Olá Amigos,
Com muita atenção e competência a equipe da mineradora Anglo American nos respondeu.
Ficamos muitos felizes com a atenção recebida por esta empresa e no esforço em nos responder aos questionamentos encaminhados pelo nosso blog.
Ao ler as respostas (que não foram curtas), notamos que a empresa está interessada em se posicionar frente a sociedade.
De um modo claro eles conseguiram responder a posição aparentemente esquizofrênica da relação entre colaboração e Inovação com a chamadas "regras simples e não negociáveis".
No entanto, ao ler as respostas, vemos o quanto a empresa aparenta não ter um bom ambiente de trabalho, tanto que se esquivou em divulgar dados relativos a pesquisa de clima organizacional, programa de demissões e precarização do trabalho por meio de terceirizações.
Outro ponto que também não ficou claro foram as questões relativas a segurança no trabalho, pois apesar de terem bons resultados em nível internacional, seus indicadores internos pioraram no último ano e a empresa não apresentou explicações claras para isto.
Em termos de inclusão social a empresa ainda deve melhorar muito, pois ainda não deixou claro como irá trabalhar para atender a cota de deficientes físicos. Uma obrigação legal em nosso país.
Para uma empresa de mineração, nota-se que faltam dados sobre as comunidades, pois foi apresentado somente canais de comunicação, mas não resultados que comprovem sua efetividade.
Com relação ao meio ambiente, a empresa não explicou a razão do aumento das emissões de particulados em suas plantas industriais e nem um plano efetivo para a diminuição da utilização de combustíveis não renováveis que aumentou consideravelmente nos últimos anos.
Novamente agradecemos a Anglo American pela atenção dada a nossa equipe e segue abaixo as respostas na íntegra da empresa.
Boa leitura a todos.
Parte I
1- Nossas perguntas tem como base o relatório de 2009. A empresa não divulgou seu
relatório de 2010? Não encontramos no site –
Nosso relatório 2010, da Unidade de Negócio Níquel está no link
http://relatoriosociedade.angloamerican.com.br/2010/pt/. Ele também pode ser acessado
por um link na homepage do nosso website: www.angloamerican.com.br.
Nosso Relatório à Sociedade é verificado externamente e, desde 2009, é GRI A+. No
processo de relato do desempenho de 2011 convidamos um painel de três especialistas
externos para avaliar o processo e ajudar-nos a ser cada vez mais focados no que é
assunto de interesse para o público.
2- O ajustes nos escritórios, que gerou muita polêmica na empresa, teve corte de efetivo ?
Como a empresa administrou esta questão e trouxe tranquilidade para os empregados ? A
empresa reconhece que não soube administrar esta crise interna ao ponto de culparem
a imprensa neste caso, como foi informado na página 9?
A mudança de escritórios anunciada em 2009 e depois cancelada foi certamente uma
grande preocupação dos empregados, sobretudo do escritório de São Paulo. Esta
preocupação fez com que as notícias – na forma de notinhas em coluna social – soassem
como provocações. E foi nesse sentido que isto foi relatado na página mencionada. Não
se culpou a imprensa, pelo contrário: deu-se grande importância às publicações. É
importante ressaltar que a mudança de planos quanto aos escritórios veio por serem
ouvidos os empregados em comunicação direta com a liderança: a própria CEO mundial,
em visita à nossa unidade de negócio no final de 2009, fez questão de registrar que
recebeu mensagens de preocupação e sugestões e estava levando-as em consideração
na tomada de decisão.
3- Nesta mesma página vocês afirmam que a imprensa "divulga notícias não autorizadas".
Como vocês pretendem ter controle da imprensa ao ponto de dizer o que é ou não
autorizado por vocês para publicar? Isto não revela um clima de censura na cultura da
empresa?
Certamente qualquer forma de controle ou censura à imprensa não corresponde à forma
de trabalho e aos valores corporativos da Anglo American. Ao falar em “notícias não
autorizadas”, fazia-se referência a notícias geradas por outras fontes que não a Anglo
American, por meio de um comunicado oficial. A escolha dos termos empregados no
Relatório pode ter dado alguma margem a dúvida, mas certamente não corresponde à
realidade de transparência e diálogo presentes na organização.
4- Como está a questão da empresa de Cubatão que estava para ser vendida? Já foi
vendida? E como vocês garantem que o comprador vai trabalhar com os valores de Anglo
American, como vocês afirmam no relatório?
