quarta-feira, 11 de abril de 2012

P&G. Ah nós pegamos.



Olá Amigos,

Como dissemos no post anterior, acredito que pegamos a P&G.

Registramos aqui com muita tristeza a resposta que recebemos desta importante empresa chamada P&G.

A P&G utiliza as diretrizes e indicadores do GRI em todos os seus materiais. A companhia ajudou a desenvolver o GRI desde o seu início e foi uma das primeiras empresas a usar a versão inicial do GRI lançada em 1999. Desde então todos os seus relatóhhrios são elaborados usando a base os diretrizes e indicadores do GRI. A companhia esclarece que o uso do GRI é voluntário e lembra que esses consistem em orientações, ou seja, são um guia de diretrizes e não um conjunto de regras obrigatórias. A P&G segue as orientações sugeridas pelo GRI, incluindo os indicadores que que considera relavantes dentro da sua realidade de negócios e atuação global. No relatório de sustentabilidade da P&G, a empresa deixa claro quais os indicadores que não são reportados e ainda inclui dados que são únicos para a companhia.

Atenciosamente,
Ana Paula Telles
Gerente de atendimento.

Ao ler esta resposta, notamos que a empresa não se interessou em responder aos nossos questionamentos. Assim, com base nessas afirmações a equipe do TLS resolveu interpretar as entrelinhas destas frases da seguinte forma:

1- A empresa não possui respostas aos nossos questionamentos e por isto se esquiva desta maneira, destratando os consumidores interessados em consumir seus produtos de maneira sustentável

2- Para nós seria motivo de vergonha admitir que a empresa ajudou a construir o GRI e apresentar depois de mais de 10 anos um relatório tão fraco de conteúdo.

3- Sabemos que o report do GRI é voluntário, por isto nenhuma empresa é obrigada a faze-lo mas se pretende fazer, que faça bem feito.

4- Um erro absurdo desta resposta é a frase em que a empresa só apresenta indicadores que ela acha relevante no seu relatório. Isto é um erro absurdo, pois um relatório de sustentabilidade deve reportar os indicadores que interessam seus stakeholders e não a empresa. Assim é muito fácil falar só o que interessa. Isto revela uma fragilidade de transparência enorme. Notamos o quanto esta empresa está despreparada para atender as questões de sustentabilidade do século XXI. Deprimente.



Ah... Como recebemos entre os dias 16 e 22 de março 9 visitas da cidade de Cincinnati orindos do servidor da P&G, segue este mesmo posicionamento em Inglês para que os administrados americanos possam compreender melhor as nossas considerações, visto que são "monoglotas" em sua forma de comunicação.




P&G. Ah, we caught you


Hello friends,
As we said on the last post I think we might have caught P&G.
We, very sadly, register here the reply that we got from this important Company named P&G.

P&G uses the GRI´s  guidelines and indicators in all of its materials.
The Company helped to develop the GRI since the beginning and was one of the firsts to use the initial version  of the GRI released on 1999.
Since then all of its reports are formulated based on the grounds of the GRI´s guidelines and indicators.
The Company clarify that the use of the GRI is optional and recalls that this is a orientation, meaning that they are only guidelines and not a group of mandatory rules. P&G follows the suggested directions of the GRI, including the indicators that P&G considers relevant
inside its reality of business and global presence. In the P&G´s sustainability report the Company make it clear which indicators are not reported and even include facts that are unique for the Company.

Kind Regards,
Ana Paula Telles
Service Manager

Reading this answer we can note that the Company wasn’t interested in answering our inquiries. Therefore, basing on this statements the TLS team decided to read between the lines as it follows:

1 – The Company doesn’t have answers for our inquires and, because of that, evades this way, training the costumers who wants to consume your products on a sustainable way.

2 – For us it would be a reason of shame to admit that the Company helped to build the GRI and to present, 10 years later, a weak and meaninglessness report.

3 – We know that the GRI reports is optional and none of the companies are required to make it, but if you put effort on doing it, so do it right.

4 – The biggest mistake on this report is the phrase “the company presents the indicators that P&G considers relevant”. Its irrational because a sustainability report should be about the stakeholders interests and not the company’s. This way is easy to talk about only what is convenient. This reveals a huge weakness and lack of transparence.

After all we can see how much this company is unprepared to deal with the sustainability points of the 21th century. This is depressing.

Ah..  Since we got 09 visits between the 16th and the 22th of march from a P&G provider in Cincinnati here it is the same post in English so the P&G businessmen in the USA can comprehend our considerations, once they are monoglots on their way of speaking.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

International Paper. Possuía muitos dados interessantes que não foram reportados adequadamente.

Olá amigos.
Esta semana publicamos as respostas encaminhadas pela International Paper (IP).
Primeiramente agradecemos a atenção da empresa em nos responder por meio de um atendimento direto e franco.
Sobre as respostas, notamos que a IP ainda está num estagio embrionário sobre a gestão da sustentabilidade se comparamos com seus concorrentes no mercado de celulose.
Ao ler as respostas, notamos o volume de dados que poderiam ser reportados no relatório, mas que só foram obtidos quando questionamos.
Não sabemos se foi falta de experiência em reportar informações em relatórios de sustentabilidade por parte da empresa ou propositalmente uma forma de gestão mais opaca que transparente.
Mesmo assim ficamos satisfeitos com as respostas e o intesse da empresa em defender seus posicionamentos, podemos até não concordar, mas é no ambiente controverso que todo mundo cresce.
Esperamos um relatório melhor no próximo ano, com a participação mais próxima da sociedade, mais detalhes e dados nas informações, menos frases chavões e de efeito e mais investimentos no campo social, pois os valor apresentado em 2010 foram muito baixos se comparado a seu histórico.

Segue as respostas da empresa.

Boa leitura a todos.

