros.

19- No programa de previdência privada, a empresa colabora com o empregado ou não ?

RESPOSTA:
Sim, a companhia colabora com a previdência privada dos empregados, com valores que podem chegar a 6% do salário e nunca excedem o valor da contribuição básica feita pelo empregado. Todos os empregados podem optar por aderir aos planos da Fundação Senador José Ermírio de Moraes (Funsejem), entidade fechada sem fins lucrativos fundada em 1994. Atualmente, um total de 24.711 empregados participa dos planos da Funsejem. Na pág. 91 do relatório, informamos sobre o plano e, nas págs. 163 e 164, no indicador EC3, pode-se observar o valor de contribuição da Patrocinadora.  Além disso, a entidade de previdência privada Funsejem disponibiliza empréstimos para os participantes do plano.


20- Por que nos índices de acidente vocês não consideram os acidentes de trajeto ? Qual o TFCA e TFSA da empresa considerando esses
acidentes ? Reforçamos que sem este tipo de acidente o mesmo já estão muito altos

RESPOSTA:
Nunca estaremos satisfeitos com qualquer acidente que ocorra na Votorantim. Por isso, o tema de Saúde e Segurança foi um dos primeiros a ser tratado no âmbito corporativo, com a formação, em 2004, da Equipe Temática de Saúde e Segurança do Sistema de Gestão Votorantim (SGV), que emitiu o primeiro Manual Corporativo de Saúde e Segurança e adotou práticas comuns para ações preventivas e corretivas, sendo periodicamente atualizado. Em 2010, iniciamos um forte programa de capacitação para nossos gestores de Segurança por meio de nossa universidade corporativa (Academia de Excelência Votorantim, pág. 98). Esse programa agora está sendo expandido para outras lideranças da organização.
Segundo a NBR 14.280, em seu artigo 3.7 (“Regras para a determinação das taxas”), o sub-item 3.7.2 (“Acidente de trajeto”) estabelece que “o acidente de trajeto deve ser tratado à parte, não sendo incluído no cálculo usual das taxas de frequência e de gravidade”. Algumas publicações de outras entidades, como o “Benchmarking-Indicadores de desempenho ABTCP - Segurança e saúde do trabalho”, da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (www.abtcp.org.br), também trazem essa referência. Contudo, na Votorantim, esses acidentes têm o mesmo tratamento que os acidentes dentro de nossas operações quanto à análise e ações visando à prevenção de sua ocorrência.



21- Qual a liberdade do emprega em exprimir sua opinião no evento de encontro virtual com o presidente da empresa ?

RESPOSTA:
O empregado tem total liberdade para exprimir sua opinião e fazer perguntas durante o Encontro Virtual - elas podem ser anônimas e podem ser feitas por chat online, e-mail ou SMS. Para os empregados que estão na plateia do evento, a pergunta também pode ser feita pelo microfone ou por escrito, conforme relatamos na pág. 103 do relatório. Não há qualquer necessidade de identificação. Nas três edições do encontro realizadas em 2011, que conectou empregados Votorantim no Brasil e no exterior em mais de 160 pontos, foram feitas 180 perguntas, sobre diferentes assuntos. As questões que não são respondidas durante o evento por limitação de tempo são respondidas posteriormente e publicadas na intranet da companhia (Portal Votorantim). A média de aprovação ao evento é de 99% (medido por meio de pesquisa de satisfação pós-evento, também sem necessidade de identificação do respondente). O Diálogo Aberto é uma de Crenças de Gestão da Votorantim e estamos aprimorando a sua prática. Vale resaltar que essa mesma prática de eventos ao vivo é realizada no âmbito dos Negócios, onde os presidentes conversam com seus empregados para tratar das questões da empresa e também esclarecer as dúvidas (o que também exploramos na pág. 103).



22- Quantos % das compras realizadas pela empresa são feitas com fornecedores locais ?

RESPOSTA:
Não temos condições de informar com precisão, no momento, a parcela de compra feita de fornecedores locais para toda a organização, uma vez que esse indicador é afetado por fatores como a diversidade de nossas instalações e a localização geográfica de cada planta. Como exemplo, em nossa unidade produtora de cimento em Rio Branco do Sul (PR), temos um total de 40% dos serviços prestados por fornecedores locais. Já em nossas unidades na região metropolitana de São Paulo, este número chega perto de 100%.
Quando da elaboração de nosso primeiro relatório, referente a 2010, optamos por não publicar o indicador EC6, pois não havia uma política da organização de definição do que é um fornecedor local – se poderiam ser considerados como local fornecedores do município, de um conjunto de municípios, situado em um raio de até 100 km de nossa unidade, ou instalado no Estado. Atendendo à própria recomendação da GRI (EC6), estamos no momento elaborando essa política para que tenhamos um relato condizente com esse indicador.
Também entendemos que não devemos considerar somente o fornecedor direto, mas sim todos na cadeia de fornecimento indireta suportada por nossas operações, como os hotéis, restaurantes, comércio regional etc. Por isso, nossa preocupação em termos uma política corporativa, que responda a essas questões, apesar de já adotarmos iniciativas isoladas nos nossos Negócios. No relatório 2012, essa questão será melhor detalhada. 


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