A empresa que você cita é a Copebrás. Em agosto deste ano o Grupo Anglo American
decidiu não mais vender este negócio, assim como já havia feito em janeiro em relação à
Mineração Catalão, produtora de ferronióbio. Hoje existe um processo de realinhamento
destas duas unidades que continuam no grupo na forma de uma unidade de negócios
independente.
5- A planta no Amapá e o sistema Minas-Rio já está no sistema integrado da empresa?
Sim. A Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American, formada em agosto
de 2008, é composta pelo Sistema Amapá e o Projeto Minas-Rio e faz parte do sistema
integrado da empresa desde a sua criação.
Em fase de obras, o Projeto Minas-Rio inclui uma mina de minério de ferro e unidade de
beneficiamento em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, em Minas Gerais; um
mineroduto com 525 km de extensão, que atravessa 32 municípios mineiros e fluminenses;
e 49% do terminal de minério do Porto de Açu, em parceria com a LLX, localizado em São
João de Barra (RJ). O empreendimento terá capacidade de produção de 26,5 milhões de
toneladas anuais de minério de ferro e o primeiro embarque está previsto para o segundo
semestre de 2013.
O Sistema Amapá encontra-se no Estado do Amapá, no norte do Brasil. Ele é formado por
uma mina, a unidade de beneficiamento no município de Pedra Branca do Amapari e o
Porto de Santana. O transporte de minério de ferro entre a mina e o porto, que ficam
distantes cerca de 200 km, é realizado por ferrovia, por meio da Estrada de Ferro do
Amapá. No primeiro semestre de 2011, a produção atingiu 2,33 milhões de toneladas,
registrando um lucro operacional de US$ 45 milhões. A previsão é que sejam produzidos
4,5 milhões de toneladas nesse ano.
6- Em seus princípios, dentro do Mindset, vocês afirmam: "Todos os ferimentos e doenças
relacionados ao trabalho, bem como danos ambientais, são evitáveis". Como vocês
garantem que uma mineradora evite todos os seus danos ambientais? Isto não é um
discurso vazio?
Desde que passamos a usar o conceito dos sistemas de gestão da qualidade, em 1990,
passamos a trabalhar com o conceito de prevenção de não conformidades, de garantia da
qualidade de tudo que fazemos. À qualidade com foco no cliente (ISO 9001, em 1994)
fomos integrando a preservação ambiental (ISO 14001, em 2001) e a gestão da segurança
e saúde ocupacional (OHSAS 18001 em 2003), sempre com este conceito de buscar a
garantia.
É fato que a mineração gera impacto ao meio ambiente como consequência inerente de
sua atividade mineira, principalmente ao solo e à paisagem devido à remoção do solo para
obtenção do minério. Trabalhamos comprometidos com a legislação brasileira e com
padrões globais da companhia para gerar o menor impacto possível nos locais em que
operamos e investimos na reabilitação de nossas áreas para recuperação da paisagem e
da biodiversidade. Acreditamos que o trabalho em nossas operações pode ser realizado
com “Zero Lesão” aos nossos empregados e terceiros e que danos ao meio ambiente
podem ser minimizados e mitigados a fim de gerar um saldo positivo no entorno. Como
temos uma visão integrada de sistema de gestão mantemos o mindset “zero dano” para
aprendermos com as experiências e atingirmos a melhoria contínua.
7- No mesmo princípio, vocês possuem como elemento norteador a frase : "regras simples
e não negociáveis" e ao mesmo a tempo apresenta como valor "colaboração e inovação".
Como você pode ser inovador onde as regras são inegociáveis ? Onde existe o espaço
para colaboração e diálogo nesta cultura? Vocês falam nos valores que questionam a
forma que sempre foi feito, mas ao mesmo tempo as regras são inegociáveis. Isto não soa
como algo esquizofrênico?
O princípio “regras simples e não negociáveis” é perfeitamente compatível com os valores
“colaboração” e “inovação”. Regras e procedimentos podem e devem ser objeto de
melhoria e revisão contínua. Tecnicamente, a sequência é identificar riscos continuamente
(através de avaliações, auditorias, investigações de incidentes, acompanhamento da
legislação etc), e, com base neles, promover a atualização das regras e procedimentos, se
necessário. Uma vez que a regra for estabelecida e aprovada, ela deve ser simples (de fácil
entendimento), e não negociável, ou seja, todos devem cumpri-la. Em resumo, fomentar
regras simples e não negociáveis está relacionado à nossa baixa tolerância a riscos e
desvios, visando à preservação da vida e do meio ambiente. Colaborações e inovações são
mais do que bem vindas, além de serem necessárias para a atualização e sobrevivência do
negócio. Elas apenas precisam ser padronizadas para que sejam traduzidas em regras
simples, que possam ser cumpridas por todos.