1-           Por que o relatório de vocês não apresentou uma verificação externa?
Por ter sido o nosso primeiro relatório de sustentabilidade modelo GRI, a empresa optou por não realizar a verificação externa, pois necessita estruturar o processo de construção do documento no formato solicitado pela GRI.
No índice do relatório, página 106 foi informado o motivo pelo qual, neste primeiro relatório modelo GRI, o item 3.13 não foi atendido.
2- Por que os temas significativos para construção do relatório foram feitas somente com 40 interlocutores de dentro da empresa? Vocês não acreditam que esta forma de trabalho apresenta uma visão parcial de um processo de gestão da sustentabilidade? Vocês afirmam que as consultas diretas serão feitas no futuro, mas o futuro é quando?
Por se tratar do primeiro relatório de sustentabilidade modelo GRI, a empresa optou por não fazer à consulta direta as partes interessadas. O processo de construção do relatório gerou autoconhecimento para toda a organização e a empresa concluiu que necessita se estruturar melhor para que esta etapa ocorra de acordo com o protocolo da GRI.
A GRI permite um avanço gradativo em relação à consulta as partes interessadas, pois entende a complexidade do tema para as organizações. Já no segundo relatório da empresa (2011), será publicado o resultado da primeira consulta direta on line realizada com os vários públicos de interesse  - desde clientes, governo, associações, ONGs, sindicatos, até universidades, imprensa e os próprios profissionais.
Mais de 1.400 pessoas foram convidadas a participar da consulta para o Relatório de Sustentabilidade de 2011 e a selecionar, entre 34 temas da GRI, aqueles considerados mais relevantes para constarem na publicação. Foram registradas 204 respostas ao questionário online, o que possibilitou à empresa identificar os grupos de indicadores a serem priorizados no relatório.
Também no próximo relatório divulgaremos o  novo modelo de engajamento integrado que será adotado pela empresa.
3- Vocês afirmam que promovem constantemente ações de engajamento com as partes interessadas e ao mesmo tempo afirmam que não possui um processo unificado para mapear e priorizar as iniciativas de engajamento. Isto não soa contraditório? Como vocês afirmam que desenvolvem ações e depois revelam que não possuem gestão sobre isto? Como isto pode realmente ser efetivo?
A empresa desenvolve diversas ações de engajamento conduzidas por diferentes áreas da organização e faz, sim, gestão efetiva sobre elas. Entretanto, essas ações são realizadas de forma não integrada, pelas áreas respectivas, e a empresa acredita que uma gestão integrada atenderia melhor e de forma mais eficaz às expectativas das diferentes partes interessadas.
4- No relacionamento com as comunidades, vocês afirmam que desenvolvem ações diárias e anuais, mas o que é diário e o que é anual neste relacionamento?
Na planilha apresentada na página oito e nove do relatório, evidenciamos as diferentes regularidades de cada ação mencionada. As ações de engajamento da área de responsabilidade social corporativa & sustentabilidade, por exemplo, possuem desde regularidade diária (tal como o Projeto Formare) até regularidade anual (Projeto Cidade do Livro). A empresa recebe também visitas mensais da comunidade local nas unidades fabris. Outros exemplos que podemos citar são as ações com Governo e associações empresariais, nas quais a empresa participa mensalmente de fóruns e comitês.
5- A fala do presidente no seu primeiro parágrafo diz que a relação com o meio ambiente e com a sociedade está na essência de atuação da empresa, no entanto, não encontramos dados concretos que efetivamente comprovem esta essência. vocês poderiam provar esta afirmação ? Pergunto isto pois ao confrontar esta afirmação com o resumo de objetivos e metas de 2011, os aspectos sociais e ambientais não estão claramente apresentados. COmo o presidente afirma algo que não está presente diretamente nas metas da empresa. Isto não revela um discurso vazio?
A International Paper é uma empresa centenária e global, que se orgulha em manter altos padrões de gestão em todas as regiões em que faz negócios. Entendemos que os aspectos sociais (pessoas) e ambientais englobam variáveis mais amplas, que incluem o relacionamento com todos os nossos públicos de interesse internos e externos. Questões como: ética nos negócios, qualidade no ambiente de trabalho, desenvolvimento de nossos profissionais, ações sociais nas comunidades e certificações ambientais, dentre outros, são parte integrante deste mosaico.
Alguns exemplos da concretude desta atuação podem ser constatados como segue: a IP tem sido considerada por seis anos consecutivos como uma das empresas mais éticas do mundo, e a mais ética em seu setor, pelo Instituto Ethisphere; a empresa é a primeira na América Latina a obter a certificação EcoLabel – Flower, que confirma a sustentabilidade de suas práticas e de seus produtos; possui certificações ambientais diversas, incluindo FSC e CERFLOR, para sua cadeia de custódia, ISOs; e tem sido considerada uma das melhores empresas para se trabalhar e também para se iniciar carreira pelas revistas Exame e Você S.A.
No que se refere às metas da companhia, trabalhamos com as várias frentes de desenvolvimento sustentável, indo além do aspecto econômico (claramente exposto em algumas das metas da companhia para 2011) e trabalhando com ações nas frentes ‘meio ambiente’ e ‘pessoas’.
Podemos observar esses aspectos nas quatro seguintes metas gerais da companhia em 2011 (página 13):
7) Trabalhar o engajamento interno e, como consequência, ser considerada uma das "Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil".
8) Aumentar a participação dos profissionais e melhorar a qualidade do Plano de Desenvolvimento e Performance (Road Map Process).
9) Finalizar e publicar o 1º Relatório GRI (Global Report Initiative) da IP Brasil.
Observação: O próprio relatório é uma mostra de que a companhia vem trabalhando em um processo de melhoria contínua que inclui não só a busca pela excelência operacional, mas também o aprimoramento do relacionamento com a comunidade e em suas ações ambientais.
10) Manter excelentes índices de saúde e segurança do trabalho.
Além disso, é necessário mencionar que em complementação e alinhada às metas gerais Companhia, as áreas específicas (incluindo fábricas e áreas corporativas) definem suas próprias metas e desafios, que estão vinculadas à estratégia da companhia no curto, médio e longo prazos, sendo os seus executivos e profissionais são avaliados e têm parte de sua remuneração atrelada ao desempenho no cumprimento de tais metas. Metas vinculadas ao meio ambiente e relação com a sociedade estão obrigatoriamente presentes nas metas das fábricas, diretorias Industrial, Assuntos Corporativos, Florestal, RH, dentre outras.  
6- Por que a empresa possui só uma fábrica com certificação ISO 14000? A empresa não possui uma gestão ambiental integrada ao ponto de aplicar esta certificação em todas as plantas?
No momento de publicação do relatório, a fábrica de MG estava em fase de implantação da ISO 14001 que ocorreu em novembro de 2011. A unidade de Luiz Antônio e a unidade Florestal também são certificadas ISO 14001.
A fabrica de papel em Três Lagoas está localizada em um site integrado com uma empresa de celulose que é responsável pelo gerenciamento ambiental da planta e é certificada ISO 14001.
7- Vocês afirmam que a razão de vocês existirem é para "melhorar a vida das pessoas". Vocês poderiam deixar mais claro como uma indústria de celulose pode efetivamente melhorar a vida das pessoas tendo como varíável os impactos sociais e ambientais deste tipo de indústria? O saldo é positivo ao ponto de melhorar a vida das pessoas?
Podemos explicar essa afirmação destacando duas frentes, que seguem abaixo.
Impactos sociais:
- Geramos renda e emprego para centenas de pessoas, direta e indiretamente, contribuindo para a economia local. Além disso, quando se trata de aquisições de bens ou serviços de pequeno porte, a empresa opta por fornecedores próximos aos lugares em que opera. Como o próprio relatório traz, mais de 70% dos bens e serviços usados pela empresa são adquiridos nos próprios estados em que são realizadas as operações da IP no Brasil. Isto sem contar os impostos recolhidos nas cidades onde suas fábricas estão localizadas.
- Nosso produto, o papel não revestido para imprimir e escrever – está diretamente relacionado com o dia a dia das pessoas, desde ao nascimento, com a certidão de nascimento, até no trabalho diário. Além disso, o papel é o produto mais utilizado no processo de educação das pessoas, por meio da produção de livros, cadernos e materiais de apoio. Não se imagina como o mundo poderia ter chegado ao estágio evolutivo em que se encontra, sem a existência do papel.
Impactos ambientais:
- Com a adoção das práticas de manejo florestal sustentável a empresa consegue produzir não somente a madeira de sua floresta, mas também outros produtos florestais, tal como o mel, produzido por meio de parcerias com cooperativas locais contribuindo para o desenvolvimento regional.
- Para cada três hectares de eucalipto a empresa preserva um hectare de mata nativa. Estas paisagens florestais, que harmonizam florestas produtivas e de conservação, produzem serviços ambientais, como conservação do solo, da água e da biodiversidade.
- A empresa fomenta padrões de responsabilidade social na cadeia por meio da criação e adoção de políticas e auditorias para aquisição de madeira que não permite, por exemplo, a compra de madeira de fontes controversas, como por exemplo aquelas provenientes de plantios realizados em áreas de preservação permanente.
8- Vocês afirmam na página 23 que a IP que por mais de 110 anos a empresa desenvolve seu negócio de forma sustentável. Fiquei realmente interessado nesta afirmação. Vocês poderiam me dizer como a empresa trabalhava de forma sustentável no início do século XX? Como era o manejo de árvores e o descarte de despejos industriais no início do século XX pela empresa? Como os empregados da IP eram tratados no início do século XX ? Como as comunidades eram ouvidas pela IP no início do século XX. Realmente uma gestão sustentável no início do Século XX entre a primeira e segunda guerra mundial é um avanço histórico. Vocês poderiam apresentar dados que comprove esta afirmação ?
Assim como o próprio conceito de sustentabilidade prega (de sempre buscar o desenvolvimento contínuo), a International Paper, ao longo dos anos, vem aprimorando seus processos de produção e também seu relacionamento com as diferentes partes interessadas. Não podemos comparar um processo aplicado no início do século XX com os parâmetros aplicados nos dias atuais. Por esta razão, agradecemos o questionamento e avaliaremos a melhor contextualização desta afirmação nas  publicações futuras.
9- Vocês afirmam que o interessante das florestas plantadas é que elas melhoram a qualidade do ar por meio da captura de CO2. Mas isto não acontece com qualquer floresta ? Isto não seria tão redundante quanto dizer que o seu óleo de soja não tem colesterol ? Qual o real diferencial ambiental de uma floresta plantada frente uma natural ?
Sobre a melhoria da qualidade do ar
As florestas, sejam elas naturais ou plantadas, proporcionam melhoria da qualidade do ar pela absorção do CO2 e liberação de oxigênio no processo fotossintético. Por produzirem uma significativa produção de biomassa por unidade de área, as florestas plantadas contribuem para a formação de estoques naturais de carbono, sendo uma das melhores alternativas de uso da terra para aliviar o problema do aquecimento global. Outra forma de contribuição das florestas plantadas para a redução dos níveis de poluição seria pela retenção de material particulado em sua parte aérea (deposição de poeira), assim como também ocorre com as florestas naturais.
Sobre a diferença ambiental da floresta natural e plantada
As florestas plantadas não substituem, em hipótese alguma, os valores e os serviços propiciados pelas florestas naturais. No entanto, a adoção de práticas de manejo florestal sustentável em empreendimentos florestais pressupõe que o escopo do manejo recaia sobre a paisagem florestal, a qual então seria constituída de um mosaico entre florestas plantadas e florestas naturais permitindo que uma determinada área produza não somente como produto florestal a madeira, mas possibilite a extração de produtos florestais não madeireiros, a exemplo do mel, bem como ofereça uma gama de serviços ambientais inerentes a conservação do solo, da água e da biodiversidade.
10- Vocês afirmam que cultivam eucaliptos em terras anteriormente degradadas, mas pela experiência de vocês o que levou essas terras a ficarem degradadas?
A empresa cultiva eucaliptos em áreas anteriormente ocupadas pela agricultura e pecuária e que não estavam necessariamente degradadas. O termo “terras anteriormente degradadas ”não foi corretamente empregado e será substituído nas futuras publicações.
11- Vocês poderiam defender melhor a tese de que plantar florestas deveria ser um mecanismo de desenvolvimento limpo? Isto a primeira vista soa como uma insanidade ou manobra corporativa para se obter algum incentivo econômico frente a um processo natural. Vocês podem provar como uma floresta é um mecanismo de desenvolvimento limpo ????? Uma árvore não é algo natural? O que o homem pode influenciar neste processo?
A ONU já considera as florestas plantadas dentro das metodologias de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Existem dez metodologias de projetos de grande escala aprovadas pela ONU para projetos de florestamento e reflorestamento no âmbito do MDL.  Entre elas destaca-se a AR-AM0005 que trata do plantio de florestas para uso industrial e/ou comercial. Até o momento, as perspectivas reais para o desenvolvimento de projetos de MDL florestal são limitadas em face da rigidez das regras estabelecidas e à insegurança do mercado quanto à opção por esse tipo de projeto.
12- Vocês citam na página 26 os impactos sociais positivos da indústria de celulose, mas não apresentam os impactos sociais negativos. Vocês poderiam apresentar esses dados de modo que possamos avaliar o saldo e ver se a atividade realmente é positiva para a sociedade?
Os impactos sociais negativos estão evidenciados por todo o relatório, tal como os indicadores relacionados às emissões gasosas, consumo de água e geração de efluentes líquidos entre outros.
Páginas: 64, 65, 66, 67, 68, 69,70, 71 e 72.
13- Vocês afirmam que o Instituto International Paper "mobiliza e engaja a comunidade (...) a realizar programas com o objetivo de fortalecer a consciência socioambiental de crianças e jovens e fomentar o desenvolvimento sustentável da comunidade". Vocês poderiam provar esta afirmação? O que é engajamento para IP e como isto se revela na prática? QUais os resultados dessas ações  ?
No total, o Instituto International Paper (IIP) possui projetos que beneficiam por ano diretamente cerca de 26 mil pessoas. O Instituto está em operação há quatro anos, porém, alguns projetos de responsabilidade socioambiental da IP possuem mais de 36 anos de existência, como o Projeto EducAção Socioambiental, que acontece na região de Mogi Guaçu. Cada projeto passa por avaliação para que receba o investimento da companhia, sendo adotadas métricas para o desenvolvimento de cada ação. Os resultados das ações vão desde a redução do consumo de água até a obtenção do primeiro emprego para jovens em vulnerabilidade social.
Seguem alguns exemplos dos resultados obtidos:
·                     A Escola Formare, projeto que acontece desde 2010, sendo que iniciará sua terceira turma em Mogi Guaçu e está em sua primeira turma em Luiz Antonio, cidades as quais a IP possui fábricas. Este ano, formou 40 alunos que receberam certificado reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e emitido pela Universidade Federal de Ensino Tecnológico do Paraná.  O projeto oferece cursos de educação profissional ou ensino profissionalizante para estudantes de famílias de baixa renda. O objetivo é preparar os jovens para o mercado de trabalho, apresentando uma oportunidade de crescimento profissional que colabore na busca do primeiro emprego. Somente da primeira turma, formada em 2011, 70% dos estudantes foram contratos por empresas da região e pela International Paper.
·                     O Programa de Educação Ambiental (PEA) é realizado há 19 anos em parceria com as Secretarias de Educação e Diretorias de Ensino. O programa atende,aproximadamente 6 mil crianças e jovens por ano nas regiões em que a empresa atua. Em 2011, foi realizado com alunos das 3ª e 4ª séries do ensino fundamental e 6º ao 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de 28 municípios das regiões de Mogi Guaçu e Luiz Antonio.
·                     Patrocinado pela IP, o projeto “Os Guardiões da Biosfera”, iniciado em 2005, é uma série de filmes de animação desenvolvidos especialmente para crianças de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental com o objetivo de levar conhecimento sobre as características da fauna e flora brasileira, sensibilizando educadores e alunos sobre a importância da conservação ambiental e do respeito à natureza.  Em 2011, os Guardiões da Biosfera participaram da Mostra “Sua Mata, Sua Casa”, exposição criada pela Fundação SOS Mata Atlântica em comemoração a seus 25 anos. 
·                     Projeto EducAção Socioambiental, que une ações educacionais e socioambientais por meio do Concurso de Redação, do Concurso Literário e a Conservação Ambiental, no qual as escolas levam seus alunos para realizar o plantio de 3 mil mudas nativas em dois locais das cidades de Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Estiva Gerbi.
·                     O projeto “Os Guardiões das Águas”, com foco na educação para o consumo consciente de água, é destinado a estudantes e gestoras do lar do município. Em 2011, o programa obteve 1009 participantes, sendo 45 educadores e 964 alunos. Por meio desta ação, 1000 mudas nativas foram plantas e cerca de 625 mil litros de água foram economizados.
·                     O projeto “Coleta Seletiva Solidária” tem como meta a geração de renda, qualidade de vida e conservação ambiental, por meio da destinação correta dos resíduos sólidos. Com trabalhos desenvolvidos, 26 catadores de materiais recicláveis foram capacitados.
·                     O projeto “Guardiões do Verde” tem três anos de atividade e  visa dar oportunidade para adolescentes em vulnerabilidade social, para a sua inserção no mercado de trabalho ou geração de sua própria renda por meio da capacitação para atividade de viveirista. Em 2011 foram capacitados 77 jovens e a produção de mudas ultrapassou 69 mil unidades.
·                     O mais novo projeto da região é o “Apicultura Solidária”, que teve início em 2011 e visa o uso múltiplo das florestas de Eucalipto, priorizando o desenvolvimento socioambiental nas áreas de atuação da IP, além de geração de renda para apicultores locais. Por meio dele, associação de apicultores utiliza as florestas plantadas para produção de mel. No primeiro ano do projeto, mais de 1.2 tonelada de mel foi produzido.
·                     Na região de Três Lagoas realizamos o projeto Cidade do Livro Itinerante. O projeto consiste num conjunto de atividades educativas que possibilitam a interação dos participantes com o universo dos livros e visa incentivar o prazer pela leitura, auxiliando no desenvolvimento da competência leitora e conscientizando quanto à importância do livro nas diversas práticas sociais de leitura. Ao final da ação, 6.132 crianças foram impactadas.
·                     Na região também é realizado o “Projeto Nascente”, Em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura do município, o projeto busca desenvolver a conscientização ambiental e a importância da conservação dos mananciais e suas nascentes, trabalhando com um público de 435 beneficiados entre alunos, educadores e familiares. Como resultado, o projeto conseguiu recuperar 3620m² de mata ciliar do Córrego Oriundiuva e do Córrego Vertente.
14- Qual o grau de liberdade que os empregados possuem para participar do café com o presidente da empresa? Existe uma moderação prévia das perguntas? Existe algum instrumento de edição ou censura na relação do presidente com o empregado, ou todos são livres para perguntar e discutir questões de qualquer natureza com a liderança?
A lista de participantes do Bate-Papo é definida de duas formas:
1º - Os profissionais de todas as unidades da IP que enviaram suas perguntas para o Bate-Papo com o Presidente (programa de TV da IP), entram automaticamente na lista de convidados dos cafés com o presidente (PRES Café).