8- No caso da comunicação da junção dos escritórios, vocês não acreditam que a empresa
não cumpriu o valor preocupação e respeito? Pois o princípio diz que vocês constroem
confiança por meio de uma comunicação aberta e de mão dupla, mas parece que os
empregados não sentiram esta posição da empresa, ao ponto de receber a informação pela
imprensa. Esta observação está correta?
Os valores preocupação e respeito estiveram claramente presentes naquele momento pela
existência dos canais para livre manifestação, que, ao serem acionados, levaram às
respostas durante o período e também à revisão da decisão sobre a junção dos escritórios.
9- Por que a empresa separou a gestão da empresa de fosfato e nióbio do restante da
organização? Como vocês trabalham integrados desta maneira?
A separação inicial se deu para preparar este negócio para venda, decisão que foi revertida
em 2011.
Porém, em outubro de 2009 também houve um decisão do Grupo de reorganizar suas
atividades por commodity, surgindo então a Unidade de Negócio Níquel, que assina o
Relatório 2010. Essa reestruturação busca operações mais focadas em suas necessidades
próprias e peculiares, sendo todas as Unidades de Negócios regidas e permeadas pelos
mesmos Valores Corporativos e Princípios de Negócios.
10- Vocês falam que seus empregados de 2008 para 2009 subiu de 7605 para 9813, no
entanto, os empregados diretos caíram de 2684 para 2575. Este excesso de terceirização
não precariza a qualidade do trabalho e rompe os vínculo da empresa com as pessoas ?
Qual a razão disto para uma empresa que se diz sustentável ?
O aumento do número de contratados em 2009 foi praticamente localizado no Projeto Barro
onde estávamos em fase de construção da nova planta de ferroníquel.
11- Vocês possuem dados de pesquisa de clima para disponibilizar e provar cientificamente
a satisfação dos funcionários?
Foram feitas várias pesquisas de clima formais ao longo dos anos e ações foram tomadas
frente às questões levantadas. Está prevista uma nova rodada para 2012.
Além disso, existem canais permanentes, internos e externos para que as pessoas
expressem suas opiniões, reclamações, dúvidas. São o Fale Conosco
(faleconosco@angloamerican.com) e o SpeakUp. O primeiro é monitorado diretamente
pela Comunicação e há mecanismos que garantem que seja dada uma resposta, e o
segundo é administrado por uma empresa global, externa, que trata sigilosamente das
reclamações e denúncias eventualmente apuradas, com envolvimento direto da alta gestão.
12- Por que a relação salarial da empresa caiu de 4X o salário mínimo para menos de 2 X
na planta de Barro Alto de 2007 para 2009? Por que esta defasagem salarial nesta
comunidade?
Essa diferença se deu em função do aumento da diversidade de funções envolvidas no
Projeto Barro Alto, que em seu início contava com profissionais com cargos mais técnicos.
Com o avanço das fases do projeto, de 2007 para 2008 e 2009 passou-se a ter
empregados com funções mais operacionais, cujos salários se aproximavam mais do
salário mínimo.
13- Por que a participação de pessoas das comunidades próximas as plantas mineradoras
é tão baixo? Os programas de qualificação não estão surtindo efeito?
A grande contratação do efetivo para a nova planta de Barro Alto só ocorreu em 2010, e a
grande maioria dos novos empregados é da região, muitos deles – ou delas – participaram
de capacitação tanto em Barro Alto como nas instalações do SENAI em Niquelândia em
programa que desenvolvemos especialmente para preparar uma nova mão de obra.
14- Por que as taxas de lesões com afastamento subiram tanto de 2008 para 2009 nas
unidades de Catalão/ouvidor - Cubatão - Barro Alto já que segurança é um valor para
empresa?
O Projeto Barro Alto foi concluído com uma taxa de frequência de acidentes com
afastamento de 0,03, índice muito bem avaliado pelo mercado.
Também houve melhorias nas outras unidades. Estes números devem ser analisados em
longo prazo, avaliando-se a tendência, mas sem dúvida é um ponto que sempre merece a
nossa atenção e ações.
15- Vocês afirmam que as taxas de lesões de Barro Alto de 0,06 é referência, mas em 2008
foi de 0,03. Por que este índice dobrou e mesmo assim é referência?
O Projeto Barro Alto foi concluído com uma taxa de frequência de acidentes com
afastamento de 0,03 e estivemos atentos a variações durante todo o seu andamento,
agindo com ações corretivas quando necessário.