2º - Além disso, quando a lista não é suficiente, a área de Comunicação Interna solicita indicações para os gerentes. Eles por sua vez, convidam os profissionais que possuem uma boa performance na empresa.
Não existe nenhuma moderação prévia das perguntas. Os profissionais são livres para elaborarem seus questionamentos. Além disso, são estimulados para que o façam.
Também não existem instrumentos de edição ou censura. Qualquer profissional, de qualquer área, de qualquer nível hierárquico pode (e deve) discutir os mais variados assuntos com os seus gestores.
15- Houve alguma reestruturação na empresa entre 2009 e 2010 para o número de lideranças cair tanto entre esses anos?
De acordo com o gráfico na página 35, houve um aumento absoluto no número de lideres entre 2009 (127 pessoas) e 2010 (129 pessoas). Também observamos um aumento proporcional entre o número de profissionais em posição de liderança e o número total de profissionais.
16- Por que a taxa de rotatividade é tão alta na cidade de São Paulo? A empresa não apresenta condições competitivas para reter talentos e locais de alta oferta de emprego como SP?
O Brasil vive um momento de ‘guerra por talentos’ e São Paulo, conforme colocado no questionamento, é um dos mercados mais competitivos, com inúmeras opções de carreira para os profissionais. Por essa razão, a rotatividade na International Paper tende a ser um pouco maior. Para reter nossos talentos, temos trabalhado em várias frentes de benefícios, como acompanhamento de carreira pelo que chamamos de Plano de Desenvolvimento de Performance, recrutamentos internos, além de uma política de bônus e premiações de acordo com o desempenho dos profissionais - incluindo aqui o Programa de Participação de Resultados (PPR).
Gostaríamos de reforçar que a International Paper no Brasil  possui uma das menores taxas de rotatividade do setor de papel e celulose e do mercado em geral. Nossa taxa média de rotatividade em 2010 foi de 8,29% (todas as unidades), sendo que a taxa média do setor é de 13% (de acordo com dados de mercado e de acordo com pesquisa “As 150 melhores empresas para se trabalhar), das revistas Exame e Você SA.
 17- Por que a proporção do menor salário pago pela empresa e o salário mínimo está caindo tanto de 2008 para 2010? Existe uma política de arrocho salarial por parte da empresa?
Nos últimos anos, tanto o governo Federal quanto o Estadual, implantaram políticas específicas de correção do Salário Mínimo Nacional e Salário Mínimo Estadual, de forma a buscar a recomposição do poder aquisitivo dos trabalhadores abrangidos por esse indexador, aplicando uma fórmula de reajustes bem acima da inflação apurada. 
Quanto às correções salariais aplicadas nos acordos coletivos da empresa, a empresa tem acompanhado as tendências do mercado do setor papeleiro e também dos demais setores produtivos, aplicando reajustes salariais acima da inflação e garantindo aumentos reais de salário.
Além das correções previstas em acordo coletivo, a empresa também possui políticas específicas de reconhecimento, recompensando seus profissionais por desempenho individual (mérito, promoções etc.) e coletivamente, nos Programas de Participação de Resultados.
A empresa também tem investido em benefícios, implantando novidades, atualizando os benefícios já oferecidos, mantendo a competitividade, garantindo a satisfação de seus profissionais, visando o desenvolvimento e retenção desses profissionais.   
18- Por que a média de horas de treinamento da empresa estão caindo tanto deste 2008? Qual a razão desta falta de investimento em capacitação dos empregados ?
Em 2008, tivemos a incorporação de uma nova unidade industrial (unidade de Três Lagoas / MS) que reflete uma necessidade maior de treinamentos, não sendo possível neste contexto um parâmetro de comparação em relação aos anos posteriores.
De 2009 para 2010, passamos por um processo de reestruturação nos programas de capacitação e desenvolvimento e houve uma diminuição nas horas de treinamento realizadas. Este fato não traduz uma postura da empresa em falta de investimento nos profissionais, pelo contrário, a reestruturação visa a melhoria da qualidade dos treinamentos e maior eficiência e eficácia das ações desenvolvidas para os diferentes públicos.
19- Por que a taxa de lesões com afastamento subiram tanto de 2009 para 2010 na área de divisão florestal? Por que este retrocesso nos indicadores?
Nossos indicadores de número de acidentes de 2009 para 2010 para a IP Brasil caíram em todas as nossas unidades fabris e somente na área florestal tiveram acréscimo, o qual foi novamente retornado para melhores patamares em 2011. Aproximadamente 70% dos acidentes possuem como base o comportamento inseguro, e em 2010 novos profissionais foram contratados para a Unidade Florestal, o que afetou o aculturamento à filosofia de “segurança como um valor”, difundida pela International Paper. Isso contribuiu para o aumento nos índices de acidentes.
20- Qual a razão da taxa de absenteísmo subir tanto de 2008 para 2010? Isto não pode ser indício de desmotivação dos empregados para com a empresa?
Conceitualmente, o absenteísmo é a frequência ou duração de tempo de trabalho perdido quando os profissionais não vão ao trabalho o que inclui, por exemplo, afastamento por motivo de saúde e licença maternidade. A empresa acredita que aumento de 2,35% no número de absenteísmo não corresponde a uma desmotivação dos profissionais, já que a empresa possui ferramentas e pesquisas para medir a satisfação dos profissionais e promover ações de melhoria contínua.
21- Vocês possuem pesquisa de clima organizacional? Quais foram os resultados dos últimos 3 anos ?
A International Paper aplica bienalmente a pesquisa de Engajamento. A metodologia usada é a Q12 – pesquisa realizada pelo Instituto Gallup – e o resultado de 2010 da IP Brasil foi de 3,88 em uma escala de 1-5. Isso nos posiciona na média em comparação a todas as empresas utilizam a metodologia (equivalente 50% das empresas aproximadamente).
A partir de uma profunda análise sobre os resultados, a IP desenvolve e aplica diversas ações para  trabalhar os pontos destacados como necessidade de melhoria e para manter os pontos positivos do engajamento.
22- Qual foi a razão do aumento constante de uso de materiais não renováveis por parte da empresa de 2008 para 2010?
O número absoluto do uso de materiais não renováveis aumentou devido à aquisição de uma nova fábrica. Entretanto, o consumo específico, por tonelada de papel produzido, manteve-se constante (gráfico exibido na página 61 do relatório).
23 e 24 - Vocês poderiam explicar por que uma empresa do porte da IP ainda não possui objetivo de desempenho ou políticas específicas relativas às mudanças climáticas?  Devido ao impacto ambiental da empresa isto já não deveria ter sido feito?  
Em 2011, a International Paper Company anunciou as metas globais de meio ambiente, comprometendo-se publicamente a reduzir o consumo de energia em 15% e as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) em 20% até o ano de 2020. Para conquistar essas reduções, as operações da IP em todo o mundo estão desafiadas a encontrar melhorias de eficiência na produção, novas tecnologias e soluções inovadoras. Neste contexto, a International Paper do Brasil anunciou, em março de 2011, a construção da nova caldeira de biomassa, no valor de aproximadamente US$ 90 milhões, que é um dos mais importantes investimentos anunciados pela empresa. Com a nova caldeira, o sistema integrado de manufatura da IP no Brasil, composto por três fábricas, alcançará mais de 90% de energia renovável.
25- Por que vocês não disponibilizaram os dados de emissões de NOx da planta de Luiz Antônio no ano de 2010 ? Qual a razão disto?
O dado de 2010 foi informado. O dado não informado no gráfico “Emissões atmosféricas significativas (ton)” página 68, se refere ao ano de 2008. A unidade fabril não tinha implantado um programa de medição. O programa foi implantado em 2009.
26- O auto de infração que vocês receberam da CETESB na cidade de Mogi Guaçu relativo a contaminação de águas subterrâneas ocasionou algum problema de saúde na comunidade que por ventura consumiram esta água ?
Não, não ocasionou. O local está inserido em uma área restrita à empresa, não ocorrendo consumo por seus profissionais nem pela comunidade. Não há risco.
Ademais, as ações de remediação estão sendo realizadas conforme plano aprovado e acompanhado pela CETESB.
27- Caso o código florestal seja aprovado no congresso nacional conforme a proposta apresentada no Senado Federal, qual será os impactos desta legislação no negócio da empresa? Se os impactos são negativos, a empresa desenvolve algum trabalho de lobby no congresso nacional para reverter esta situação?
Considerando a situação atual de discussão e aprovação da nova legislação não foram identificados impactos desta legislação no negócio da empresa.  A empresa, junto com a associação que representa o setor de papel e celulose (Bracelpa), é  uma das signatárias do ‘Diálogo Florestal”, iniciativa que reúne empresas do setor florestal e organizações socioambientais na busca de um consenso sobre o tema. A posição do segmento de papel e celulose foi contemplada nesse documento do Diálogo Florestal e faz parte do relatório aprovado pela Câmara.
28- Qual a razão da IP não possuir políticas de contratação de fornecedores locais? Vocês não acreditam que investir na comunidade é a melhor maneira de desenvolver um bom relacionamento com os vizinhos?
A política de contratação prevê que os fornecedores devem ser avaliados por um processo técnico e por um processo comercial. O melhor classificado nos quesitos avaliados é o contratado.
Em 2011, mais de 70% dos bens e serviços usados pela empresa foram adquiridos nos próprios estados em que são realizadas as operações da IP Brasil. A política de Suprimentos é regularmente revisada e a contratação de fornecedores locais continua sendo estimulada.
29- Vocês afirmam que o IIP investiu 24 milhões de reais em projetos desde 2003, mas como o relatório é de 2010, gostaríamos de saber quanto desses 24 milhões foram utilizados no referido ano. Esse investimento é recurso da empresa ou oriundo de políticas de dedução fiscal?
O Instituto International Paper (IIP) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada em 2007 pela International Paper, concentrando as ações de responsabilidade social corporativa da companhia. O valor investido pela empresa em 2010 nos projetos sociais específicos do Instituto foi de aproximadamente R$ 1 milhão.

quarta-feira, 28 de março de 2012

EDP. Suas respostas nos deixaram a ver navios.



Olá Amigos,

Nesta semana depois de algum tempo negociando prazos, fomos atendidos pela EDP para envio das respostas, no entanto, a qualidade das mesmas nos deixaram a ver navios.

Ficamos impressionados como uma empresa que apresenta um GRI A com verificação externa (+) apresenta uma quantidade de respostas evasivas e fracas na propriedade e essência.

Acredito que desde o relatório do HSBC não recebemos respostas tão fracas no conteúdo e nos argumentos.

Assim, devido a este problema, resolvemos não sintetizar os nossas observações, mas inseri-las após as respostas encaminhadas pela empresa em vermelho.

Então..... Segue abaixo as respostas da empresa com os nossos comentários.

Boa Leitura. 



1- Por que os investimento sociais internos da empresa cairam de 156,7 milhões em 2009 para 133,7 milhões em 2010?

Efetivamente, verificou-se uma diminuição do montante investido, em função do contexto de negócio da companhia, principalmente, a diminuição dos projetos em fase de obra.

OBSERVAÇÃO: Ficou claro neste relato que para a EDP projetos sociais existem para atender interesses de realização de obras e não de uma proposta social verdadeira


2- Por que as emissões de gases de efeito estufa subiram 111,9% de 2009 para 2010?

Basicamente, pela melhoria na contabilização das perdas técnicas.

OBSERVAÇÃO : Com esta resposta a pergunta que fica no ar é : Será que tudo ainda não foi melhorado ??? Será que a empresa ainda emite muito mais do que reporta ?


3- Vocês poderiam explicar como 29,2 milhões de reais em 2009 é menor que 28,8 milhões em 2010 no caso de investimento ambiental conforme revela o gráfico da página 21? Isto foi feito para induzir o leitor ao erro?

Como se pode verificar, o número acima da barra de 2010 está correto (28,8). O equívoco no tamanho da barra foi um problema de gráfica que apenas foi identificado após a edição final. Jamais a EDP fez ou fará deliberadamente algo para induzir o stakeholder a erro.

OBSERVAÇÃO : Se o problema foi identificado, por que não havia nenhuma errata no texto ? Esta resposta não ficou clara.

  
4- Vocês acreditam que canal de sustentabilidade desenvolvido por vocês está sendo efetivo? Qual a razão de uma plataforma deste porte receber apenas 101 contatos em um ano?

Acreditamos que temos espaço de melhoria e estamos trabalhando nesse sentido. Uma das razões que nos parece poder contribuir para o fato citado, prende-se com o fato de termos diversos canais de comunicação com nossos stakeholders, como o Canal de Ética, Ouvidoria nas empresas de distribuição de eletricidade e o Fale com o Presidente.

OBSERVAÇÃO : Pra que fazer um canal desses então e reportar no relatório ?

  
5- De que forma vocês garantem e comprovam o engajamento dos stakeholders da empresa aos valores da EDP. Vocês poderiam apresentar dados mais concretos que garantam esta afirmação? O relatório não ficou claro nesta questão?

A EDP não tem como objetivo engajar seus stakeholders aos seus valores. Se em algum ponto escrevemos ou induzimos o leitor a pensar isso, não terá sido de forma intencional. A EDP tem seus valores e procura pautar sua atuação nesse contexto. Admitimos que outros stakeholders tenham outros valores, que consideramos legítimos e sempre procuraremos respeitar.

  
6- Por que os treinamentos sobre ética atenderam somente 30% dos empregados ?

Nossa meta é  atingir 100% dos colaboradores. Atualmente, atingimos já 75% de nossos colaboradores.

  
7- Vocês poderiam detalhar melhor como funciona este comitê de sustentabilidade e governança corporativa da empresa? Qual poder ele possui, quem participa, quais as atribuições?

A EDP no Brasil possui quatro Comitês de Gestão criados pelo Conselho de Administração, que são os Comitês de Auditoria, de Sustentabilidade e Governança Corporativa, de Supervisão e de Remuneração, cujos membros são eleitos pelo Conselho de Administração.

O Comitê de Sustentabilidade e Governança Corporativa é  um comitê permanente encarregado de zelar pela perenidade da organização, com uma visão de longo prazo e sustentabilidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição de seus negócios e operações. Deve também assegurar a adoção das melhores práticas de governança corporativa e dos mais elevados princípios éticos, visando aumentar o valor da sociedade, facilitar o acesso ao capital a custos mais baixos e contribuir, de modo igual, para a sua perenidade. Entre suas atribuições, destaca-se a proposição do regime de avaliação do Conselho de Administração e de seus membros e a análise e acompanhamento de todos os negócios entre partes relacionadas. É integrado por três conselheiros, sendo um deles, o presidente, independente

Mais informações você pode acessar no http://www.edpbr.com.br/energia/empresa/governanca_corporativa/comites_suporte/comites_suporte.asp


 8- Vocês poderiam detalhar melhor como a EDP pratica o princípio da precaução em seu processo de gestão não só  ambiental como social?

Junto aos consumidores e às comunidades do entorno de seus empreendimentos, a EDP realiza mapeamento das preocupações e expectativas da sociedade, de modo a gerenciar os potenciais impactos de suas atividades  e desenvolver ações quer formem uma comunidade consciente da importância do consumo racional e seguro da energia elétrica.

OBSERVAÇÃO :  COMO ???  Precisamos saber como isto é feito. Não ficou claro


9- Como vocês avaliam de maneira clara e direta a reputação da empresa frente aos públicos de interesse?

Acreditamos que as premiações recebidas pelo Grupo EDP ao logo de sua trajetória seja uma forma de avaliar. Desde que abriu o seu capital na BM&F/Bovespa, as ações da EDP (ENBR3) integram o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial. A empresa, por quatro anos consecutivos está entre as 20 melhores empresas-modelo em responsabilidade corporativa pelo Guia Exame de Sustentabilidade, entre outras premiações

OBSERVAÇÃO :  Se prêmio corporativo e aparição em revista contasse alguma coisa muitas empresas que já testamos os limites não teriam derrapado no discurso;  já sobre o ISE.... sem comentários. Basta ler os nossos posts sobre esta questão.
Prêmio corporativo serve para massagear eco de executivo, mas não apresenta em muitos casos resultados nada práticos.
  

10- Como fica o posicionamento de vocês no caso de Belo Monte, sendo futuros clientes de 5% da produção de empresa? Como clientes vocês possuem cobram alguma exigência social e ambiental por parte das construtoras?

A EDP considera que o processo de construção da UHE de Belo Monte se insere no quadro legal e institucional do Estado Brasileiro, no qual Municípios, Estados e Governo Federal exercem suas competências no preceito da lei. Neste contexto, compete aos órgãos licenciadores as exigências sociais e ambientais relativas ao processo de construção.

OBSERVAÇÃO :  Mas A EDP não é cliente ???? Uma coisa só existe se alguém compra.... então não jogue a responsabilidade para o governo e a sociedade, vocês também fazem parte do processo e sua posição é importante sim.



11- Vocês falam muito de questões ambientais e respeito ao meio ambiente, no entanto, estão para investir juntamente com a MPX energia na construção de uma termelétrica a Carvão no Ceará. Esta estratégia de negócio não é um posicionamento incoerente frente ao discurso institucional da empresa ? Qual a razão de se produzir energia elétrica com carvão ?

A decisão da EDP em investir na UTE Porto de Pecém insere-se no contexto das necessidades de expansão do Sistema Interligado Nacional (SIN). Vale realçar que a decisão foi tomada em 2007 antes da crise financeira que freou um pouco o processo de crescimento e, ao mesmo tempo, havia muitas reservas - se não mesmo indisponibilidade - de gás natural. Numa sociedade moderna, a disponibilidade de energia elétrica é condição fundamental para a instalação de nova capacidade produtiva e, portanto, para seu crescimento.

Ao mesmo tempo, é necessário compreender e responder à questão da segurança do abastecimento de energia, principalmente, num contexto de industrialização da economia e de diminuição das usinas sujeitas a despacho por parte do Operador Nacional do Sistema (ONS).