Barro Alto foi destaque em termos de segurança, alcançando a marca de 37 milhões de
homens-hora trabalhada sem fatalidades. Ao longo da construção, mais de 26 mil
trabalhadores passaram pelo projeto.
Recebemos diversos reconhecimentos externos em 2011 destacando a excelência de
Barro Alto por seu desempenho em segurança:
- Aplausos (reconhecimento global do Grupo Anglo American pelo desempenho
excepcional em segurança)
- 1º Prêmio Dupont (reconhecimento pela excelência da implementação da gestão de
saúde e segurança no Projeto Barro Alto)
- Prêmio Proteção Brasil 2011 (conquistado com o case ‘Metodologia de Gerenciamento de
Risco: Um dos Fatores de Sucesso na Busca pela Visão Zero Lesão’)
16- Vocês possuem dados de pesquisa de satisfação das comunidades para com a
empresa?
Realizamos pesquisas com a comunidade a cada três anos por meio de um conjunto de
ferramentas chamado SEAT – Socio-Economic Assessment Toolbox (a versão 1 dessa
caixa de ferramentas está disponível para consulta e uso no link
http://www.angloamerican.com.br/media/publicacoes/unidade-de-negocio-niquel.aspx).
Através dessa rodada de pesquisa com nossas diversas partes interessadas criamos um
plano de envolvimento com a comunidade (PEC) para desenvolver planos de ações e
atuar em impactos diretamente causados por nossa presença na região, e planos para
abordar impactos indiretos, mesmo que não estejam relacionados às nossas operações,
mas que de alguma forma a empresa pode contribuir na articulação de oportunidades para
atuar nestes impactos.
As ações propostas e o acompanhamento delas são feitos regularmente nos fóruns
intercâmbio, reuniões abertas nas localidades, quando temos a oportunidade de ouvir as
opiniões e demandas da comunidade e nos posicionarmos para cada uma delas.
Felizmente temos tido sempre um público interessado em nossos fóruns e disposto a
pensar melhorias e oportunidades para a região, sempre levando em conta os princípios de
boa cidadania, valores da companhia e sustentabilidade.
Além disso, um dos mais relevantes canais de comunicação com a comunidade que a
Anglo American possui, utilizados pelas três unidades de negócios da empresa e
desenvolvido pela Unidade Minério de Ferro Brasil, é o Sistema Fale Conosco. Trata-se de
um conjunto de ferramentas sistematizadas, implantadas ao longo de 2010, que inclui as
linhas telefônicas 0800 941-7100 (Projeto Minas-Rio) e 0800-2801004 (Sistema Amapá), o
endereço de e-mail faleconosco@angloamerican.com, contatos face a face, cartas e caixas
de manifestações.
Por meio do Fale Conosco, as comunidades podem se manifestar e receber resposta, em
um intervalo de tempo que varia do retorno imediato ao máximo de cinco dias úteis,
dependendo da complexidade da manifestação. O canal permite à empresa reunir
evidências sobre os temas mais relevantes para essas comunidades possibilitando, dessa
forma, a proposição de soluções e criação de oportunidades de melhoria.
A Unidade de Minério de Ferro Brasil também realiza um monitoramento socioeconômico,
coordenado pela área de desenvolvimento sustentável da unidade, onde várias
informações relativas às comunidades são levantadas com o objetivo de proceder
correções e promover ações de desenvolvimento junto a essas comunidades.
17- Parabéns pelo programa de Aids. O projeto é muito interessante.
Obrigado. Nosso compromisso é melhorar a vida de nossos empregados, seus familiares e
comunidade local e os programas de tratamento e conscientização com o apoio de
parceiros fazem parte desse compromisso. Possuímos uma abordagem abrangente,
reconhecida por muitos órgãos nacionais e internacionais com a melhor prática, mas ainda
há um longo caminho a seguir. Como os níveis de incidência do HIV/AIDS, como um todo,
continuam a aumentar, a conscientização sobre a importância da prevenção é fundamental
para manter todos alertas sobre a vulnerabilidade das pessoas frente a esse vírus.
18- Parabéns pela estrutura dos projetos sociais. A gestão é bem interessante e
transparente.
Obrigado. Tratamos com a mesma transparência de nossas publicações os encontros que
realizamos com a comunidade, chamados de Fórum Intercâmbio.
19- Por que o volume de água captada de chuva para uso industrial caiu tanto de 2008 para
2009? Foi alguma estiagem ou decisão da empresa abandonar este tipo de projeto?