Em resumo, ao tempo da tomada de decisão, a EDP respondeu efetivamente a uma necessidade do País, com toda a responsabilidade que caracteriza sua atuação. A EDP tem um vasto conhecimento na construção e operação de usinas térmicas, recorrendo às melhores tecnologias disponíveis para diminuir as emissões de poluentes. No caso dos Gases de Efeito Estufa (GEE), a EDP assumiu o compromisso voluntário de compensar parte das emissões de CO2 da usina que cumprirá por meio da injeção de energia renovável nova da rede do SIN.

OBSERVAÇÃO : Esta resposta não condiz com o posicionamento da empresa..... Lamentável. O Brasil é um pais com tantos recursos naturais que é inconcebível ter uma térmica a carvão no Ceará. A empresa diz que vai reduzir as emissões de suas térmicas, mas ficou evidente que ela não pode fazer isto ao justificar na pergunta anterior que a melhora em suas “avaliações” revelou de um ano para outro um aumento de mais de 100% em suas emissões. como confiar?




12 - Vocês justificam que não empregaram pessoas do Ceará na construção de termelétrica devido a baixa qualificação e que capacitaram somente 75 pessoas. Isto não denota uma falta de planejamento na construção deste empreendimento, visto que problema de qualificação é uma realidade e a empresa deveria ter pensado nisto antes da construção ?

A EMPRESA NÃO RESPONDEU.


13- Vocês falam de pesquisa de satisfação de clientes, mas não apresentam dados de satisfação dos clientes de baixa tensão (consumidor comum). Como isto é medido visto que vocês afirmam na página 82 que vocês buscam se colocar no lugar do cliente.

A satisfação dos clientes residenciais das distribuidoras da EDP é medida anualmente por pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica - ABRADEE, que avalia a satisfação geral e índices específicos que são analisados e comparados com dados dos anos anteriores e de outras empresas do setor elétrico. Todas as informações são utilizadas para realizações de melhorias nos processos visando aumentar a satisfação dos clientes.

OBSERVAÇÃO :  Cadê os dados ?????? Precisamos de provas



14- Por que o número de reclamações de clientes na justiça subiu tanto de 2009 para 2010 ? Isto não revela um problema sério de relacionamento com os clientes ?

A facilidade de acesso à justiça e o aumento constante do nível de exigência dos clientes cria possibilidades do cliente reclamar diretamente ao sistema judiciário, antes mesmo do cliente procurar a EDP ou mesmo a Ouvidoria da empresa. Desta forma, atuando proativamente neste sentido, a EDP procurou o sistema judiciário para a criação de um sistema de audiências pré-processuais para sanar as dificuldades ou reclamações do cliente antes mesmo de uma audiência judicial, bem como está trabalhando continuamente nas causas das reclamações comerciais.

OBSERVAÇÃO :  Se o consumidor vai direto a justiça é porque existe um sério problema de relacionamento entre a EDP e seus clientes. Nas entrelinhas isto foi admitido.



15- A empresa pretende desenvolver algum programa específico para o gerenciamento de pessoas em fim de carreira visto que vocês citam que não possuem este tipo de atividade ?

A EDP não conta ainda com programas específicos de transição de carreira - indicador LA 11. Estamos estudando a possibilidade de desenvolvimento de programas específicos para esta finalidade, em 2013. Já em 2012, lançamos um programa de valorização de profissionais com mais de 20 anos de experiência no setor elétrico.


16- Qual a razão da taxa de frequência de acidentes de trabalho e a taxa de gravidade subirem tanto de 2009 para 2010, ao ponto da taxa de gravidade subir de 3,997 para 227 entre terceirizados de um ano para outro?

Houve o incremento nas taxas devido ao enquadramento da maneira de cálculo aos critérios da NBR 14280.

OBSERVAÇÃO :  Parece que a empresa não possui critérios claros de medição.... não devemos acreditar em nenhum dado apresentado em 2009 pois os valores são discrepantes quando vemos 2010.


17- Por que os programas de qualidade de vida possuem um índice de participação médio de apenas 4,8% dos empregados?

O índice se refere a participação no Boca Livre, não ao Programa de Qualidade de Vida (Conciliar) como um todo.
O programa Conciliar, que visa equilibrar a qualidade de vida e trabalho, possui 25 ações focadas em colaboradores e suas famílias. Destacamos a ginástica laboral, com quase 90% de adesão dos colaboradores. Para os filhos dos colaboradores são oferecidas colônias de férias e o prêmio de cidadania júnior - entre muitas outras ações.

OBSERVAÇÃO : Mas por que o Boca Livre então teve esta baixa participação ??? Não ficou clara a resposta


18- Por que vocês não divulgam os resultados da pesquisa de clima organizacional?

Em 2010 não foram divulgados resultados devido a uma mudança de metodologia na pesquisa, o que impedia comparações com resultados anteriores. Nosso relatório de 2011 apresentará os resultados de 2010 comparados com a pesquisa de 2011

OBSERVAÇÃO :  Estranha esta resposta... para emissões e taxas de acidentes vocês publicam valores onde a empresa mesmo afirma que é impossível comparações com anos anteriores, mas para clima não. Falta realmente um critério para esta empresa.


 19- No caso de fornecedores, vocês afirmam que priorizam fornecedores locais. Mas o que é "LOCAL" para a EDP ?

Consideramos fornecedores locais, todos os fornecedores localizados nos estados onde a EDP possui atividades. Para este último relatório foram considerados os seguintes estados: SP, ES, MS, TO, RS, SC e AP.


20- Por que os investimentos sociais externos apresentaram uma queda de 52,9% de 2009 para 2010. De 8,5 milhões para 4 milhões ? Vocês justificam como menor volume de incentivos fiscais e revisão da política de investimentos. Vocês poderiam ser mais claros ? Como incentivo fiscal é visto como investimento por parte da empresa, e qual foi esta alteração de critérios na política de investimento da empresa ?

As empresas do Grupo EDP não investiram em projetos esportivos no ano de 2010, pois os disponíveis para receber os recursos não respeitavam critérios da política de investimentos sociais externos. Por exemplo: localização da realização do projeto; qualificação do proponente, entre outros.
O valor investido via PROAC-Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo, foi doze vezes maior em 2009, pois a Enertrade tornou-se inelegível para utilizar esse benefício em função de alteração na legislação, e a Bandeirante Energia esteve inabilitada para usufruir do incentivo.
Além disso, boa parte dos investimentos sociais nas comunidades onde a EDP está presente foi assumida pelo Instituto EDP, braço de responsabilidade social do Grupo no Brasil.

OBSERVAÇÃO :  Primeiro : incentivo fiscal não é investimento, pois no incentivo fiscal quem paga o projeto sou eu cidadão que não recebo o imposto da empresa em troca da realização do mesmo. Ainda sobre os investimentos, se a EDP alocou os recursos no Instituto, isto deve sim ser reportado no relatório. Faltou transparência.



21- Na questão do relacionamento com as comunidades e os impactos sociais, como fica o posicionamento da empresa frente uma possível demarcação  de terras indigenas na região de Pecem ?

Com relação a questão da demarcação de terras, de uma suposta etnia indígena, cumpre-nos informar que este Processo encontra-se na FUNAI e a empresa aguarda o posicionamento desta Fundação para então manifestar-se oficialmente.


22- Vocês poderiam detalhar melhor como são realizados os monitoramentos de ruídos nas subestações perto das comunidades?

Os monitoramentos são realizados por meio de empresas especializadas, sendo emitidos relatórios com devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

OBSERVAÇÃO : Quais são essas empresas “especializadas” ?



23- Por que vocês não apresentaram no relatório um plano de prevenção e preparação para emergência e desastres, visto que vocês possuem riscos  24- associados as atividades ?

NÃO RESPONDEU



24- Por que dos gastos com os empregados vocês destinam zero a cultura ?

NÃO RESPONDEU


25- O carvão a ser utilizado na térmica de Pecem é mesmo importado ? Se sim de qual país é a procedência? Como vocês garantem que o carvão extraído e vendido para vocês procede de um ambiente que preserva a vida dos trabalhadores ?

Sim, o carvão que será utilizado em Pecém é importado. Sua procedência é a Colômbia. As minas na Colômbia de onde provém o carvão comercializado são avaliadas regularmente nas diversas vertentes da sustentabilidade. Além do Relatório de Sustentabilidade que é recebido, também são realizadas visitas às minas, sendo bem patentes os aspectos de segurança e proteção social dos trabalhadores.

OBSERVAÇÃO : Não dá para confiar. Se a empresa não consegue medir com coerência suas emissões e índices de acidentes, como garantir que esta verificação será feita com qualidade em outra empresa ?


SO1

Considerando que o RAS apresenta o tema Impactos socioambientais de usinas hidrelétricas e outras fontes de energia, como sendo de alta relevância pelo teste de materialidade, não encontramos informações suficientes para o indicador SO1, conforme segue:

Programas (métodos) em vigor para avaliar impactos de operações em comunidades locais. Como e por quem os dados são coletados para a aplicação dos métodos. Como são selecionados membros das comunidades de quem são coletadas as informações sobre os impactos.

Principais impactos sociais causados pelas atividades da empresa.

Número e % de operações para as quais são aplicados os métodos de avaliação de impactos.

Relato sobre os resultados dos programas (medidas) aplicados em relação aos impactos negativos (as medidas tomadas são eficazes?)



i.Programas (métodos) em vigor para avaliar impactos de operações em comunidades locais. Como e por quem os dados são coletados para a aplicação dos métodos. Como são selecionados membros das comunidades de quem são coletadas as informações sobre os impactos.

Resposta: todo empreendimento de grande porte exige um licenciamento ambiental que contempla a elaboração de um EIA/Rima e posterior elaboração de um PBA – Programa Básico Ambiental, o qual tem como objetivo mitigar e ou compensar os impactos ambientais decorrente do empreendimento. O PBA é composto de uma gama de programas ambientais que englobam os meios: Físico, Biótico e Socioeconômico. Para implantação do PBA uma equipe multidisciplinar e empresas especializadas são contratadas para implantação dos Planos Ambientais (PA). O PA de Comunicação Social elabora a aplicação de pesquisa de opinião, a qual é aplicada na comunidade da área do entorno do empreendimento, visando auferir o grau de satisfação da empresa na comunidade, bem como serve de subsídios para corrigir possíveis desvios. Relatórios são enviados aos órgãos ambientais para que possam auferir o grau de efetividade e de comprovação da medidas implantas pelo empreendimento na comunidade.

ii.Principais impactos sociais causados pelas atividades da empresa.

Resposta: Os impactos são levantados no EIA/Rima, abrangendo os meios físico, biótico e socioeconômico. Eles variam muito de acordo com o projeto de engenharia, as condições física e biótica da região, bem como o número de comunidade envolvida pelo empreendimento.

iii.Número e % de operações para as quais são aplicados os métodos de avaliação de impactos.

Resposta: Este número varia de acordo com o empreendimento. A avaliação é feita principalmente pelos órgãos fiscalizadores e licenciadores do empreendimento.

iv.Relato sobre os resultados dos programas (medidas) aplicados em relação aos impactos negativos (as medidas tomadas são eficazes?)

Resposta: O PBA implantado tem como objetivo minimizar e ou compensar os impactos advindos do empreendimento, os quais são monitorados pelo poder publico local, pelos órgãos fiscalizadores e licenciadores, comunidade e sociedade civil organizada.

v.A respeito das obras realizadas no Ceará o RAS traz apenas a informação de que a empresa engajou comunidades do entorno para discutir os impactos das obras. Por que estes impactos e as questões descritas acima referentes ao indicador SO1 não foram respondidas?

Resposta: Para implantação da UTE Energia Pecem, foi elaborado um PCMA – Plano de Controle e Monitoramente Ambiental, abrangendo os meios físico, biótico e socioambiental. Por meio do PCMA de Comunicação Social, buscou-se junto a comunidade do entorno uma implementação dos programas por meio de uma gestão participativa. O que ocorreu com o programa Energia na Comunidade, através de atendimentos coletivos e individuais, reuniões, programa de rádio, visita guiada ao canteiro de obras e um serviço de 0800.

vi. Sabemos que cada tipo de empreendimento gerador de energia tem impactos sócio-ambientais distintos (hidrelétrica, eólica, térmica etc). O RAS não traz informações sobre os diferentes impactos sócio-ambientais destes empreendimentos.

Resposta: Os impactos são levantados no EIA/Rima o qual é apresentada a comunidade por meio de Audiência Pública como determina o processo de licenciamento


OBSERVAÇÃO : Sendo o relatório de sustentabilidade modelo GRI uma prestação de contas a sociedade a respeito das atividades da organização num período de tempo definido (no caso os 12 meses do ano de 2010), espera-se que a empresa aplique o Princípio da Clareza e da Transparência, reportando o que de fato houve de impactos sociais neste período e quais unidade passaram por avaliações de impactos sociais. Entendemos que o método utilizado para novos empreendimentos é o EIA e posteriormente o PBA. Quantos estudos de impacto e PBAs foram realizados em 2010? Quais os principais impactos identificados nestes estudos? Quais as principais preocupações identificadas durante as audiências públicas destes processos (EIA)?

Sabemos que os empreendimentos existentes também continuam gerando impactos sociais. Como a EDP identifica os impactos de empreendimentos existentes? De que forma é feito o engajamento com comunidades? Por favor esclarecer o que foi feito a este respeito em 2010.


A respeito do número e % de operações submetidas a avaliação de impactos sociais:

Não entendemos a resposta. A EPD explica que para novos empreendimentos o EIA e o PBA são as ferramentas utilizadas para a avaliação dos impactos sociais. É de consenso comum e estabelecido por lei que estes estudos são realizados sob responsabilidade do empreendedor e não do órgão licenciador ou fiscalizador.

No caso de empreendimentos existentes esperamos que a EDP relate o % de operações (unidades por exemplo) que foram submetidas a estas avaliações. Entendemos ser um grande equívoco técnico afirmar que os órgão licenciadores e fiscalizadores realizam avaliações de impactos sociais para os empreendimentos da EDP. Caso isto realmente tenha sido feito, solicitamos que a empresa publique estas avaliações como parte fundamental do indicador SO1, que é um indicador essencial da GRI.

A respeito dos programas (medidas) aplicados em relação aos impactos negativos, a EDP informa que estão descritos no PBA e deixa o leitor a “ver navios”, uma vez que não cita um exemplo sequer de medidas tomadas. De que adianta a empresa elaborar um relatório GRI nível A se não tem coragem de ser transparente sobre seus impactos sociais e eventuais medidas tomadas em relação a eles?

 Sobre as obras realizadas no Ceará:

Novamente a EDP se esconde quando perguntamos a respeito dos impactos sociais causados (pergunta essencial do indicador SO1), relatando apenas que foi elaborado um PCMA e que buscou engajamento junto a comunidade de entorno, criando o programa Energia.  Como leitor deste relatório ficamos frustrados pela falta de transparência da empresa a respeito das questões negativas que todo empreendimento possui. Lembramos qua a GRI adota um Princípio denominado EQUILÍBRIO, cujo objetivo é oferecer a sociedade um relato coerente e equilibrado sobre as questões positivas e negativas das atividades, produtos e serviços das empresas relatoras.



EN30

Sendo a gestão ambiental também um tema de alta relevância, conforme demonstra o teste de materialidade, não encontramos as informações sobre o total de investimentos em proteção ambiental por tipo, conforme determina o protocolo específico da GRI. Os custos de prevenção e gestão ambiental não foram apresentados na tabela da página 114. O que devemos entender por Outras iniciativas de gestão e proteção do ambiente, que consumiu 4.2 milhões de reais em 2010?

Como pode não haver quaisquer despesas com gestão de águas residuais desde 2008? (vide tabela pag 114)

I - O que devemos entender por Outras iniciativas de gestão e proteção do ambiente, que consumiu 4.2 milhões de reais em 2010?

Esse item inclui custos gerais associados a pessoal que atua em meio ambiente, ações de educação ambiental e comunicação social, custos com os sistemas de controle ambiental e auditorias ambientais, custos com elaboração de planos de contingência e emergência, entre outros.

  
ii- Como pode não haver quaisquer despesas com gestão de águas residuais desde 2008? (vide tabela pag 114)

A atividade de geração de energia por meio de plantas hidrelétricas não tem geração significativa de águas residuais. Os gastos existentes não são classificados como despesas ambientais, mas despesas relacionadas à área de operação e manutenção.


EN11

Não encontramos informações sobre as áreas possuídas, arrendadas ou administradas dentro de áreas protegidas ou adjacentes a elas para o segmento de geração. Na página 116 são apresentadas apenas informações sobre as áreas da distribuição. Por que as áreas alagadas não são apresentadas, considerando serem estas áreas de alto índice de biodiversidade?

Não encontramos informações sobre o valor da biodiversidade caracterizado por atributos da área protegida e classificação pelo estado de conservação. Normalmente as empresa nacionais estão publicando as áreas de APP´s e Reservas legais, como parte dos atributos. A EDP não apresenta estes dados.

i - Não encontramos informações sobre as áreas possuídas, arrendadas ou administradas dentro de áreas protegidas ou adjacentes a elas para o segmento de geração. Na página 116 são apresentadas apenas informações sobre as áreas da distribuição. Por que as áreas alagadas não são apresentadas, considerando serem estas áreas de alto índice de biodiversidade?