A captação de água de chuva era possível nas operações em Catalão. Em 2009, o
reservatório (barragem de rejeitos) não tinha área livre suficiente para captar toda água de
chuva. Por este motivo alteamentos da barragem têm sido feitos para garantir esta
captação atualmente.
20- Por que as iniciativas de diminuir as emissões ainda não são passíveis de mensuração,
conforme informado no relatório?
Pelo fato de que até aquele momento não havia instrumentos e mecanismos de medição
para acompanhar os resultados das iniciativas, mesmo porque estavam ainda em
implementação. Mas nem por isso elas deixavam de ser incentivadas e tratamos com
transparência essa oportunidade a desenvolver. De qualquer forma, publicamos
anualmente nossas emissões através da iniciativa “Programa Brasileiro GHG Protocol”,
sendo uma das empresas-fundadoras da iniciativa do Centro de Estudos em
Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas.
21- Por que as emissões de particulados dobraram de 2008 para 2009 e de flúor teve um
aumento significativo na unidade de Catalão?
(teremos a resposta no início da próxima semana) NÃO RECEBEMOS AINDA
22- Por que uma empresa tão importante como a Anglo American reporta a sociedade um
relatório apenas nível C no GRI?
Desde a edição 2009 somos nível A+.
II parte
1- Vocês poderiam explicar o que é este carvão verde que vocês citam no início do
relatório?
O carvão verde trata-se do uso de cavaco de madeira a partir de floresta plantada. O
cavaco substitui o carvão vegetal e o carvão mineral como redutor. É a madeira triturada
em lascas usada no processo de Calcinação, quando é retirada a umidade do minério,
antes do seu refino. Consideramos como carvão verde pois trata-se de uma fonte renovável
de energia.
2- Vocês podem publicar o resultado final do estudo abaixo realizado pela Embrapa nas
áreas contaminadas de Barro Alto? http://www.ecodebate.com.br/2011/01/24/embrapacerrados-
avalia-impacto-da-atividade-mineradora-de-niquel-na-biodiversidade-de-solos-embarro-
alto-go/ – matéria de 24/01/11
Primeiramente, em Barro Alto não há áreas contaminadas. Nosso processo de mineração
não utiliza nenhum produto que possa contaminar o solo ou a água. Nosso único impacto
ambiental é a remoção da vegetação exclusivamente nos locais de ocorrência de minério,
sem o qual não é possível minerar. É um impacto muito pontual que envolve pequenas
áreas quando comparadas à agricultura, pecuária e outras afins.
A Embrapa está estudando métodos de revegetação com as espécies nativas dos locais
que ainda não são domesticadas, portanto a intenção da Anglo American é preservar a
biodiversidade local na recomposição desses ecossistemas. Pesquisas desse tipo não dão
resultados de curto prazo. Já temos alguns resultados preliminares que ainda não somos
autorizados pela Embrapa a divulgar. Mais informações você pode obter junto à Embrapa
Cerrado de Brasília.
3- Visto que a Anglo American se importa muito com as comunidades, qual foi o desfecho
do problema abaixo ? Vocês afirmam na página 23 que amplia as oportunidades de diálogo
em diferentes níveis de poder.
http://www.jornaldiariodonorte.com.br/site/cidades.php?cod=1469
Foi uma questão pontual durante a construção da planta industrial de Barro Alto. A
Camargo Correa já encerrou suas atividades no projeto, que hoje já é uma operação.
A Anglo American dá prioridade a empresas locais e, quando isso não é possível por
questões técnicas, ela estimula suas contratadas a se estabelecerem nas comunidades
locais. Porém, a decisão final cabe a cada empresa, que tem liberdade para tomar suas
decisões gerenciais.
Quando a Anglo American pensa nas comunidades que ela está envolvida, por uma
questão de sustentabilidade, suas ações tem sempre uma visão de médio e longo prazo,
algo que não seria alcançado com a presença da Camargo Correa num curto período de
tempo no município. O fato da Camargo Correa ter mudado o escritório para Goianésia não
quer dizer que ela deixou de empregar pessoas em Barro Alto ou de recolher os impostos
devidos ao município, já que prestava seus serviços no município de Barro Alto. A Anglo
American dá prioridade ao município de Barro Alto e também se preocupa com os
municípios vizinhos. Apoiamos além, de Barro Alto, Goianésia, Santa Rita do Novo Destino,
Uruaçu e Niquelândia, que compõem a área de entorno dos nossos empreendimentos na
região.
4- Dentre as metas apontadas por vocês para o ano de 2010, por que a meta de segurança
atrelada a "Cultura de segurança - Liderança Visível" foi atingida parcialmente? Não ficou
claro o que precisa ser feito para se atingir totalmente.
O parcialmente se refere que não atingimos as metas de treinamento que nós havíamos
proposto. Estamos elaborando indicadores pró-ativos para controlar melhor o nosso
desempenho adicional aos programas que já estão implementados e que são melhorados a
cada ano reforçando cada vez mais a visão de "zero lesão"
.
5- Como vocês garantem que a cidade de Barro Alto terá ganhos em saúde no futuro (pag
12). Vocês acreditam que somente construindo um hospital isto realmente pode acontecer?
Isto não é apenas uma contrapartida devido ao fluxo migratório que a empresa acarreta?
A construção do hospital foi identificada pela comunidade como uma necessidade para o
município a partir da avaliação de impactos socioeconômicos pela metodologia da caixa de
ferramentas SEAT, antes mesmo do inicio da construção e operação em Barro Alto, já que
o atendimento hospitalar na cidade é de baixa qualidade. O município não dispõe de uma
maternidade, por exemplo.
Somente a construção de um edifício não é suficiente, quando se sabe que a promoção da
Saúde envolve inúmeras ações, de vários atores: população, empresas e governos. O
hospital apenas marcará uma nova etapa na Saúde municipal e regional. Os resultados nos
indicadores de Saúde são atingidos lenta e gradativamente ao longo do tempo pois, além
de profissionais especializados e recursos orçamentários elevados, é necessário
planejamento, coordenação, avaliação e controle das ações empreendidas. Estes itens são
ausentes ou bastante deficientes na esmagadora maioria dos municípios do Brasil.
O que a Anglo American fez pela saúde de Barro Alto foi contratar uma empresa
especializada na área (Atto) para montar um projeto qualificado e que realmente trouxesse
frutos para a população do município e da região (e não apenas investimento financeiro em
um novo hospital). Resumidamente, este projeto teve a seguinte concepção:
a) Planejamento do Sistema de Saúde do Município de Barro Alto, Goiás, incluindo
microrregião de abrangência;
b) Planejamento e assessoria à equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde de Barro
Alto e gestores para ativação e gerenciamento do Hospital e demais unidades de saúde;
c) Assessoria técnica para desenvolvimento profissional e acompanhamento de atividades
assistenciais.
O Município de Barro Alto adotou a Estratégia Saúde da Família há aproximadamente 3
anos, mas teve dificuldade em sua aplicação plena, principalmente no exercício da carga
horária integral do profissional médico e na composição completa das equipes. Isto resultou
em falta de eficiência da política municipal para a saúde e de resultados positivos de
impacto para a população, traduzida em sobrecarga de trabalho dos profissionais do
hospital, insatisfação profissional e da população com o sistema. Porém, nas reuniões da
consultoria e Anglo American com os gestores da prefeitura de Barro Alto a Prefeitura tem
recebido muito bem todas as indicações e intervenções técnicas que temos feito, como
exemplos: a adequação do prédio novo do hospital com objetivo de melhorias dos
processos assistenciais internos, a manutenção da Estratégia Saúde da Família como
modelo assistencial no nível primário da Atenção Básica, a ampliação das equipes de
Saúde através de concurso público. Assim, é nossa impressão que a prefeitura tem feito
seu papel e há fortes indicações de que continuará fazendo para o adequado
funcionamento desta área de seu governo.
O que podemos garantir é que, com aplicação adequada de recursos financeiros e
investimentos em recursos humanos, como temos feito, em trabalho integrado e
de consenso Anglo American e Prefeitura, certamente os resultados virão em breve.
6- O presidente afirma que 60% da energia da planta de Codemin vêm de fontes
renováveis, mas o mesmo relatório indica aumentos absurdos no consumo de gasolina
(aumento de 1266%) e de Diesel (aumento de 406%) entre 2009 e 2010. Isto não revela
uma inconsistência na afirmação do presidente?
O consumo de gasolina e diesel representa uma pequena parte da nossa matriz energética,
composta significativamente por energia hidrelétrica, cavaco de madeira e óleo pesado.
Mesmo com o aumento de gasolina e óleo diesel, em função do aumento da produção e
transportes, essas fontes impactam pouco a matriz que se mantém majoritariamente
renovável.
7- Vi que as operações de nióbios e fosfatos foram mesmo desvinculadas. O que
aconteceu com elas? O que aconteceu com os empregados dessas empresas?