A área de meio ambiente cumpre as obrigações definidas pelos órgãos ambientais. Esse controle das áreas alagadas não é exigido.


Ii - Não encontramos informações sobre o valor da biodiversidade caracterizado por atributos da área protegida e classificação pelo estado de conservação. Normalmente as empresa nacionais estão publicando as áreas de APP´s e Reservas legais, como parte dos atributos. A EDP não apresenta estes dados.

A área de meio ambiente cumpre as obrigações definidas pelos órgãos ambientais. Esse controle das áreas de APP e Reserva não são exigidos.


OBSERVAÇÃO : É bastante lamentável receber a resposta de que para atender ao indicador EN11 a área de meio ambiente cumpre as obrigações dos órgãos ambientais, sendo que não é esta a questão abordada por este indicador. O indicador solicita o tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas protegidas ou adjacentes a elas. Toda a sociedade brasileira está acompanhando as discussões sobre o Código Florestal e merece saber ao menos qual a área de APP – Área de Preservação Permanente, existente no entorno dos reservatórios da EDP.

A segunda questão deste indicador diz respeito a áreas de alto índice de biodiversidade, que também não tem qualquer relação com cobranças de órgãos ambientais. É de fácil entendimento até para o leigo compreender que o meio aquático criado (área alagada) no sistema de geração de energia tem alto índice de biodiversidade em função da quantidade e qualidade de animais, como peixes (ictiofauna) e vegetais aquáticos. O PBA citado pela EDP visa justamente monitorar e proteger toda esta fauna aquática que vive nos lagos formados, sendo uma clara demonstração de que se trata de um tema material.

Novamente a EDP mostra sinais claros que falta de transparência ao não publicar esta importante informação.


EN12

Por que a alteração do ambiente aquático não é apresentada como um impacto negativo da formação dos lagos para geração de energia?

Como é a ocorrência de espécies exóticas de ictiofauna nos reservatórios da EDP? O que a empresa está fazendo para evitar a proliferação destas espécies exóticas em detrimento das nativas?

Por que a empresa não apresentou qualquer resultado sobre o estudo de ictiofauna no Enerpeixe realizado pela UFT?

i - Por que a alteração do ambiente aquático não é apresentada como um impacto negativo da formação dos lagos para geração de energia?

Os monitoramentos de qualidade de água não revelam alterações significativas na qualidade da água.

  
ii - Como é a ocorrência de espécies exóticas de ictiofauna nos reservatórios da EDP? O que a empresa está fazendo para evitar a proliferação destas espécies exóticas em detrimento das nativas?

A EDP monitora a ocorrência de espécies de ictiofauna no reservatório, e não possui atividades que interfiram na incidência de espécies exóticas nos reservatórios.

  
iii - Por que a empresa não apresentou qualquer resultado sobre o estudo de ictiofauna no Enerpeixe realizado pela UFT?

Nenhum resultado foi apresentado pelo fato dos estudos não terem sido finalizados. A UFT ainda está realizando estudos na ictiofauna, sendo assim, não temos estudos conclusivos.

OBSERVAÇÃO :

Alteração do ambiente aquático:

Recebemos a informação de que o ambiente aquático é monitorado, podendo portanto concluir que se trata de uma preocupação por parte da EDP.

A formação de um lago traz consequências ambientais inevitáveis, como maior superfície de água, aumento de temperatura da mesma, alterações nos níveis de oxigênio, favorecimento de determinadas algas, entre outros. Não pretendemos atacar as hidrelétricas nacionais, mas sim receber informações mais qualificadas da EDP, uma vez que as respostas recebidas são absurdas do ponto de vista técnico. Afirmar que não há alteração na qualidade das águas de um reservatório de grande porte formado pelo homem é no mínimo chamar o leitor de ingênuo.

Com certeza os estudos sobre ictiofauna já revelam as alterações de fauna típicas de um grande reservatório. Nós como leitores ficaríamos imensamente agradecidos em receber alguma informação, mesmo não conclusiva, a respeito do que já foi encontrado nestes lagos. Alguma espécies exóticas de peixes são muito agressivas e podem dizimar espécies nativas. Se a EDP ficar por anos monitorando sem qualquer tomada de ação, poderá chegar a conclusão de que várias espécies exóticas se extinguiram em seus lagos, o que seria uma grande pena. De novo a empresa falha no quesito transparência.

EN14

A estratégia da empresa para realizar sua política de gestão de biodiversidade é apresentada de forma tímida, apenas com poucos exemplos isolados de ações de monitoramento realizadas. Este indicador requer a apresentação de metas e objetivos específicos para gestão de impactos na biodiversidade, não encontrados no relatório da EDP.

A EDP Energias do Brasil lançou a sua Política Corporativa de Biodiversidade em 2010, e à semelhança de outras empresas do setor elétrico, destaca no seu relatório as iniciativas de preservação e conservação da biodiversidade desenvolvidas nas suas áreas de atuação, como é  compreendido pelo conteúdo das pág. 114 a 117, nomeadamente, pelo mapa de monitoramento da biodiversidade.

OBSERVAÇÃO : Realmente fica claro que a EDP não tem metas e objetivos específicos para gestão de impactos na biodiversidade.

  
HR6

Considerando a questão do trabalho infantil como de alta relevância pelo teste de materialidade, notamos que a EDP dedica apenas uma frase a esta questão declarando não ter identificado qualquer operação com risco de ocorrência de trabalho infantil.

A empresa poderia explicar como realiza uma identificação consistente relacionada ao risco de ocorrência de trabalho infantil em sua cadeia produtiva, considerando a extensão geográfica de suas atividades e a terceirização de algumas destas atividades? Lemos que apenas 4 empresas contratadas foram de fato avaliadas quanto ao atendimento de requisitos de direitos humanos.

O indicador HR6 solicita a apresentação das operações de maior risco de ocorrência de trabalho infantil, o que foi apontado como uma preocupação por parte dos stakeholders. Por favor esclarecer.

A EDP possui um conjunto de atividades de controle que minimizam a ocorrência de risco de trabalho infantil, nomeadamente o Código de ética (item 5.2.1), a Política Contra o Trabalho Infantil e Escravo (Forçado ou Compulsório) e o Canal Ética EDP (http://www.edpbr.com.br/energia/empresa/canal_comunicacao_denuncia/canal_comunicacao_denuncia.asp). Desde sua implementação, não foram recebidas denúncias relativas à trabalho infantil através do Canal Ética EDP.

Complementarmente, por meio do sistema de gestão aplicado em nossas instalações, qualquer mão de obra, sendo próprio ou de terceiro, somente é autorizada a trabalhar após avaliação das documentações necessárias, comprovando a legitimidade destes empregados, quanto a registro, idade, benefícios, entre outros itens monitorados pela segurança do trabalho e gestores de contrato ou operacionais.

OBSERVAÇÃO : A preocupação da sociedade não está mais nas atividades que estão ao alcance do olhos, mas sim àquelas da cadeia produtiva que poucos veem.

Fica claro para nós, como leitores, que a EDP se limita a controlar trabalhadores que adentram suas instalações. O indicador HR6 requer uma análise criteriosa da cadeia produtiva da empresa, no sentido de se buscar as atividades onde possa haver risco de ocorrência de trabalho infantil. Criar e divulgar um código de ética é louvável, mas não alcança o objetivo aqui pretendido. Talvez uma grande oportunidade para a EDP seria atualizar sua política contra o trabalho infantil e realizar um mapeamento consistente sobre estes riscos e desta forma, quem sabe, na próxima publicação atender a este importante indicador.



PROCESSO DE VERIFICAÇÃO

Por que a EDP, na busca de transparência e credibilidade para com a sociedade, usou um processo de verificação limitada, onde normalmente não há visitas às operações da empresa para verificação in loco da gestão praticada?

A decisão de recorrer a um processo de verificação limitada, ao invés de verificação razoável, prende-se com a necessidade de equilibrar a equação de custos vs benefícios. Avaliadas as duas opções, consideramos que a verificação limitada atendia nossas exigências e é suficiente para assegurar a qualidade da informação reportada. No âmbito deste processo, ocorreram visitas às operações da companhia.

OBSERVAÇÃO : Pelas respostas apresentadas pela EDP e parecer da entidade verificadora, fica fácil para o leitor concluir que houve muitas falhas por parte da EDP e no processo de verificação a respeito de vários princípios preconizados pela GRI.  Fazemos votos para que a próxima publicação seja mais completa e que a empresa reflita melhor sobre seu nível de aderência às Diretrizes da GRI.