As empresas foram desvinculadas para serem preparadas para venda, não ocorrendo nada
fora do normal com os empregados. Podemos lhe informar o que escreveremos no relatório
2011: que nesse ano o Grupo Anglo American reavaliou esses negócios e decidiu não mais
vendê-los. As empresas continuam como negócios de fosfato e nióbio, administrados
separadamente da Unidade de Negócio Níquel.
8- Quando vocês irão cumprir a obrigação legal de atender os deficientes físicos? Vocês já
foram multados, mas não apresentaram ainda resultados efetivos.
A dificuldade de conseguir isso é unir a necessidade de recursos humanos capacitados
para as funções que se apresentam. Temos buscado, como muitas das empresas do Brasil,
capacitar deficientes físicos para exercer funções diversificadas dentro da companhia, mas
isso é um processo de médio prazo, reconhecido inclusive pela promotoria. Estamos
revertendo recursos para unidades de capacitação e inclusão profissional de deficientes
físicos nas localidades que operamos.
9- Para construir a Matriz de Materialidade vocês afirmam (Pg 25) que contataram 85
fornecedores e apenas nove responderam e dos cinco clientes ninguém respondeu. A
Anglo American está sofrendo uma crise de credibilidade junto aos públicos de interesse ?
A pesquisa foi realizada via internet através de email, sem outras formas de incentivo a
resposta, como contatos telefônicos ou reuniões presenciais. Nesse contexto, apesar de
não considerarmos satisfatório o retorno alcançado, ele reflete o método aplicado. Estamos
atentos ao ponto para buscar novas formas de interação com nossos stakeholders na
construção de nosso Relatório.
10- Vimos como importante o parecer externo vindo de acadêmicos. Parabéns pela
iniciativa. Isto sim é uma verificação externa, contadores fantasiados de pseudo-auditores
de relatórios de sustentabilidade.
Obrigado. Tivemos um bom retorno referente a essa iniciativa e a meta agora é incorporar
as recomendações desse comitê para o relatório 2011.
11- Dos 166 dispensados em 2010, quantos foram de aposentadoria ? Pergunto isto pois
noto que o emprego mesmo acorreu somente em Barro Alto, mas houve desemprego em
outras unidades.
Em 2010 oito empregados se aposentaram, os demais foram desligados. Uma das razões
foi a reestruturação do negócio, agora focado apenas no níquel, que gerou alguns
desligamentos.
12- Dos 715 empregados de Barro Alto, quantos são da comunidade?
Percentagem de moradores de Barro Alto com base no quadro até dez 2010:
82,1% do Estado de Goiás;
76,3% de Barro Alto e região
34,8% só de Barro Alto.
“Região de Barro Alto”: Alto Horizonte, Barro Alto, Campinorte, Crixás, Goianésia, Ipiranga,
Mara Rosa, Niquelândia, Nova Iguaçu e Uruaçu.
13- Sobre a oficina de materialidade, vocês convidaram todos os empregados para
participar. Quantos realmente participaram? Os resultados foram melhores do que com
fornecedores e clientes.
Não foram convidados todos os empregados e sim representantes de áreas diferentes e
nível de função. A abordagem foi de grupo focal e não pesquisa individual. Foram três
grupos, um por unidade (Barro Alto, Niquelândia e São Paulo) atingindo 24 pessoas.
14- Por que somente 22% dos empregados recebem uma análise de desempenho?
Todos os empregados são avaliados, porém somente os empregados graduados (de
analistas a diretores) possuem um contrato de desempenho individualizado, além de um
plano individual de desenvolvimento.
15- Qual o índice da pesquisa de clima organizacional da empresa ?
Foram feitas várias pesquisas de clima formais ao longo dos anos e ações foram tomadas
frente às questões levantadas. Está prevista uma nova rodada para 2012.
16- O que aconteceu em Barro Alto para que os acidentes subissem de uma taxa de
gravidade de 2,00 em 2009 para 20,88 para 2010?
No período tivemos um aumento na quantidade de profissionais trabalhando e na
complexidade das atividades desempenhadas.
O Projeto Barro Alto foi concluído com uma taxa de frequência de acidentes com
afastamento de 0,03 e estivemos atentos a variações durante todo o seu andamento,
agindo com ações corretivas quando necessário.
Barro Alto foi destaque em termos de segurança, alcançando a marca de 37 milhões de
homens-hora trabalhada sem fatalidades. Ao longo da construção, mais de 26 mil
trabalhadores passaram pelo projeto.
Recebemos diversos prêmios em 2011 destacando a excelência de Barro Alto por seu
desempenho em segurança:
- Aplausos (reconhecimento global do Grupo Anglo American pelo desempenho
excepcional em segurança)
- 1º Prêmio Dupont (reconhecimento pela excelência da implementação da gestão de
saúde e segurança no Projeto Barro Alto)
- Prêmio Proteção Brasil 2011. (Conquistado com o case ‘Metodologia de Gerenciamento
de Risco: Um dos Fatores de Sucesso na Busca pela Visão Zero Lesão’)
17- Os investimentos Social Privado estão em quedas constantes desde 2008, apesar dos
planos de expansão da empresa. Vocês possuem previsão de aumentar esses valores para
2011 ?
Os primeiros investimentos foram maiores em infraestrutura para melhorar de forma básica
as condições de Barro Alto para que as pessoas viessem se instalar no município. Agora
nossos projetos são mais focados em empreendedorismo e empoderamento da sociedade
civil, sejam adolescentes, funcionários públicos, produtores rurais ou donas de casa.
Em 2011 mais de R$ 2 milhões foram destinados a projetos sociais não relacionados a
infraestrutura, o que pode ser considerado um valor importante para uma cidade de 8 mil
habitantes. Com certeza continuaremos a investir em projetos de qualidade e
sustentabilidade, mas isso está relacionado às demandas e ao ritmo que os projetos
precisam para se estabelecer.
18- Quais são os principais problemas relatados na comunidade nos fóruns que vocês
promovem? Qual o impacto da empresa nessas reclamações ?
Ao longo dos 11 fóruns que já promovemos, tanto em Barro Alto como Niquelândia,
observamos a evolução dos questionamentos. Onde a relação é mais amadurecida as
expectativas são relacionadas à geração de renda local, educação e redução de violência.
Já nas comunidades de relacionamento mais recente, a demanda variou entre pedidos de
doações, compras locais e programas de capacitação. Temos buscado atender a todos os
tipos de demandas por meio de projetos alinhados a nossas políticas, principalmente em
relação à educação e saúde com a perspectiva de se tornarem independentes com o tempo.
19- Vocês citam na página 50 que o engajamento interno ainda é um desafio. Vocês
poderiam explicitar qual o real desafio para internalizar esta percepção nos empregados?
O desafio passa pela conscientização das outras áreas da empresa sobre as questões
socioambientais que envolvem nosso negócio e seus stakeholders e o papel de cada um
em fazer a diferença nessas questões.
Vemos que esse desafio está presente em todos os segmentos do mercado e esforços
devem ser empreendidos nessa direção, tanto no âmbito das empresas, como a Anglo
American, até em eventos como Cop17 ou mesmo Rio +20.
20- Por que o uso de energia renovável está em queda constante desde 2008 e as energias
não renováveis estão aumentando ?
Desde 2008 estamos medindo melhor nosso consumo energético e temos aumentado o
consumo de óleo diesel, sobretudo em transporte, e óleo pesado com o aumento de
produção. Isto deve aumentar ainda mais com entrada da produção de Barro Alto, que por
questões técnicas ainda não utiliza cavaco, mas carvão mineral. A Codemin é a única
empresa de ferroníquel no mundo que usa um redutor renovável.
21- Qual o perfil dos participantes dos fóruns de intercâmbio realizado pela empresa e qual
o número de presentes em média?
Temos representantes das mais variadas instituições da cidade: associações de produtores
rurais, educadores, políticos, comércio, igrejas, sindicatos, imprensa, etc. e a população em
geral. Temos em media a participação de 100 a 150 pessoas.
22- Vocês poderiam deixar mais claro como vocês auditam os fornecedores frente as
políticas de desenvolvimento sustentável da empresa ?
A auditoria de fornecedores é coordenada pela área de desenvolvimento sustentável em
suprimentos, utilizando protocolos globais da companhia, baseados em diretrizes de
sustentabilidade. São aplicados desde fornecedores globais a prestadores de serviços
locais. Trata-se de um procedimento que queremos melhorar cada vez mais, fazendo com
que tanto grandes como pequenos fornecedores evoluam nestas questões.
quero que vc veja meu video p vc ver o prejuizo que este tubo me deu tenho certeza que os dono jamais esta sabendo o que o minero fez comigo meu video sesa assim {CLAUDENIR VACA} no yutoube estou com divida ja procurei macarrão neilon patricia tiago e outros mais ninguem deu jeito
ResponderExcluirOlá Seu Claudenir....
ResponderExcluirObrigado por ler o nosso blog.
Fui ver o seu vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=41uXcwWWnRo), mas não entendi direito o que aconteceu.
O que a Anglo American tem a ver com a sua vaca ?
Você poderia explicar melhor ?
Roberto Leite